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02 janeiro, 2012

O segredo



Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela….

Um dia nós percebemos que as mulheres tem instinto “caçador” e fazem qualquer homem sofrer…

Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável…

Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples…

Um dia percebemos que o comum não nos atrai…

Um dia saberemos que ser classificado como o “bonzinho” não é bom…

Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você…

Um dia saberemos a importância da frase:
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas…”

Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor a isso…

Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí­ já é tarde demais…

Enfim… um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer tudo o que tem que ser dito naquele momento.

Não existe hora certa para dizer o que sentimos se quem estiver te ouvindo não te compreender, não te merecer…

O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras…

Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

“Cada um que passa em nossa vida passa só, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só. Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova de que duas almas não se encontram por acaso…”

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas…
É cuidar do jardim para que elas venham até você.

Mário Quintana

23 outubro, 2011

Casamento


TUDO É LINDO NO AMOR, a começar pela paquera entre os pombinhos, a fase do namoro, do noivado e finalmente o CASAMENTO , quando os noivos (e suas famílias) fazem de tudo para que a festança seja de primeira e prova disso é o exagero de alguns casais que optam por cerimônias exóticas (seria prá chamar a atenção?) como por exemplo os noivos que resolveram se casar no fundo de um aquário, ou então aquele casal que se dirigiu para a Igreja à bordo de um tanque de guerra e assim por diante…




Justamente por ver esta foto do tanque de guerra é que me lembrei de que já vi este filme antes, ou seja, muitos casamentos são lindos, criativos, emocionantes e etc, mas no final das contas acabam virando um campo de concentração, cuja definição mais adequada seria como se fosse uma espécie de um jogo especial, onde não se tem vencedor, nem perdedor, e muito menos se cogita um empate entre os cônjuges.


A verdade é que o resultado do jogo do casamento é, e sempre será, na base de OU GANHAM OS DOIS, OU PERDEM OS DOIS”.




Claro que nem todos os casamentos podem ser comparados ao tabuleiro de um xadrez…


ENTRETANTO, uma boa parte deles viram motivo de piada!!!

13 outubro, 2011

Jardim


Pois você não sabe que os jardins falam?

Quem diz isto é o Guimarães Rosa: "São muitos e milhões de jardins, e todos os jardins se falam. Os pássaros dos ventos do céu - constantes trazem recados. Você ainda não sabe. Sempre à beira do mais belo. Este é o Jardim da Evanira. Pode haver, no mesmo agora, outro, um grande jardim com meninas. Onde uma Meninazinha, banguelinha, brinca de se fazer Fada... Um dia você terá saudades... Vocês, então, saberão..."

É preciso ter saudades para saber. Somente quem tem saudades entende os recados dos jardins.
A natureza revela então a sua exuberância num desperdício que transborda em variações que não se esgotam nunca, em perfumes que penetram o corpo por canais invisíveis, em ruídos de fontes ou folhas... O jardim é um agrado no corpo. Nele a natureza se revela amante... E como é bom!

Mas não era bem isto que eu queria. Queria o jardim dos meus sonhos, aquele que existia dentro de mim como saudade. O que eu buscava não era a estética dos espaços de fora; era a poética dos espaços de dentro. Eu queria fazer ressuscitar o encanto de jardins passados, de felicidades perdidas, de alegrias já idas. Em busca do tempo perdido...

Uma pessoa, comentando este meu jeito de ser, escreveu: "Coitado do Rubem! Ficou melancólico. Dele não mais se pode esperar coisa alguma..." Não entendeu. Pois melancolia é justamente o oposto: ficar chorando as alegrias perdidas, num luto permanente, sem a esperança de que elas possam ser de novo criadas. Aceitar como palavra final o veredicto da realidade, do terreno baldio, do deserto.

Saudade é a dor que se sente quando se percebe a distância que existe entre o sonho e a realidade. Mais do que isto: é compreender que a felicidade só voltará quando a realidade for transformada pelo sonho, quando o sonho se transformar em realidade. Entendem agora por que um paisagista seria inútil? Para fazer o meu jardim ele teria que ser capaz de sonhar os meus sonhos...

Sonho com um jardim. Todos sonham com um jardim. Em cada corpo, um Paraíso que espera... Nada me horroriza mais que os filmes de ficção científica onde a vida acontece em meio aos metais, à eletrônica, nas naves espaciais que navegam pelos espaços siderais vazios... E fico a me perguntar sobre a perturbação que levou aqueles homens a abandonar as florestas, as fontes, os campos, as praias, as montanhas... Com certeza um demônio qualquer fez com que se esquecessem dos sonhos fundamentais da humanidade. Com certeza seu mundo interior ficou também metálico, eletrônico, sideral e vazio... E com isto, a esperança do Paraíso se perdeu. Pois, como o disse o místico medieval Angelus Silésius:


Se, no teu centro
um Paraíso não puderes encontrar,
não existe chance alguma de, algum dia,
nele entrar.

Este pequeno poema de Cecília Meireles me encanta, é o resumo de uma cosmologia, uma teologia condensada, a revelação do nosso lugar e do nosso destino:

"No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, urna violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta."

Metáfora: somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim. Resumo de uma utopia. Programa para uma política. Pois política é isto: a arte da jardinagem aplicada ao mundo inteiro. Todo político deveria ser jardineiro. Ou, quem sabe, o contrário: todo jardineiro deveria ser político. Pois existe apenas um programa político digno de consideração. E ele pode ser resumido nas palavras de Bachelard: "O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso." (O retorno eterno, p 65).

Rubem Alves

09 junho, 2010

Meu Garoto - Brasil Hexa

O ufanismo é comum nessas ocasiões, leia-se compa do mundo a febre nacional. Eu não nego a minha loucura fervendo nas veias quandoa bola começar a rolar nos gramados da Africa do Sul.

Assim como também não nego que vou colocar a bandeira na janela do apartamento, pintas as unhas de verde com estrelas amarelas e vice-versa. O batom dessa ocasião é verde e no vestuário não vão faltar as cores da bandeira brasileira.

Como diz o meu pai, "quem sai aos seus não degenera"; então o filho de peixe, peixinho é. E como uma mãe corujissima, eu não deixo de babar a minha cria.

Segue o artigo do peixinho, igualmente ufanista como a mãe e mais 199 milhões de brasileiros.






http://www.webartigos.com/articles/39992/1/Copa-do-Mundo/pagina1.html


26 dezembro, 2009

É neles que me encontro

Um resumo das coisas boas de 2009

Eles continuam amigos, isso já fazem 16 anos.
O Luis se formou e logo em seguida já começou
um novo curso.
Anda leve e solto no meio da mulherada,
não pensa em namorar sério tão cedo
- ao menos a mãe dele acredita que sim.

Foto: Luis, Thiago e André - os 3 mosketos.


Ela chegou depois de 24 anos de meninos
nascendo na familia. Quando soubemos que era
menina tentamos tirar um sarrinho da Fe
que ocupou o trono durante muito tempo,
mas ela não se abalou.
Disse que tinha torcido muito para ser guria,
foi convidada pra ser a madrinha.

Bem, foi como ver o mar quando nossos olhos se
viram esse novo olhar, igualzinho a 24 anos atrás.

O Luis diz que vai esperar ela crescer, chama a mãe
de sogra e ao tio lança olhares marotos.
O Gui fica só matutando e um dia soltou a seguinte
pérola:
-" Quando a Lara fizer 14 anos eu só vou ter 28..."
(hummmm)

Foto: Lara Linda e Luis Pi




Ela trocou um emprego de 3 anos na Editora Abril
para mergulhar na Folha de São Paulo, guria de
coragem que nunca teve medo do que não sabia.
Fica nervosa mas não demonstra.
Conheceu o Celo e foram morar juntos,
adotaram a Matilda que parece gato mas não é,
compraram coelha para serem diferentes.

Casaram na Igreja, ela de vestido curto,
flores no cabelo e sapato rosa;
ele de All Star e gravata rosa para
combinar com o sapato dela.

Foto: Fe e Matilda, Matilda na cama da Fe
(quem diria que ela ia deixar um bicho
dormir na cama, quem diria!)



Ele é a voz que oscilava e começou a engrossar,
as meninas a abundar no orkut,
a mãe tendo ataques de nervos
à cada meia hora e o irmão que tem uma calma
que transcede a normalidade, dá uns gritos
para acalmar o Ser Aborrescente em crise
de existência.

Aquela fase que todo mundo prefere
não comentar e pede todo dia
que ela passe rápido.
Se perguntarem aos pais de
todos os adolescentes como sobreviveram
a essa etapa da vida dos filhos,
99,9% vai responder:
-"Ahn? Como? Onde? Quem? Quando?

Foto: Gui por ele mesmo.
Não adianta, ele só tira foto zuada.
Acho que nessa ele quis registrar
seu primeiro pêlo de barba. rsrsrs



Ai que saudades desse tempo.
Ó tempo, volta pra trássssssssss...

Foto: Gui pela mãe dele...
cuti, cuti!



Ele é o Lucas, irmão da Lara, destronado
há 3 meses em fase de Pré-Aborrescência.
Até então ele era Lucas o caçula, cuti cuti
da familia. Quando ele chega na casa dos avós,
todos o atropelam para ir correndo pegar a Larica.
Preciso dizer mais alguma coisa?

Foto: Lucas pelo primo aborrescente

25 dezembro, 2009

Qualquer coisa assim...

Nos últimos anos, trocam-se mensagens de aniversário e de boas festas com pessoas que não vejo desde que esses últimos anos começaram. Pessoas com quem não falo desde então, a não ser pelas mesmas mensagens de todos os anos que fluem como um compromisso agendado apenas pelo habito de ser cortez.

Atado a isso o rsvp dos agradecimentos. Um circulo vicioso em ser polidamente educado quando seria melhor deixar passar, porque quem está do outro lado desse "lembrar com data marcada", sabe que a mensagem é pro-forma, followords e não um desejo sincero que é dado por querer e não por obrigações auto iimpostas.

A conversa se repete: que o carinho continua o mesmo, que me querem todo o bem deste mundo e saber se estou feliz é o mais importante, que se for essa a minha vontade posso aparecer para uma visita ou disponibilizar-me a um chá acompanhado de dois dedos de conversa, etecéteras.

Apesar de nada disto me incomodar, a simpatia após a distância, o querer manter contato quando pouca coisa resta que o justifique acaba me deixando triste, por pouco tempo é claro, ao menos até o próximo ano e nas mesmas datas faça chuva ou sol.

A minha vontade agora é a de seguir em frente e não voltar aos lugares onde um dia julguei querer ser feliz.

12 abril, 2008

Amizade

Nem pretendia postar nada hoje, estou apenas à toa ouvindo música com um olho na Tv e me chamou atenção o filme que está passando: A Menina e o Porquinho.

Resumindo um pouco para chegar ao ponto que quero abordar: Wilbor é um porquinho que foi adotado por uma menina. Depois de algum tempo ele se muda para um celeiro onde conhece seus novos amigos, o mais importante deles foi Charlotte, uma aranha chique, inteligente, criativa e que possui o dom de escrever em suas teias.

Ela faz de tudo para usar seu dom e inteligência para salvar o Wilbur de um destino doloroso para ele. De uma forma ou de outra, ele sempre está sendo sentenciado à morte. A idéia de Charlotte foi fazer com que as pessoas acreditem que ele era um pouco diferente, especial e era isto que ela escrevia nas suas teias. Ela argumentava que as pessoas dão muito crédito ao que lêem.

O que me chamou atenção foi que quase ninguém conseguia ver que quem era muito especial mesmo era Charlotte e seu dom. Tá: coisa de ficção!!! Acho, apesar do aspecto ficcional, que é uma verdade que permanece: a imagem de muitas pessoas é feita pelo trabalho, inteligência e ação de outros.
Charlotte conseguiu seu intento. E Wilbur escapou do seu "infalível" destino: "Ele vai morrer até ficar bem velhinho".

Uma palavrinha de Charlotte me tocou muito. Em seu último diálogo, ela fala sobre a vida das aranhas. Wilbur lhe pergunta por que ela fez tudo aquilo por ele; Charlotte responde que ele tem sido seu amigo e isso já era uma coisa tremenda
"Afinal, o que é a vida mesmo? Nós nascemos, vivemos um pouco e morremos. A vida de uma aranha não deixa de ser uma coisa meio confusa com todas essas teias e comendo insetos; te ajudando, talvez eu estivesse tentando melhorar um pouco a minha vida."

E fiquei pensando em como a gente pode lembrar um pouco dos outros em nossos poucos momentos de vida, tentando ajudá-los a se sentir melhor, ter um rostinho mais alegre diante das tremendas dificuldades e destinos até cruéis que a vida parece impor. Esquecer um pouco a confusão das nossas próprias teias (nosso viver).

Uma teia é matematicamente repetitiva. Sua forma chega a parecer, em certos trechos, um labirinto monótono. Vale o esforço para ter amigos, pessoas que gostam de nós pelo que fizemos, pelo tanto que nos damos, ou pelo fato de ser amigo sem nada pedir, sem nada questionar, com respeito, com carinho. Ainda acredito nisto. Sem fazer dos outros uma extensão nosso eu, do nosso orgulho, do egoísmo, de interesses que eles nem fazem idéia, sem hipocrisia. Amizade é realmente algo muito especial.

18 março, 2008

Reciclar, Fluir e Tchammmmmm



A lata de refrigerante que você acabou de jogar fora pode virar matéria-prima na fabricação de uma bicicleta. E a garrafa do vinho de ontem pode se transformar em um frasco de perfume nas próximas semanas. Descubra aqui como isso é possível.

Há alguns anos, aderi à coleta seletiva de lixo. A iniciativa contou com a ajuda da familia já que todos concordaram em não mandar para o lixo materiais que poderiam ser reciclados ou reaproveitados já que trabalho com artesanato e muitas coisas acabavam virando cestos, tijelas, abajours e etc.

Na prática, funciona assim: em diferentes sacos, separo vidro, metal, plástico, papel e lixo orgânico. O que será encaminhado para a reciclagem é lavado antes de ser descartado. Quando os sacos estão cheios, o material é colocado nas latas específicas para esse uso, em pontos de coleta da Rede Pão de Açucar.

Uma cooperativa recolhe tudo e essa não é uma atitude isolada. Atualmente, existe um grupo crescente de pessoas que adere à coleta seletiva de lixo. Prova disso é que o Brasil possui índices nesse quesito que estão à frente de muitos países europeus e dos Estados Unidos.

Segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), uma associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem, somos um exemplo de reaproveitamento de muitos materiais. Reutilizamos 96,2% das latas de alumínio. Também lideramos a reciclagem de garrafas PET, com 47% de reúso. Esse número é superior ao da Alemanha e ao dos Estados Unidos.

Por que tudo isso? A ação de cada um pode, sim, fazer a diferença para diminuir o acúmulo de lixo nos aterros sanitários, reduzir a exploração do meio ambiente e muitos outros motivos que poderíamos citar. Mas existe uma razão, em especial, que não podemos esquecer.

Reciclar, que significa dar novo uso a algo que já “morreu”, faz parte do ciclo da natureza – de vida e morte –, para gerar uma nova vida. Quando acumulamos garrafas plásticas, latas e embalagens de vidro em um aterro, quebramos esse movimento natural e acumulamos lixo, no sentido literal da palavra. Aderir à reciclagem é, assim, fazer o ciclo da vida fluir.

BULA PARA RECICLAR

PLÁSTICO
Reciclável
• Embalagem de alimento
• Embalagem de produtos de beleza
• Embalagem de produtos de limpeza
• Tampas
• Peças plásticas
• Brinquedo

Não Reciclável
• Espuma
• Celofane
• Embalagem a vácuo
• Fralda descartável
• Adesivo

METAL
Reciclável
• Lata de bebidas e alimentos
• Panelas
• Ferragem
• Fios elétricos
• Chapas
• Embalagem de alumínio, cobre e aço.

Não Reciclável
• Lata de aerossóis
• Lata de tinta
• Pilha normal
• Pilha alcalina
• Lata de inseticida
• Lata de pesticida

FIQUE ATENTO: as pilhas falsificadas – vendidas a preços mais baixos, muitas vezes em bancas de rua – possuem maior quantidade de metais pesados do que as feitas por fabricantes conhecidos. Os metais pesados, quando descartados, causam a contaminação do solo e dos lençóis freáticos,

PAPEL
Reciclável
• Jornal
• Papel de impressora
• Saco de papel
• Papel de escritório
• Revista
• Impressos em geral
• Papelão
• Embalagem do tipo longa vida

Não Reciclável
• Papel engordurado
• Carbono
• Celofane
• Papel plastificado
• Papel parafinado (fax)
• Papel metalizado
• Papel laminado
• Papel toalha e higiênico
• Papel vegetal

VIDRO
Reciclável
• Copo
• Frasco de remédio
• Jarras
• Garrafa
• Vidro colorido

Não Reciclável
• Travessas feitas com vidro temperado
• Espelho
• Tubo de TV
• Lâmpada
• Óculos
• Cristal
ABRACADABRA

LATAS DE ALUMÍNIO

PASSO 1: as latas são coletadas por cooperativas em escolas, supermercados e condomínios.
PASSO 2: são prensadas e empacotadas por sucateiros para facilitar o transporte.
PASSO 3: seguem para a indústria de fundição.
PASSO 4: em fornos, com temperaturas acima de 660 ºC, as latas são derretidas.
PASSO 5: saindo do forno, o alumínio derretido é transformado em lingotes (barras ou tiras de metal fundido).
PASSO 6: os lingotes são revendidos aos fabricantes de lâminas de alumínio, que, por sua vez, revendem à indústria de alumínio.


NOVA UTILIDADE: latas novas ou acessórios de carros, bicicletas e todo tipo de objeto que use alumínio no processo de fabricação.


VIDRO

PASSO 1: é coletado e separado por cor (verde, marrom ou transparente).
PASSO 2: o que foi selecionado é submetido a um eletroímã para a retirada de qualquer tipo de metal, como resíduo de tampas.
PASSO 3: segue para um processo de lavagem em grandes tanques com água.
PASSO 4: vai para uma esteira ou mesa para a retirada de impurezas, como pedras, outros vidros, terra, plásticos.
PASSO 5: os objetos (garrafas, frascos) são colocados em um triturador, que transforma o vidro em cacos homogêneos. Esses cacos vão para uma esteira, que os leva a um segundo eletroímã, que retira qualquer metal que ainda tenha permanecido.
PASSO 6: por último, o material é armazenado e encaminhado à indústria vidraceira, que o submeterá a temperaturas entre 1000 e 1200 ºC e irá transformá-lo em novos artefatos de vidro.


NOVOS PRODUTOS: garrafas e frascos. Também é usado na indústria de fibra de vidro e serve de matéria-prima para objetos como pranchas de surfe.


PAPEL

PASSO 1: é separado do lixo comum e vendido a sucateiros, que o enviam a depósitos.
PASSO 2: o papel é prensado, colocado em fardos e repassado a profissionais chamados aparistas.
PASSO 3: os aparistas classificam as aparas e revendem à indústria papeleira como matéria-prima.
PASSO 4: na fábrica, o papel entra em um grande liquidificador, denominado Hidrapulper, que o desfaz e mistura água para que se forme uma pasta.
PASSO 5: são aplicados compostos químicos para tirar a tinta do papel e outras substâncias.
PASSO 6: a pasta é branqueada com compostos de cloro e encaminhada às máquinas de molde do papel.


NOVOS PRODUTOS: cadernos, revistas, jornais.

GARRAFAS DE PLÁSTICO

PASSO 1: as embalagens de plástico e PET são retiradas do lixo comum.
PASSO 2: são separadas por cor e prensadas. Isso facilita o destino final do produto para que seja mantida a uniformidade de cor.
PASSO 3: em grandes trituradores, as embalagens são moídas e transformadas em flocos.
PASSO 4: passam, então, por um processo de lavagem e descontaminação.
PASSO 5: os flocos são separados e armazenados para o transporte.
PASSO 6: é distribuído para diferentes indústrias – o polímero de PET é muito versátil e pode ser utilizado em diversos segmentos.


NOVOS PRODUTOS: tapetes, carpetes, vassouras, escovas, tecidos, forrações, cordas, filtros.
PLÁSTICO RÍGIDO (baldes, cabides e outros objetos)

PASSO 1: coletado do lixo, separado e embrulhado em fardos para o transporte.
PASSO 2: passa por um processo de moagem, lavagem e secagem.
PASSO 3: entra em um aparelho chamado aglutinador, que aquece o material e o transforma numa pasta.
PASSO 4: acrescenta-se água em pequenas quantidades para aumentar sua densidade.
PASSO 5: o material é transformado em tiras, como um espaguete. As tiras sofrem um banho de resfriamento para se solidificarem.
PASSO 6: elas são picotadas até virarem grãos (pellets) e revendidas à indústria plástica.


NOVOS PRODUTOS: baldes, conduítes, acessórios para automóveis, cabides.

PNEUS

PASSO 1: retirados e coletados do lixo e encaminhados à indústria de reciclagem.
PASSO 2: o pneu é cortado em lascas e limpo em um sistema de peneiras.
PASSO 3: as lascas são moídas e passam por um tratamento químico para a desvulcanização da borracha.
PASSO 4: o produto obtido da desvulcanização é refinado em grandes moinhos.
PASSO 5: obtêm-se uma manta de borracha ou grãos.
PASSO 6: são armazenados e enviados à indústria de borrachas.


NOVOS PRODUTOS: tapetes para automóveis, solados de sapato, adesivos, passadeiras.

02 março, 2008

Curso Abril 2008 - Nana Neném

O mês de tabalho intenso regado a baladas todos os dias deu nisso:





Obs: Fe não aparace no video não é porque deixou de ir nas baladas, diria que foi porque ela aguenta bem a jornada de 24 horas, mesmo que depois de 1 mês ela acabou entrando numa hibernação que terminará amanhã já que o esforço rendeu frutos e ela é a mais nova contratada (designer) da empresa...

Oh coisa mais coruja!

12 fevereiro, 2008

Pra quem precisa escrever

1. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, conforme deve ser do conhecimento de V. Sa. Outrossim, tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.
2. Evite abrev., etc.
3. Anule alterações altamente abusivas.
4. "não esqueça das maiúsculas", como já dizia Carlos Machado, meu professor lá no colégio Santa Efigênia, em Salvador, Bahia.
5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out, palavras de origem portuguesa estão in.
8. Seja seletivo no emprego de gíria, bicho, mesmo que sejam maneiras. Sacou, mané?
9. Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é sempre um erro.
11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar repetitiva. A repetição vai fazer com que a palavra seja repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu pai: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes, isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
15. Seja mais ou menos especifico.
16. Frases com apenas uma palavra? Corta!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Use a pontuação corretamente o ponto e a virgula especialmente sera que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Nunca use siglas desconhecidas, conforme recomenda a A.G.O.P.
21. Exagerar é 100 bilhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Seu texto fica horrivel! Sério, cara!!!
25. Evite frases exageradamente longas, por dificultarem a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteudo acessivel, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensiveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a lingua.
27. Seja incisivo e coerente. Ou talvez seja melhor não...

(Derli Kraemer)

28 dezembro, 2007

Que Deus é o Seu?



Quem é o seu Deus? Diante dessa pergunta tão inesperada, nenhuma resposta seria melhor do que o silêncio. E mais perguntas: “Quem é o Deus em que eu acredito? Quem está no lugar dele, se resolvi eleger outras prioridades na vida? Que relação tenho com ele? Íntima, distante, fria, ocasional? Ou realmente já fechei questão de que ele não existe?”

Uma hora na vida a gente vai se fazer essas perguntas seriamente, e quando a gente fizer, vale a pena escutar o que dizem as pessoas que já fizeram - e saber algumas das respostas que elas encontraram ou, então, o que as deixou perplexas e fascinadas. Pela quantidade de livros que falam do assunto atualmente, muita gente já colocou para si mesma essas questões. A mais recente onda, por exemplo, é a dos livros escritos por cientistas especializados em neurociência, genética, matemática, física e biofísica. Eles, como outros autores que se arriscam nesse tema, revelam dados surpreendentes. E você nem imagina quanto.

Se alguém quisesse deixar Einstein irritado, era só insinuar que ele era ateu. Não só ele não se considerava ateu, como nutria uma certa antipatia por quem não acreditava em Deus (calma, se você não crê, também existem grandes nomes da ciência que vão lhe dar razão). Segundo sua biografia recém-lançada, Einstein, de Walter Isaacson, o físico alemão costumava dizer que os ateus haviam conseguido se libertar dos grilhões por não acreditarem mais num Deus infantil, mas que ainda assim sentiam o peso das correntes por não conseguir conceber a idéia de um Deus revelado na harmonia do Universo.

Era justamente a dança do cosmo, das galáxias aos átomos, que fascinava Einstein. Aquilo tudo não podia ser por acaso. A sincronia que ele conseguia vislumbrar como cientista sempre o deixou reverente. Mas vale perguntar: quem era esse Deus em que Einstein acreditava?

Não era ninguém com quem se pudesse manter uma relação pessoal, seja rezar, seja adorar. Era mais como uma Inteligência impessoal, uma Grande Mente que ressoava na música das esferas celestes, que estava presente em tudo e em todos, e de quem ninguém era objetivamente separado. Einstein, apesar de ser judeu e ter estudado numa escola católica, tinha simpatia pelas idéias budistas e essa forma não pessoal da divindade o interessava muito. Na verdade, ele enxergava o Absoluto em todas as manifestações. E aqui, junto com Einstein, chegamos a um ponto fundamental. Cada um acredita, ou deixa de acreditar, no seu Deus. Quando alguém diz que não crê em Deus, é preciso perguntar: em qual?
Onde tudo começa

A idéia que temos de Deus é formada na psique durante a tenra infância, dos 3 aos 7 anos, de acordo com o criador da Psicologia Analítica, o suíço Carl Gustav Jung. Ele foi um dos primeiros investigadores da psique a se interessar por esse assunto. Jung chamava essa idéia primordial, ou arquétipo, de Imago Dei ­ imagem de Deus. Ele afirmava que essa imagem formada na infância continua a influenciar nossa vida, ainda que, quando adultos, digamos que deixamos de acreditar em Deus. Dizia Jung que mesmo um ateu ou agnóstico usará essa imagem como ponto de referência, mesmo que seja para não crer nela. Em outras palavras, você pode até não acreditar em Deus, mas não vai se livrar desse conceito imaginário tão facilmente. A Imago Dei continuará firme e forte como uma marca indelével em sua psique. “Essa influência está sempre ali como pano de fundo para tudo o que desejamos na vida, estejamos conscientes disso ou não”, afirma o psiquiatra e psicanalista junguiano Luiz Geraldo Benetton.

E sabe como se dá o processo da formação da Imago Dei em nossa psique? Ela é construída a partir do acolhimento e do amor que tivemos de nossos pais. Portanto, afirmava Jung, Deus será, para nós, mais amoroso e próximo, ou mais rígido e distante, de acordo com o relacionamento que tivemos com nossos genitores. Há algum tempo fizeram uma pesquisa muito interessante: pediram para crianças de 5 a 6 anos de pequenos vilarejos do Leste Europeu para desenharem Deus. Elas viviam em lugares isolados e não foram expostas à mídia ou à influência de igrejas. “O mais interessante é que todas fizeram os traços de Deus com aspectos ou qualidades de seus pais”, diz Benetton. Pode-se dizer que pais amorosos e acolhedores nos ajudam a ter uma imagem mais positiva de Deus e que pais mais autoritários ou frios podem influenciar numa imagem mais punitiva ou distante.

Dependendo do caso, essas associações de infância podem ser bastante positivas. Por exemplo, o escritor Michael Cunningham, autor do romance As Horas, imagina Deus como uma mulher bondosa e negra, assim como foi sua babá. “Considero que essas imagens se formam bem cedo em nossas vidas. Quando penso em Deus, penso nela”, confessou ao cineasta Antonio Monda, que entrevistou atores, escritores e diretores de cinema para escrever o livro Deus e Eu. Para a maioria das pessoas, Deus está ligado à imagem de um ser que satisfaz nossas necessidades. Se eu quero isso, peço para Deus, se quero aquilo, ele também me dará. “Numa escala de 1 a 9 que pudesse medir a compreensão que temos de Deus, a maioria das pessoas não ultrapassaria o nível 3. O entendimento que temos do Criador é ainda de um provedor, como o pai e a mãe, que está no céu para atender às nossas vontades.”

Lembra aquelas cartas que as crianças escreviam para Deus em um livro infantil? Numa delas, uma menina de 8 anos resume bem nossa relação com o Criador. A garota escreveu: “Querido Deus, muito obrigado pelo meu irmãozinho. Mas quando rezei para o Senhor, na verdade tinha pedido um cachorro...” Muitas pessoas acham que o processo é este: a gente pede uma coisa, e o Todo-Poderoso parece que dá outra. E nos conformamos repetindo o ditado que diz que Deus escreve certo por linhas tortas.

Porém, uma pequena porcentagem das pessoas consegue ultrapassar suas necessidades infantis e amar a Deus acima de todas as coisas, isto é, acima do que possa acontecer a elas, pessoalmente. Elas encontram o sagrado não só no Universo, mas dentro de si e na sua relação com os outros.

Essa é uma boa deixa para perguntar: “Quem é Deus para mim? Um provedor? Uma inteligência cósmica? Um ser próximo e amoroso? Um estado de amor perene e impessoal?” É bom deixar isso claro antes de partir, se for o caso, para sua negação.
A linguagem de Deus

O cientista Francis Collins é o diretor responsável pelo Projeto Genoma. Ao tentar desvendar o mapeamanto genético do ser humano, foi tomado por intenso sentimento de veneração a Deus, com base no que reconheceu como sendo uma das suas mais intrincadas criações: o DNA. Escreveu ele em seu livro: “Hoje estamos aprendendo a linguagem pela qual Deus fez a vida. Estamos ficando cada vez mais admirados pela complexidade, pela beleza e pela maravilha da dádiva mais divina e mais sagrada de Deus”. Como Einstein, Francis Collins não é bobo. Seu Deus não é um homem velho de barbas brancas. Detalhista, ele resume no livro as diferentes visões históricas de Deus e como elas espelham a sociedade política, social e econômica de uma época. Com bom humor, também analisa as mais recentes concepções de Deus - por exemplo a que coloca Deus como o mais perfeito e inteligente designer do Universo. A idéia surgiu em 1991 com o livro Darwin em Julgamento, de Phillip Johnson, um profesor da Universidade de Berkeley, na Califórnia. Segundo ele, a teoria da evolução não seria suficiente para explicar a perfeição da natureza, do DNA ao universo atômico, das constelações aos microorganismos. Pois haveria uma inteligência por trás disso, a ID (Inteligent Design). Essa teoria foi abraçada por outro professor, William Dembsky, um matemático especialista em ciências da computação que analisou as probabilidades estatísticas de tanta perfeição (sim, a conclusão é que é matematicamente impossível que o Universo seja obra do acaso ou apenas da evolução).

Esse Deus criador impessoal, mas distante, me faz lembrar de um vizinho, que resumia sua relação com o Criador da seguinte forma: “É a mesma que tenho com o síndico do prédio. Sei que ele está tomando conta de tudo e, às vezes, o encontro no elevador”. Isto é, ele deixava tudo a cargo da administração geral. Nos momentos de aperto chamava o chefão para um papo. Ou então deixava por conta dos encontros fortuitos. Existe muita gente assim.
A nova onda

Ainda existem dezenas de outros conceitos sobre Deus na área científica. A tendência atual, no entanto, é o conceito do BioLogos, o Deus que “usa” a evolução para aperfeiçoar seu projeto. De acordo com essa visão, defendida pelo próprio diretor do Projeto Genoma, a criação não seria tão perfeita assim (“o que dizer do apêndice?”, pergunta). Segundo Collins, a criação é um projeto em direção à perfeição, constantemente reformulado e aperfeiçoado com base na lei da evolução. Assim, matamos dois coelhos de uma tacada só. Não se é nem só criacionista nem só darwinista, mas um pouco de cada coisa.

No Brasil, o professor-titular de neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Raul Marino Jr., também dá uma importante contribuição à discussão sobre Deus, com seu livro A Religião do Cérebro, que analisa a possibilidade de uma área cerebral responsável pelo conceito de Deus. O doutor Marino traz a pesquisa do neurocientista americano Michael Persinger, que foi capaz de isolar no cérebro a zona (o lobo temporal direito) responsável por uma sensação mística de transcedência, sensação que pode ser reproduzida em laboratórios com a estimulação de campos magnéticos transcranianos.

Outra pesquisa relatada por ele mostra que os processos místicos ou espirituais se valem das mesmas estruturas neurais do cérebro que o processo sexual, embora tenham origens diferentes (o processo sexual é acionado pelas sensações e o místico se inicia diretamente no hipotálamo). Por isso é que tantos santos descreveriam o êxtase e a sensação de união com Deus de forma tão erótica. Não é para menos, tudo acontece no mesmo meio-de-campo dentro do cérebro. Porém, longe de querer provar a não-existência do Criador com essas pesquisas, o médico traça um caminho em que elas só comprovam uma existência maior - e que se vale dos nossos processos neurológicos para se manifestar.
Deus e o solo de sax

Um incomensurável oceano de amor que habita tanto o cosmo quanto nosso coração é a matéria-prima de muitas religiões. É dele que falam os evangelhos cristãos, o Alcorão ou a Torá. É um Ser que quer a relação com suas criaturas, no nível delas, e da maneira que elas são capazes. “Esse Deus que aceita meus trancos e barrancos me interessa”, afirma a psicóloga paulista Maria Helena Monti. “Ele me parece mais real”, diz ela. É para garantir essa relação mais próxima com o sagrado que as religiões oferecem uma legião de intermediários em nossa relação com Deus: santos, anjos e arcanjos, virgens e mestres, ou a própria divindade, mas encarnada como ser humano, como Jesus ou Krishna. Se Deus é o Absoluto Supremo, os intermediários mais próximos a nós parecem compreender melhor nossas fraquezas e limites. Às vezes é mais fácil começar por eles.

Mas como realmente amar aquele que só é Amor e nos aproximarmos mais dele, com todas nossas limitações? No livro Como os Pinguins me Ajudaram a Entender Deus, o pastor americano Donald Miller dá um bom exemplo. Ele diz que não gostava de jazz por ser uma música impossível de ser definida, difícil de entender e muito distante dele mesmo - mais ou menos como o conceito que ele tinha de Deus. Até que viu um homem tocando um solo de jazz no saxofone numa esquina de sua cidade. Durante 15 minutos, o músico parecia estar completamente embevecido e extasiado com a experiência. Naquele momento, Donald Miller achou que poderia começar a gostar de jazz. “Algumas vezes você precisa ver alguém amar muito alguma coisa antes mesmo de você conseguir amá-la. É como se a pessoa estivesse lhe mostrando o caminho”, diz ele.

Hoje muitas pessoas parecem estar mostrando o caminho de como amar a Deus - sejam cientistas, teólogos, filósofos ou o músico da esquina. É só começar a prestar atenção.
Para saber mais

Livros:
• A Linguagem de Deus, Francis Collins, Gente
• A Natureza Ama Esconder-se, Shimon Malin, Horus
• A Religião do Cérebro, Raul Marino Jr., Gente
• Como os Pinguins me Ajudaram a Entender Deus, Donald Miller, Thomas Nelson Brasil
• Deus e Eu, Antonio Monda, Casa da Palavra
• Deus, um Delírio, Richard Dawkins, Companhia das Letras
• Eclipse de Deus, Martin Buber, Verus
• O Delírio de Dawkins, Alister McGrath & Joanna McGrath, Mundo Cristão
• Vivenciando Deus, Leonardo Boff, Vozes
• Einstein, Walter Isaacson, Companhia das Letras
dezembro/janeiro de 2008

29 novembro, 2007

PoiZé

" Resultado dos processos contra jornalistas garante a liberdade de imprensa

O lulismo tentou usar os tribunais para sufocar os jornalistas. E se deu mal. O que aconteceu foi o contrário. Os processos contra os jornalistas, em particular os da VEJA, ajudaram a criar uma base jurídica em garantia da liberdade de imprensa. Nos últimos anos, fui mais útil como réu do que como colunista. Nesta semana, saiu outra sentença exemplar: a do juiz Manoel Luiz Ribeiro, que julgou improcedente a ação de Paulo Henrique Amorim contra mim. Paulo Henrique Amorim me processou por causa de uma coluna sobre o portal iG. Essa mesma coluna, intitulada "A Voz do PT"(leia aqui),, me rendeu um total de dez processos. Até agora, oito foram julgados. Papei os oito."

Diogo Mainardi

19 setembro, 2007

CONFUSÃO



preciso tempo...

Pode ser que amanhã me sinta melhor, semana que vem talvez...

Por hoje deu!

Semana 15 Setembro 2007

  • Restos de vergonha, ou apenas mais um lixo básico enviado para debaixo do tapete:
Democracia de baixa qualidade
A absolvição de Renan Calheiros por seus pares na sessão secreta do Senado é o resultado de ao menos quatro fatores fundamentais, relacionados entre si.
1º A conivência de outros parlamentares com os atos praticados por Calheiros, 2º O voto secreto dos representantes eleitos do povo num assunto de interesse público e no qual atuam como representantes populares, e não em caráter individual... permite aos legisladores agir de acordo com suas conveniências pessoais, sem ter de prestar contas àqueles que os elegeram e dos quais são mandatários. 3 A força de Calheiros dentro de seu partido, o PMDB, que acabou por hipotecar-lhe apoio de forma majoritária. Já para as instituições brasileiras, o episódio é muito danoso. O grande descrédito em que se achava mergulhado o Congresso após a absolvição dos envolvidos com o "Mensalão" apenas aumenta com essa nova decisão dos senadores, tomada à revelia das expectativas manifestas da população em geral e da opinião pública, em particular. Embora isto não signifique que há risco de sobrevivência para a democracia, pode-se dizer que ela opera em nosso país com um nível de qualidade bastante baixo.
Cláudio Gonçalves Couto

A triste história dos senadores invisíveis
absolvição de Renan é uma ópera, em que os atores foram escondidos pelo voto secreto.A coisa mais grave no episódio renan Calheiros não é sua absolvição, mas a maneira como ocorreu o processo.
A decisão foi tomada numa sessão fechada, por meio de voto secreto. Os senadores, mesmo aqueles que votaram pela cassação, por um instante tornaram-se invisíveis para a sociedade que os elegeu. Ninguém sabe como cada senador efetivamente votou. Essa invisibilidade feriu dois princípios básicos da democracia.

O primeiro é que os representantes devem decidir os destinos da coletividade de forma pública.
Além disso, como o povo é o verdadeiro soberano no regime democrático, os políticos precisam prestar contas ao eleitorado que os escolheu. Na “calada da tarde”, como disse um jornal, os rumos do Brasil foram definidos num cenário de trevas, bem longe dos ideais democráticos. Tal dia poderá ser conhecido no futuro como a triste história dos senadores invisíveis. Como uma ópera, a invisibilidade dessa história pode ser contada em três atos.

No início, procurou-se postergar e evitar a apuração de todas as maneiras. O senador Renan Calheiros parou o Senado por 120 dias. E as denúncias não paravam de chover sobre a cabeça do presidente da casa, que respondia a elas de uma forma num dia, para ser pego de surpresa
na manhã seguinte, com a revelação de novos fatos.

O primeiro ato da ópera terminou quando o Conselho de Ética aprovou a peça acusatória contra Renan Calheiros, levando o caso ao plenário, que decidiria pela absolvição ou cassação do mandato. É preciso ressaltar o avanço democrático representado por esse passo. Nunca uma investigação de um presidente do Senado tinha sido tão profunda – e não há dúvida de que o cargo já fora ocupado por políticos com problemas éticos iguais, ou até piores, que os enfrentados por Renan. A democracia brasileira coloca hoje muito mais holofotes sobre os políticos.

O segundo ato, contudo, veio para mostrar os limites de nossa democracia. A transparência e a obrigação de prestar contas aos representados se tornaram inviáveis no momento mais invisível de toda a história: o processo de votação. Por ser secreto, ele só poderia ser acompanhado pelos próprios senadores. Na hora da eleição, os políticos procuram obstinadamente a população, lutando para não ficar invisíveis.

No momento em que definiram o destino de um de seus pares, os senadores
se esconderam como se estivessem numa caverna escura, bem distante dos cidadãos. Além da sessão, o voto também foi secreto. Se ninguém sabe quem votou no que, mais difícil ainda é saber quais foram os motivos que levaram à decisão final. O medo pode ter sido um dos principais personagens daquela fatídica tarde. Corre o boato de que o senador Renan Calheiros fez chantagens contra vários colegas.

A estratégia intimidatória do presidente da casa dizia: “Há mais ‘Renans’ aqui do que eu. Vocês querem que eu revele este segredo?”. Tais histórias não serão conhecidas pelo grande público, protegidas pela invisibilidade do processo.


O grand finale do segundo ato foi a absolvição de Renan Calheiros. A maioria dos senadores não sabia explicar o que houve. É bem provável que o desfecho só tenha sido possível graças ao seguinte – e secreto – acordo com o governo: o mandato do presidente do Senado seria mantido, mas ele entraria em licença caso sua presença atrapalhasse a votação da CPMF.
O terceiro ato mal começou. Seu enredo tem a ver com as conseqüências da decisão. Nunca conheceremos o voto de cada senador. Mas esses políticos terão de passar por novas eleições.

E aí será a hora de elegermos apenas aqueles que se comprometerem a lutar contra qualquer tipo de votação secreta no Legislativo. Se perdermos a chance, só ficará na memória o dia em que aconteceu a triste história dos senadores invisíveis.

Fernando Abrucio

Me engana que eles gostam
Você que está lendo essa nota provavelmente saiu de casa na quarta-feira, 12, razoavelmente seguro de que seria o último dia de Renan Calheiros na presidência do Senado. Era o que previam os jornais, com base nas declarações de voto da maioria absoluta dos senadores. Mesmo os cálculos mais cautelosos vinham acompanhados pela expectativa de um movimento de última hora no rumo cassação. Pois sim... Enquanto fazíamos apostas, os políticos faziam contas.
Ricardo Amaral

  • Falando de amenidades, enquanto o lixo corria no congresso a moçada só tinha olhos para o "acontecimento do ano":
Daniella e Wolff dizem sim na Marina da Glória, no Rio: noivo judeu e noiva católica, não houve cerimônia religiosa, só civi

.
A NOIVA A modelo Daniella Sarahyba já media 1,70 metro quando foi descoberta, aos 11 anos, pelo então booker Sérgio Mattos. Aos 13, fez seu primeiro trabalho fora do Brasil, em Munique, na Alemanha. Hoje, é garota-propaganda da C&A (há um ano, substituiu Gisele Bündchen), da Cia. Marítima, da Datelli, da Gap, da Lacoste e da Victoria's Secret. Já desfilou para Carolina Herrera, Guess e Ralph Lauren.

O NOIVO
Wolff Klabin é o primogênito de Rosa e Armando Klabin. Seu pai é presidente do conselho deliberativo da Klabin Papel e Celulose, uma das maiores empresas do país, que, no primeiro semestre deste ano, teve receita acumulada de 1,4 bilhão de reais e lucro líquido de 372 milhões de reais. Wolff trabalha em um fundo de investimentos. Embora não atue na empresa da família, é suplente do pai na presidência do conselho.

  • Tribos do país podem perder línguas, avisa relatório
Nas tribos indígenas do Brasil estão algumas das línguas nativas mais ameaçadas de extinção no planeta. De acordo com um relatório divulgado hoje, pela National Geographic Society e pelo instituto Living Tongues, os idiomas nativos de muitos índios brasileiros são substituídos pelo português, pelo espanhol e pelas línguas nativas mais fortes.

As tribos que têm os idiomas mais ameaçados estão concentradas perto da fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, há menos de 20 índios capazes de falar o idioma ofayé. Menos de 50 conseguem falar o guató. Conforme os pesquisadores da National Geographic e da Living Tongues, a área é de "alto risco" para línguas ameaçadas de extinção.

Outra área, próxima ao rio Guaporé, em Rondônia, também tem idiomas ameaçados, como o wayoró, falado por apenas 80 pessoas. Os pesquisadores dizem que a área é "uma das mais críticas" para as línguas nativas, já sofre a influência do português da Amazônia brasileira, do espanhol falado na Bolívia e dos idiomas quécua e aymara, da região andina boliviana.

Cultura - O alerta sobre as línguas nativas brasileiras é parte de um projeto que documentou todos os idiomas ameaçados do planeta. Metade das cerca de 7.000 línguas faladas hoje no mundo deve desaparecer ainda neste século. A cada 14 dias, em média, um idioma morre no mundo. "Com a extinção de uma língua, uma cultura toda se perde", diz o documento divulgado nesta quarta.



18 agosto, 2007

Como é fácil enganar um homem

Homens, em tudo pensam grande e perfeito. Desculpe, nem tudo é preciso ser grande, o celular pode ser pequeno, mastem que ser perfeito.

Todos sabemos que suas façanhas, conquistas e romances incluem “grandes” mulheres, “grandes” noites de paixão e “grande” desempenho, mesmo que o "ator" principal nem seja tudo o que o seu "agente" prega ou acredita!

Mas não é esse o assunto que gostaria de abordar, ou talvez seja por esse pensar grande e levando em conta que homem e razão nem sempre são tão compatíveis como eles pregam já que é a teimosia que guia o homem e não a razão, por mais que se prove determinados fatos, ele, o homem, sempre dá um jeito de ter "razão", mesmo que lhe sobre teimosia e falte razão...

Exemplos do dia-a-dia: Um homem nunca está perdido, ele apenas resolveu fazer outro caminho, mesmo que lhe custe uns 50kms a mais.

- Parar para pedir nformação? Tá maluca santa?

Se você quiser pagar o mico de ouvir que você está no extremo oposto de onde deveriam estar, vá em frente, mas não reclame de passar o caminho de volta ouvindo que a culpa foi sua por um motivo qualquer. Ou, relaxe e aproveite a paisagem.

Não existe explicação para essa falta de razão ou excesso de teimosia do homem. Como também não se explica o inexplicável fato de eles viverem dizendo que nós, mulheres, somos umas sonhadoras e nos iludimos e acreditamos em qualquer coisa.

Ou seja: somos fáceis de enganar...

Finalmente entrei no assunto, o fato é que o homem não admite enganos ou ser enganado, mas é ele o único responsável pelos seus enganos e como uma vez ouvi de um: “Como é fácil enganar um homem", com propriedade e razão, aqui muita razão,a maioria gosta de se iludir e ser enganado.

Voces devem estaar seperguntaandoo que essas fotosde make-up estrão fazendo neste post.

Explico, elas servem para ilustrar a pergunta que quero fazer, e que justifica o título do mesmo
Pergunto a qualquer um, olhando as fotos, em qual delas eles jogariam seu "xaveco" sem a produção final?

Então, homem gosta mesmo de se iludir que tem razão, e que me perdoemosmaisnervosos, fica muito fácil enganar esses "espertos".

18 julho, 2007

Relaxar e Gozar?

"Relaxa e goza porque você esquece todos os transtornos depois [ao chegar ao destino", disse durante o lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007-2010.

"Isso é igual a parto. Depois esquece tudo."

"Quero pedir desculpas aos turistas e a todos os brasileiros pela frase infeliz que proferi hoje, ao término de uma entrevista coletiva. Não tive por intenção desdenhar, muito menos minimizar os transtornos que estão sendo enfrentados pelos usuários do transporte aéreo."

por Marta Suplicy Ministra do Turismo

Em países nos quais seus governantes são pessoas sérias, frases como essas jamais seriam ditas para que retratações fossem necessárias.

Nesses mesmos países, acontecimentos como os de ontem em São Paulo são chamados de FATALIDADE, infelizmente este não é um país cujos governantes em sua maioria possam ser creditados como sérios e o que aconteceu ontem em São Paulo é chamado de CONSEQUÊNCIA .

Não escrevo só pelo que leio ou vejo, escrevo pelo que vivo e sinto...

Hoje eu sinto tristeza pelos que perderam seus amigos e familiares num acidente que poderia ser evitado, já que, depois de 45 dias em reformas, Congonhas teve suas áreas vips e lojas modernizadas, mas a conclusão da reforma de suas pistas foi deixada para depois.

E eu fico pensando: será que o motivo para que tais reformas não fossem concluídas é porque passou pela cabeça de alguém alguma coisa como: "Ranhuras para evitar derrapagem? Seriam mesmo necessárias? ...nem estamos em época de chuvas!".
Se passou, com certeza deve ter sido pela cabeça de um alienigena em visita às obras que teria poder de decisão sobre o assunto.

Em São Paulo, não existem épocas definidas como sol, calor, chuvas e frio. Aqui todo dia é dia das 4 estações num mesmo dia em qualquer dia do ano.

  • Se eu fizesse parte das maiorias que engordam as cabeças voltadas para a realidade brasileira eu diria: ONDE, QUANDO, PORQUE? - VOCES VIRAM A NOVELA DAS 8???
  • Se eu fosse criança sentiria: ABANDONO

Desculpem a ironia, eu sou adulta e não sei o que falo e além de tudo pertenço ao grupo de pessoas que precisam do "tarja preta" para continuarem sobrevivendo.

  • Eu só sei do que sinto: VERGONHA


Queda matou pelo menos 191; caixa-preta foi encontrada | 06:59

Maior tragédia da aviação brasileira vitimou pelo menos 186 dentro do avião e cinco fora do Airbus, que explodiu pouco depois da pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Gravação da aeronave foi encontrada de madrugada. Parentes deverão reconhecer corpos.

Fotos | Imagens do incêndio, ação de bombeiros e resgate de vítimas


A ORDEM É MORRER CALADO E FICAR DE LUTO EM SILÊNCIO

por Reinaldo Azevedo
O que vocês esperam? Que alguém venha a público dizer que o agora maior acidente aéreo brasileiro (o nosso último “maior” tinha apenas 10 meses) foi causado, entre outros fatores, pela pista inadequada, sem as devidas ranhuras? Isso não vai acontecer. Até hoje, na tragédia dos 154 mortos da Gol, não se deu o devido peso à coisa mais óbvia do mundo: o Boeing tinha comunicação com a torre, e sabia-se que o Legacy poderia estar na contramão. Bastava ordenar então ao avião da empresa brasileira: “Suba, desça ou vá para o lado”. E aquelas pessoas estariam vivas. Em vez disso, as responsabilidades se diluem nas repisadas "múltiplas causas" que provocam um acidente aéreo. O estado sempre livra a própria cara.

Reitero o que escrevi ontem em muitos posts: ainda que se venha a provar — é o que está para acontecer — que o piloto praticou uma barbeiragem, a Infraero demorou 50 minutos para divulgar o nº do vôo. Não! Não se tratava de uma informação que estava presa em algum filtro, em algum mecanismo de controle. Era desconhecimento mesmo. Tanto é assim, que se chegou a divulgar que o vôo era o de nº 5018. Em seguida, outra informação: seria uma pequena aeronave, não um avião grande. E, finalmente, quase uma hora depois, a informação correta do vôo ao menos.

Ora, isso é indício de um estado de coisas, não fosse suficiente a balbúrdia que se verifica diariamente nos aeroportos em razão da falta de comando, da infra-estrutura precária, de um controle aéreo completamente rendido à militância sindical. Lula tem alguma coisa com isso? Ele também deve achar que sim, não é? Ou não teria reunido o tal “Gabinete da Crise”. Reunião para quê?

Julio Redecker
Evidentemente, estou consternado com a tragédia. A imagem da mulher desfalecendo no aeroporto ao saber que dois filhos seus estavam no avião é dessas coisas sem par. Como pai, pressinto a extensão dessa dor. Ademais, conhecia o deputado Julio Redecker (PSDB-RS), líder da minoria na Câmara, com quem tinha um relacionamento cordial, amigo. Era um político dedicado, trabalhador, de caráter — um excelente quadro do tucanato, pessoa hoje rara no Brasil, que tinha mais futuro político do que passado.

É o aspecto sempre apavorante das tragédias: vidas interrompidas que, por sua vez, interrompem outras vidas. Os familiares colhidos por esses acontecimentos, não raro, sentem-se roubados, traídos, abandonados. Minha solidariedade às famílias de todos os mortos, em particular à mulher e aos filhos de Redecker. Os que perdem entes queridos em situações como essa têm dificuldades até mesmo para viver o luto, que está presente em todas as culturas e que é uma necessidade.

Soma-se a essa consternação pelo conjunto e à tristeza em particular por Redecker um outro e enorme desconforto: eu detesto aviões. Todas as certezas muitos racionais e muito científicas sobre “o mais seguro meio de transporte” podem até me convencer, mas não me pacificam. Não consigo deixar de considerar que se trata de um “tudo ou nada”. Sei que o número de acidentes é ínfimo se levarmos em conta os pousos e decolagens no mundo. E só se chegou a esse desempenho, entendo, justamente em razão daquele “tudo ou nada”. Todas as áreas envolvidas com o vôo passaram por revoluções tecnológicas consideráveis. O medo, quando é virtuoso, pode gerar ciência e prudência. O meu medo de voar não tem nada de virtuoso. Só me causa contratempos e sensações desagradáveis. E é pior quando viajo com a família. Gosto é de ficar aqui, quieto, no meu canto. A rotina me basta.

Civilização
Por mais experiente que seja o viajante, noto sempre, há em todo passageiro um quê de desafio no olhar. Por algumas horas, dezenas de pessoas partilham de um destino. Com raras exceções, o clima nos aviões é de certa camaradagem complacente; as pessoas fazem algum esforço para ter uma risonha confiança — desconfiada, acho eu — no futuro. Temos a noção de que aquilo é mesmo um atrevimento e tanto. Confiamos nosso destino à expertise dos pilotos, das empresas aéreas, das torres de comando. Entregamos, enfim, nossa vida ao conhecimento acumulado que faz com que voemos, que nos mantém no ar, que nos devolve à terra, à nossa rotina, ao nosso destino: seres feitos para caminhar sobre duas pernas.

A tragédia com o avião da TAM, dez meses depois do acidente da Gol, provocou um estranho misto de incredulidade misturada a frieza até mesmo nos jornalistas que estavam de cara para as chamas. Durante alguns minutos, via-se a cauda de um avião enterrado no depósito — sim, era, inequivocamente, a cauda de um avião —, e os repórteres falavam no "incêndio do prédio". No máximo, mesmo com aquele rabo da tragédia exposto, especulava-se sobre um “possível” acidente. Um avião derretia numa impressionante bola de fogo, e ninguém queria acreditar.

Mas não era daquelas resistências sofridas diante da tragédia. Talvez fosse outra coisa. Talvez fosse a manifestação de uma descrença generalizada na lógica. Ora, dados nove meses de caos, quanto tempo demoraria para que um novo acidente nos assombrasse? A perplexidade fria, creio, tinha a ver justamente com isto: a gente se dava conta de que, vejam só, é mesmo verdade; se fizermos as coisas erradas, colheremos desastres. Na aviação ou em qualquer lugar.

Morrer calados
Os petistas logo ficaram assanhados. Aqueles mesmos que estão certos de que César Maia organizou a vaia contra Lula logo correram para decretar: “Lula não tem nada com isso”. Mais: resolveram me botar na sua rede de demonização, afirmando que eu estava explorando politicamente a tragédia. Explorando politicamente?

São os tempos petistas. Chegou a hora de morrer calado. Chegou a hora de sofrer em silêncio. O curioso é que o próprio Lula, a despeito do que dizem os seus puxa-sacos, sentiu à distância o calor das chamas e se apressou em reunir o tal gabinete de crise. É claro que ele sabe ter tudo a ver com isso. Com isso o quê? Com a tragédia? Em certa medida, sim. Os brasileiros passaram a voar com muito menos segurança no seu governo. E as respostas ficaram todas entre a inércia e o cinismo.

Não, eu não inventei que a pista estava insegura. É o que pilotos estão dizendo ao se comunicar com a torre. Sem as tais ranhuras para escoar a água — e estava chovendo em São Paulo —, as aterrissagens são muito mais perigosas. Anteontem, um avião já havia rodado na pista.

Mas os petistas não querem que falemos nada. Afinal, eles não querem saber, como é mesmo?, da classe média que vaia Lula em estádio e protesta contra o governo nos aeroportos. Se depender da ministra do Turismo, devemos “relaxar e gozar”. Se depender do ministro da Fazenda, devemos é lhe ser gratos: ele acha que é o preço que se paga pela pujança da economia. Se depender de José de Alencar, devemos ter não mais do que paciência.

Cobram de nós que morramos calados; que vivamos nosso luto em silêncio. Sugiro a vocês que leiam os comentários dos colunistas petralhas quando o garoto João Hélio foi barbaramente assassinado. A síntese era esta: “Só estão fazendo esse barulho porque era um menino de classe média”. No Brasil de Lula, a classe média não tem direito nem de chorar os seus mortos. Nas ruas ou nos aviões. Nos estádios, é para aplaudir.

Atenção!
É puro raciocínio místico a suposição de que, havida esta tragédia, outra não pode acontecer. Pode, sim. Em primeiro lugar porque o fato de o governo Lula ser tão incompetente não quer dizer que o imponderável, que está em todos os lugares, tenha nos abandonado. Esse imponderável é sempre menor quanto maior é a capacidade de resposta técnica, é fato. Essa nossa capacidade de resposta, no setor aéreo, nunca foi tão precária. Tudo o mais constante — incluindo o silêncio dos inocentes —, mais acidentes virão. É matemático.




18.07.07 @ 02:44
Nosso País está medíocre. Cada dia mais, aprofundando-se num processo de culto à Bahianidade, esta forma pródiga e alienada de ser.

Incompetência, relaxamento, desleixo, preguiça, ineficiência, irresponsabilidade, omissão, cinismo, são as palavras que definem o momento.

Imerso em fraudes, corrupção, crimes, insegurança, mentiras, falsidades, falácias e sofismas, vive agora o cidadão. E as catástrofes desse tipo são a consequência.

O acidente da Gol, o da Tam, outros de menor divulgação, a cratera do metro, o assassinato do menino arrastado pelo cinto de segurança, a chacina no morro, gente dormindo no chão de aeroportos como cães, são todos fatos interligados, relacionados, são ovos daninhos nascidos da mesma maligna chocadeira.

Hell's kitchen: o Planalto.

14 julho, 2007

Faxina na biroska

A bendita baixou em mim e como sou um bicho meio inquieto quero dar uma arrumada na estrutura do blog e, principalmente nas postagens.


Estou reunindo as "crianças" porque precisamos trabalhar nas mudanças deste quintal. Sei lá, preciso mudar. Como disse no antigo blog, não tenho tranquilidade para seguir se não fizer algumas pausas para virar tudo de ponta cabeça.

No real, as mudanças já estãao acontecendo há uns dias, e isto virou bagunça. Então é a hora de colocar a mão na massa.
Talvez um novo e.mail, msn, nicks para as salas...

Sei lá, não sei

O blog "Mapa do Meu Nada", vai sendo atualizado porque lá as coisas andam bem resolvidas e não tem me faltado inspiração,ao contrário...(rindo muito)

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http://mapadonada.blogspot.com/

Um Chuá e inté...

20 junho, 2007

Sereias e Baleias

A Academia Runner, em São Paulo, criou um outdoorno ano de 2006, que dizia o seguinte: "Neste verão, você quer ser sereia ou baleia?"


Uma mulher enviou a eles a sua resposta e distribuiu o seguinte e-mail por aí:

- "Ontem vi um outdoor da Runner, com a foto de uma moça escultural de biquíni e a frase:

"Neste verão, você quer ser sereia ou baleia?"

Respondo:

Baleias sempre estão cercadas de amigos.
Baleias têm vida sexual ativa, engravidam e têm filhotinhos fofos.
Baleias amamentam.
Nadam por aí, cortando os mares e conhecendo lugares legais,como as
banquisas de gelo da Antártida e os recifes de coral da Polinésia.
Baleias têm amigos golfinhos. Comem camarão à beça. Esguicham água e brincam muito.
Baleias cantam muito bem e têm até CDs gravados.
São enormes e quase não têm predadores naturais.
Baleias são bem resolvidas, lindas e amadas.


Sereias???

Sereias não existem.
Se existissem viveriam em crise existencial: - "Sou um peixe ou um ser humano?"
Não têm filhos, pois matam os homens que se encantam com sua beleza...
São lindas, mas tristes e sempre solitárias...

- Runner, querida, prefiro ser baleia!"

A Academia Runner retirou o outdoor.


É incrível como ao olharmos a nossa volta vemos nossos valores invertidos ou pior perdidos . A

estética é importante sim, porém apenas mais uma das diversas características e valores que temos enquanto pessoa.

O exagero, e sempre o exagero, é sintoma de deficiência em outras caracteristicas e valores

pessoais e pode caracterizar uma pessoa como "FÚTIL". Atividade física é importantíssimo, desde varrer a casa até caminhar pra chegar à padaria ou outros "exercícios" praticados a dois,
porém somos bombardeados pelas imagens de mulheres andróides na TV, como se apenas elas fossem gostosas, com sua minima cinturinha, abdomem tanquinho, bundão, peitão e aqueles cabelos esticados (eis a atividade física dos cabelereiros de plantão, hahah).

Particularmente, acho as baleias mais gostosas, verdadeiras e donas de si...

16 abril, 2007

Simplesmente Gatos

Bichos polêmicos sem o querer, porque sábios, mas inquietantes, talvez por isso...nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece.

O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias do amor. Só as saudáveis.

Lembrei, então, de dizer, dos gatos, o que a observação de alguns anos me deu.

Quem sabe, talvez, ocorra o milagre de iluminar um coração a eles fechado?

Quem sabe, entendendo-os melhor, estabelece-se um grau de compreensão, uma possibilidade de luz e vida onde há ódio e temor? Quem sabe São Francisco de Assis não está por trás do Mago Merlin, soprando-me o artigo?

Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula.

Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso.

"Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.

O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio e espelho. O gato é zen. O gato é Tao. Ele conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer.

Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige.

Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.

Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência.

Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.

O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta.

Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.

O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber.

Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.

O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!

Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo ( quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo.

O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.

Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio.Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição de religiosidade sem ícones.

Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências.

O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem.

Arthur da Távola


A bailarina