26 fevereiro, 2007

Wassily Kandinsky

As formas sugerem drama e movimento, as cores vivas e intensas criam a sensação de espaço e as linhas lhe dão força e ritmo. O resultado?

Emoções alegres como se ouvissimos música, assim é Swinging (1925) de Wassily Kandinsky

Kandinsky tirou da arte a sua obrigatoriedade de representação da realidade, inaugurando o ciclo abstracionista com sua primeira aquarela abstrata. Alguns artistas já haviam feito experimentos com a dissolução de imagens, mas Kandinsky foi o mais consistente e lógico na busca de um modo de expressão não figurativa...

Nasceu em 1866, em Moscou, na Rússia. Sua primeira vontade foi ser músico. Entretanto, formou-se em direito e economia política na Universidade de Moscou. Aos 30 anos, encantado com um quadro de Monet, abandonou a carreira jurídica. Em 1900, em Munique, formou-se pela Academia Real.

Seus primeiros trabalhos exprimiam a musicalidade e o folclore russo, aliás na obra do pintor há muitas referências ao folclore russo. Em Paris, onde viveu por um ano, Kandinsky entusiasmou-se pelas artes aplicadas e gráficas, bem como pelo estilo de pintura dos fauvistas.

O quadro, "O Cavaleiro Azul (1903)", o cavaleiro é um personagem dos contos de fada com o qual Kandinsky teve contato em sua infância, representa o virtuoso combate do bem e do mal, simbolizando luta e renovação. Esta é uma imagem reincidente da fase figurativa do artista.

Voltou à Russia durante a Primeira Guerra, onde permaneceu até 1921. Acompanhou a Revolução Socialista e como membro do Comissariado para a Cultura Popular fundou vários museus.

Reorganizou a Academia de Belas Artes de Moscou. Foi também professor da Bauhaus a partir de 1922. Escreveu Ponto e Linha sobre o Plano onde reflete sobre os elementos da linguagem plástica e suas correlações, colocando os problemas da abstração.

Tornou-se cidadão alemão em 1928. Em 1933, a Bauhaus foi fechada pelos nazistas e, em 1937, seus quadros foram confiscados. Em 1939, fugiu para a França, onde naturalizou-se. Morreu em Neuilly-sur-Seine, na França em 1944.

Engenheiros do Hawaii

Dose Dupla é melhor...



Pai e filha...




Site Oficial:
  • Engenheiros do Hawaii

  • Cá entre nós, o Humberto Gessinger é tudo de bom. Homens morram de inveja, podem roer os cotocos do cotovelo...

    25 fevereiro, 2007

    Uma pergunta...







    Alguns homens ficam chocados com beijos como os apresentadas na primeira e segunda foto. E eu me pergunto o porquê, já que o beijo trocado entre Beckham e o Figo é normalíssimo. Vê se pode, e eu ali no meio, ai..ai

    Fotos: Google

    Gato e Gata (Laerte)

    23 fevereiro, 2007

    O homem a nível de homens de Vá-Ginas da Vida

    Tirados das páginas de "Vá-Ginas da Vida", eis os tipinhos ridículos do sexo masculino que perambulam pela saga de Maneco do Leblon, que todos assistimos em horário nobre e dos quais nos despedimos sem nemhuma hipótse de saudade .


    O HOMEM A NÍVEL DE GREG BLEARGH

    Companhia descartável e tolinha, pelo qual apenas as loucas mulheres de Manoel Carlos se apaixonariam. Uma coisa bem “obra” de ficção. Esse tipo de mané é encontrável as pencas pela noite, tarde e dia de qualquer cidade. Pra ele qualquer hora é hora de dar o bote. Ele não se intimida e não deixa escapar nem a ex-mulher, que ele dispensou como quem manda roupas velhas para a campanha do agasalho. Falta de opção é foda.

    O HOMEM A NÍVEL BANANA AMASSADA

    Seria o fim do machismo ou o pior deles? Agora, um homem é corneado em horário nobre. Como todo corno que se preze ele sofre, como sofre, e chora, como chora, e se descabela, como se descabela pela infiel mulher e não aceita “não” como resposta. Não aceita de jeito nenhum.
    - Minha mulher com outro? Não acredito!
    - Minha mulher pelada na cama com outro? Não é verdade.
    - Minha mulher pelada com outro na cama de quatro? Não pode ser.
    - Minha mulher pelada com outro, de quatro na cama aí na minha frente? Não to vendo nada.
    É o típico tipinho que desperta pena aos olhos masculinos e desprezo aos femininos. Quem gosta de homem chorão é vendedor de lenço de papel. Bira, me mira, mas me erra!

    O HOMEM A NÍVEL DE EX

    Como todo o ex que se apresenta ele não serve pra nada. É pura idealização, uma busca do elo perdido. Você lembra dos tempos idos, do corpo que você tinha - que ele tinha... É querida, o tempo pra ele também passou e duzentos e quarenta e nove anos depois a chance dele ter se tornado um velho e chato são imensas. Ainda mais nesse caso, em que o infeliz tipinho roda o mundo com um caderninho da Tilibra fazendo anotações ridículas e narrando cartões postais com voz de narrador de Globo Repórter. E quem precisa de um ex na África? Vai pegar um Ebola, vai.

    O HOMEM A NÍVEL DE E AÍ, QUANDO É QUE O VELHO MORRE?

    Que homem fino. O Homem Gustavo é o fim da picada. Dono de uma personalidade e barriga únicas. O cara é feio, é chato, é machista e ainda por cima, interesseiro. Pra ele mulher não precisa trabalhar, desde que seja rica e receba uma boa mesada do pai. Ele fica insegurinho dela trabalhar fora. Tem perna branca, gorda e tem a ousadia de usar bermuda e sandália de dedo.
    Esse tipinho não serve pra nada, nem pra pagar uma prestação da TV a cabo. Se você está prestes a se entregar de corpo e alma para um tipo assim, fuja enquanto é tempo. Voe antes que ele dilapide seu patrimônio, ou fique torcendo pela morte dos seus entes tão querido$.

    O HOMEM A NÍVEL DE MIROEL? Eu prefiro Beija-flor.

    Esse personagem não pode ser muito avaliado, pois sua interatividade durante a trama é tão ínfima quanto seu poder de participação. Tudo que podemos dizer sobre ele é que: ele come saladas em casa e enche a filha de chocolate O resto que é bom e gostoso ele come fora. Se é que me entende.

    O HOMEM A NÍVEL DE JORGE

    Bonitinho, rico, inteligente, trabalhador, louco para se apaixonar, mas enquanto isso... Enquanto isso ele apronta e deixa um bando de mulheres suspirando por ele.
    O Homem a Nível de Jorge é também fácil de encontrar, o difícil é fazer ele levar a sério esse encontro.
    É praticamente o único homem solteiro dessa trama de casados das oito. Só por isso, já é alguma coisa, mas como diz a lei da oferta e da procura, está sempre busy.

    O HOMEM A NÍVEL DE TOP GUN ACAJU.

    Que cabelo é esse? Vai aonde com essa tinta toda, pilotar um caça? Fala sério. O Homem a Nível de Silvio é uma verdadeira obra de ficção. Isso não existe. Sem comentários.

    Desconsiderações finais.
    Viva o Foguinho.

    O sonho do bofe próprio

    O HOMEM A NÍVEL DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO

    O HOMEM QUARTO E SALA
    Comecemos com o básico homem quarto e sala. Ocupa pouco espaço na sua vida, é bonitinho e não custa caro. Ele é correto, simpático, tem uma vista agradável e o melhor de tudo: é fácil de manter. É só você cuidar dele com carinho, ligar umas 4 vezes por semana, se mostrar apaixonadinha que pronto, ele cai aos seus pés. O Homem Quarto e Sala é bom de cama, mesa e banho. Segundo pesquisas é o mais procurado da categoria.

    CARACTERÍSTICAS DO BEM-NHÊ
    Dorm.:Dorme como um anjinho depois de dar duas
    Garagem:Dizem que é espaçosa mas com ele não rola nem fio terra
    Área de Prazer:Curte um papai e mamãe e um 69
    Metragem:Espaçoso. Dá pra deitar e rolar! Tem o tamanho perfeito
    Preço:Baratinho! Você não vai precisar abrir mão da sua liberdade

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    HOMEM LOFT
    Ele é moderninho, independente e ganha bem. Adora NY, Maresias e restaurantes badalados. O Homem Loft tem espaços arrojados e é sempre extremamente charmoso . Para ter esse tipinho aos seus pés tudo o que você precisa é de uma dose extra de paciência para ouvir suas histórias e ver seus 1500 álbuns de fotografia de suas viagens pelo mundo. O Homem Loft já morou fora, cozinha bem e adora cuidar de suas conquistas. A fidelidade não é a sua principal característica, mas uma vez fisgado ele cai de amores por você.


    CARACTERÍSTICAS DO BEM-NHÊ
    Dorm.:Depois do rala e rola a criatura dorme e ronca como um porco
    Garagem:Curte uma diversão na área
    Área de Prazer:Partidário do sexo selvagem e adora uma sacanagem
    Metragem:Encontrados em todos os tamanhos (costumam ter pé direito ALTO)
    Preço:Liga umas 10 vezes por dia para perguntar detalhes sobre seu dia
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    O HOMEM CASA DE CAMPO
    Ele é o ideal para finais de semana, adora uma estrada, um churrasco com os amigos e sexo na rede. Meio rústico ele faz a linha "sou macho sim e daí". Fisicamente ele é tudo de bom, mesmo quando não é um atleta seu corpo é de bofe. No rala e rola esse tipinho se destaca pelo seu jeito rude e carinhoso de tratar suas mulheres. Ao mesmo tempo que ele te beija com amor ele puxa os seus cabelos. HUM!!


    CARACTERÍSTICAS DO BEM-NHÊ
    Dorm.:Isso não dorme, tem uma energia armazenada
    Garagem:Nada de brincadeiras nos fundos dele
    Área de Prazer:Menos fio terra, ele faz de tudo e bem gostoso
    Metragem:Imensos, grandes e gigantes
    Preço:Caro: O fim da sua liberdade. Eles são ciumentos
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    O HOMEM MANSÃO
    O Homem Mansão é um porre. Cheio de si, se acha o máximo, adora se exibir e está sempre cheio de gente. Ele adora festas, carros importados, viagens internacionais e lolitas gostosas. Ele é um saco! Para ele a aparência é tudo na vida. Seu custo de manutenção é altíssimo, ele cobra e caro cada minuto de atenção e retribui bem pouco. Na cama são péssimos, broxam direto.


    CARACTERÍSTICAS DO BEM-NHÊ
    Dorm.:Só dormindo mesmo. Prepare-se para inventar dores de cabeça
    Garagem:Adora uma brincadeira nos fundos de renda fixa
    Área de Prazer: piscina, se você quer se divertir: nade
    Metragem:Encontrados nos tamanhos pequeno, mínimo e ridículo
    Preço:Alto. Ao lado dele você vai pagar muito mico. O cara é o fim!
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    O HOMEM CHOUPANA
    Se tudo o que você quer na vida é sossego, esse é o seu tipo ideal. O Homem Choupana tem uma vida simples, não é ambicioso e não liga para encher o saco. Ao lado dele, além de paz de espírito, você vai encontrar tranqüilidade. Ele vai te dar muito amor, sexo de qualidade e carinhos sem exigir nada em troca. Ele vive a vida que muitos queriam viver. É seguro de sua sexualidade, sensualidade e masculinidade. Não existe homem Choupana que tenha migrado para o lado "gay" da vida. Isso é bofe até morrer. Essa é a sua riqueza.


    CARACTERÍSTICAS DO BEM-NHÊ
    Dorm.:E quem quer dormir com um bofe desses?
    Garagem:Ele curte o que te der prazer
    Área de Prazer:Qualquer lugar é lugar, qualquer hora é hora
    Metragem:Bons a excelentes. Quem provou pegou, reformou e não mudou
    Preço:Dá pra pagar numa boa. Nada que com compreensão não se resolva


    Encerram-se aqui as dicas imobiliárias de La Froid para você. É bom alerta-las sobre empreendimentos duvidosos, daqueles que a gente não sabe se vão desmoronar no primeiro vendaval.
    Se você já é uma feliz proprietária de um bofe, não inflacione o mercado imobiliário e deixe que suas amigas fechem negócio, ou abram...

    Contos Contados por Crianças

    Medo e Confusão




    Havia uma menina chamada Esmeralda que tinha 15 anos de idade. Ela era pobre e só tinha mãe. Ela trabalhava em uma loja de flores, e a loja vizinha, era onde Greg, o cara que Esmeralda gostava, trabalhava.
    Na mesma rua tinha outra Esmeralda mas, essa Esmeralda era rica e tinha um motorista particular chamado senhor Arruda. Ele dirigia uma perua importada.
    Esmeralda caiu no chão e o senhor Arruda socorreu ela.
    O senhor Arruda conhecia bem os problemas da vida e a levou para fazer um lanche.
    No outro dia Esmeralda foi falar com o senhor Arruda.
    Surprêsa, uma mão pegou ela. Foi sequestrada e levada para uma igreja.
    Os assaltantes se chamavam, Floriano, Centiquatro e Peixe Boi, e tinha um homem chamado Querubin.
    Os assaltantes pensaram que ela era rica. Mantiveram ela por 3 dias e os guardas chegaram por causa da perua do senhor Arruda e resgataram Esmeralda.


    Autor: Hugo Jorge Pereira
    Idade: 11 anos
    Escolaridade: 5a. série do Fundamental - Recife - Pe

    22 fevereiro, 2007

    Corsino Fortes

    Girassol
    Rasga a tua indecisão
    E liberta-te

    Vem colar
    O teu destino
    Ao suspiro
    Deste hirto jasmim
    Que foge ao vento
    Como
    Pensamento perdido.

    Aderido
    Aos teus flancos
    Singram navios.

    Navios sem mares
    Sem rumos
    De velas rotas.

    Amanheceu!
    Orça o teu leme
    E entra em mim
    Antes que o Sol
    Te desoriente Girassol!

    Poema de
    Corsino Fortes

    Tela: Doze girassóis numa jarra - Vincent Van Gogh

    The Van Gogh Museum, Amsterdam

    21 fevereiro, 2007

    Abelardo e Heloisa

    O romance entre Heloísa e Abelardo iniciou-se em Paris, Abelardo tinha 37 anos e Heloísa tinha 17 anos, quando se conheceram.

    Abelardo, ao ver a jovem Heloísa, ficou encantado com a sua beleza, e tentou aproximar-se dela, pedindo ao seu tio Fulbert que o alojasse em sua casa, pois ficaria mais perto da sua escola, e não teria as preocupações de cuidar de uma casa, ficando com mais tempo para se dedicar aos seus estudos.

    "Ela era bastante bonita e a extensão de sua cultura tornava-a uma mulher excepcional (...) eu a via assim ornada de todos os encantos que atraem os amantes".

    O tio de Heloísa viu nesta oferta uma oportunidade para a sua sobrinha evoluir nos seus estudos. Assim, Abelardo tornou-se professor de Heloísa.

    Todas as horas vagas que Abelardo tinha dedicava-as a ensinar Heloísa, inicialmente na presença do tio Fulbert. Algum tempo depois, Fulbert, confiando em Abelardo, deixava-os sozinhos.

    Como Abelardo ensinava na escola durante o dia, dava aulas a Heloísa durante a noite, enquanto o seu tio Fulbert e todos dormiam.

    Em pouco tempo, cresceu entre ambos um grande amor, deixaram de se preocupar com os livros e o estudo, fascinados um pelo outro, viviam esta paixão de forma intensa, trocando beijos, carícias, palavras doces e promessas.

    "A ingenuidade do ancião deixou-me estupefato. Eu não me recobrava do meu espanto: confiar assim uma terna ovelha a um lobo esfaimado! Encarregou-me não apenas de instruí-la, mas de castigá-la sem reservas (...) Que mais teria a acrescentar? Um mesmo teto nos reuniu, depois um mesmo coração. Sob o pretexto de estudar, entregávamo-nos inteiramente ao amor. (...) trocávamos mais beijos do que proposições sábias. Minhas mãos voltavam com mais freqüência a seus seios do que a nossos livros (...) Para melhor afastar as suspeitas, o amor me levava às vezes a bater nela (...)".

    Tanto Abelardo como Heloísa, eram dois intelectuais, e ao viverem este amor, sabiam os perigos que corriam perante a sociedade. Numa noite, o tio Fulbert descobriu o amor escondido entre Abelardo e Heloísa. Furioso, expulsou Abelardo de sua casa.

    O amor entre Abelardo e Heloísa não diminuiu, começaram a encontrar-se nos locais que Heloísa podia frequentar sem acompanhantes; em sacristias, confessionários, catedrais. Heloísa engravidou, e para evitar um escândalo, Abelardo levou-a às escondidas da casa do tio Fulbert, para a sua aldeia em Palais, onde ficou aos cuidados da sua irmã, até dar à luz um menino, que Heloísa deu o nome de Astrolábio.

    Abelardo voltou para Paris, para continuar a ensinar, mas não conseguia estar longe de Heloísa, como tal, foi pedir ao tio permissão para casar com Heloísa. Fulbert, embora magoado, consentiu o casamento. Heloísa deixou o seu filho com a irmã de Abelardo e dirigiu-se a Paris.
    O casamento realizou-se durante a noite, às pressas e às escondidas, numa pequena ala da Catedral de Notre-Dame, sem trocarem alianças, nem um beijo, de modo a que ninguém desconfiasse.Só estavam presentes os familiares de Heloísa e alguns amigos de Abelardo.

    Pouco tempo depois, o casamento tinha sido descoberto e Fulbert envergonhado, resolveu vingar-se de Abelardo. Contratou uns homens para invadirem os aposentos de Abelardo durante a noite e castraram-no. Assim aconteceu.

    Abelardo na sua angústia e vergonha, obrigou Heloísa a ingressar no mosteiro de Santa Maria de Argenteuil. Heloísa tinha vinte anos. Na sua dor, Heloísa fez os votos monásticos e ingressou na vida religiosa, por amor a Abelardo.

    Abelardo retirou-se para o mosteiro de Saint-Denis.

    Durante muitos anos Abelardo e Heloísa não se viram, apenas trocavam cartas um com o outro. Nestas cartas Heloísa expressava toda a sua dor, pela triste sorte do seu amor, e toda a sua rebeldia, por ter ingressado na vida religiosa e ter vestido o hábito.

    "Fujo para longe de ti,
    evitando-te como a um inimigo,
    mas incessantemente
    te procuro em meu pensamento.
    Trago tua imagem em minha memória
    e assim me traio e contradigo,
    eu te odeio, eu te amo."
    Carta de Abelardo a Heloísa.

    "É certo que quanto maior é a
    causa da dor, maior se faz
    a necessidade de para ela
    encontrar consolo, e este
    ninguém pode me dar, além de ti.
    Tu és a causa de minha pena,
    e só tu podes me proporcionar conforto.
    Só tu tens o poder de me entristecer,
    de me fazer feliz ou trazer consolo."
    Carta de Heloísa a Abelardo



    Anos mais tarde Abelardo construiu uma escola-mosteiro ao lado da escola que ele tinha dado a Heloísa. Viam-se diariamente, mas não se falavam, apenas trocavam cartas. Pois mesmo passados tantos anos, uma aproximação entre Abelardo e Heloísa era vista como uma tentação carnal, pois foram vítimas desta malvadez por inimigos de Abelardo.

    Abelardo morreu em 1142, com 63 anos de idade. Heloísa mandou construir uma sepultura em sua homenagem. Mais tarde, em 1162 morre Heloísa e a seu pedido, foi sepultada ao lado de Abelardo.

    Em 1817 os restos mortais dos dois amantes foram levados para o cemitério de Pére Lachaise


    19 fevereiro, 2007

    The Magdalene Sisters

    Peter Mullan faz um filme duro, de cenas fortes sobre uma história real. O filme é focado em 4 das mulheres que vivem na "Casa de Madalena", sendo que de 3 é mostrado também como elas chegaram lá. Todas as quatro têm grandes atuações e grandes momentos dentro do filme, mas duas em especial merecem destaque: Nora-Jane Noone (Bernardette) e Eileen Walsh (Crispina). Enquanto a primeira passa por uma grande transformação psicológica dentro do filme, a qual percebemos passo a passo, a segunda se destaca em cenas-chave e, também, no desfecho da trama.

    A boa impressão do filme já começa em sua primeira cena, simplesmente magistral. Após uma belíssima cena musical, há a apresentação da primeira das protagonistas e também do motivo pelo qual ela acaba sendo levada à "Casa de Madalena". Logo em seguida há uma longa sequência onde diversos personagens conversam sobre o ocorrido em meio a música alta da festa de casamento que está ocorrendo naquele instante. O público nada ouve do que os personagens falam entre si, mas fica nítido o assunto e a gravidade dele apenas pelos olhares trocados e a própria movimentação dos personagens. Simplesmente impressionante.

    Os Lares Madalena, na Irlanda, eram de responsabilidade das Irmãs da Misericórdia, em nome da Igreja Católica. Jovens mulheres eram mandadas para lá por suas famílias ou pelos orfanatos e, uma vez lá, ficavam confinadas e obrigadas a trabalhar na lavagem de roupa, onde poderiam expiar seus pecados.

    Os pecados variavam entre ser mãe solteira, ser bonita ou feia demais, retardada mentalmente, ignorantes ou inteligentes, ou vítimas de estupro. E por seus pecados, elas trabalhavam 364 dias por ano, sem remuneração. Eram mal alimentadas, surradas, humilhadas, estupradas, e seus filhos levados à força. A sentença dessas moças era indefinida. Milhares de mulheres viveram e morreram nesses Lares. O último Asilo Madalena na Irlanda foi fechado em 1996.

    Este filme é contado sob o ponto de vista dessas jovens mulheres durante os anos sessenta, uma era erroneamente tida por alguns como uma época de incontestada liberação feminina. Essas jovens mulheres católicas encontram-se em um pesadelo quase medieval, enquanto o mundo exterior, silenciosamente, (ou em alguns casos, ativamente) apoia o estado teocrático.

    O filme mostra como a personalidade dessas mulheres se desenvolve, de maneira positiva ou negativa, em um ambiente controlado e dominado por mulheres celibatárias, servas de Deus, noivas de Cristo. Como podem, as meninas tentam escapar das surras; mas que vitória é esta se permanecem encarceradas como escravas? Uma delas consegue sair de uma forma sofrida e banal, outra é confinada em um sanatório, e mais duas se rebelam, fogem e alcançam a liberdade.


    Ficha Técnica
    Pôsters
    Premiações
    Elenco

    Site Oficial: The Magdalene Sisters






    18 fevereiro, 2007

    Evolução



    Nós, seres humanos ainda não chegamos nesse estágio de evolução. E no caminho em que seguimos, nunca vamos chegar. Que pena!

    Foto: Google.

    17 fevereiro, 2007

    Outros Quintais - Protesto

    Direitos Desumanos

    Foto de Guilherme Pinto

    Música da Semana:
    Pedaço de Mim

    (Chico Buarque)


    Oh, pedaço de mim
    Oh, metade afastada de mim
    Leva o teu olhar
    Que a saudade é o pior tormento
    É pior do que o esquecimento
    É pior do que se entrevar

    Oh, pedaço de mim
    Oh, metade exilada de mim
    Leva os teus sinais
    Que a saudade dói como um barco
    Que aos poucos descreve um arco
    E evita atracar no cais

    Oh, pedaço de mim
    Oh, metade arrancada de mim
    Leva o vulto teu
    Que a saudade é o revés de um parto
    A saudade é arrumar o quarto
    Do filho que já morreu

    Oh, pedaço de mim
    Oh, metade amputada de mim
    Leva o que há de ti
    Que a saudade dói latejada
    É assim como uma fisgada
    No membro que já perdi

    Oh, pedaço de mim
    Oh, metade adorada de mim
    Lava os olhos meus
    Que a saudade é o pior castigo
    E eu não quero levar comigo
    A mortalha do amor
    Adeus


    Me perdoem os que lutam pelos direitos humanos. Ou não me perdoem. Porque eu não sou humana e não tenho direito nenhum. Afinal, eu não mato, eu não roubo, eu não trafico drogas. Não sou uma árvore ameaçada de ser cortada nem sou um bichinho sendo mal tratado. Se eu fosse assim, haveria um monte de gente se levantando em minha defesa.

    Não, não sou nada disso. Sou só uma cidadã. Cumpro com os meus deveres e obrigações, pago impostos, faço alguma caridade, moro atrás de grades e monitorada por alarme em todas as minhas entradas e saídas em minha própria casa. Vivo assustada, olhando em volta e me perguntando quando vai chegar a minha vez. É. Não pergunto “se”. Pergunto “quando”.

    Durante as minhas férias, o Rio de Janeiro (como São Paulo no ano passado) sofreu ataques terroristas. Meus dedos coçaram para escrever. E pensei: deixa estar. Oportunidades não irão faltar. E não demorou muito. Aliás, só demorou um mês e meio e estamos todos atônitos e assustados e com medo.

    No dia 8 de fevereiro, uma mãe – como eu e você – estava com seus filhos no carro. Uma menina de 13 anos e um menino de 6. Como boa mãe e boa cidadã, cumpria as regras do trânsito e levava seu filho pequeno no banco de trás, preso ao cinto de segurança. Afirmo que, ao prender seu menino com o cinto de segurança, ela pensava em mantê-lo vivo. São e salvo. Não foi o que aconteceu. Pobre mãe...

    “Humanos” roubaram seu carro. Tão humanos que não permitiram (é, eles têm este poder!) que a mãe tirasse a criança do carro. A criança ficou presa pelo cinto de segurança. Do lado de fora do carro. E foi arrastada por 7 quilômetros, percorrendo 4 bairros. E sim. Eles sabiam que a criança estava sendo arrastada por eles. Testemunhas viram o carro em ziguezague. Eles foram avisados e ignoraram solenemente o fato de que arrastavam uma criança.

    O Rio de Janeiro está atônito. A polícia está dando o seu melhor para capturar os “humanos”. Só que a lei não ajuda. Um dos suspeitos, menor de idade, se condenado vai passar só três anos na cadeia, protegido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Três anos por ter arrastado viva uma criança de 6 anos (que o Estatuto não protegeu) por 7 quilômetros. Como disse uma mãe na televisão, daqui a três anos, ele estará livre e a vítima pode ser o filho dela. Ou o seu. Ou o meu. Ou você acha que este “humano” regenerar enquanto estiver preso? Acha mesmo?

    Alguém sugeriu que a maioridade penal deveria ser reduzida. Eu concordei. Afinal, se soube matar como um adulto, deveria ser punido como adulto, né? Devo ter um parafuso a menos por pensar assim porque logo pululou gente (CNBB, Ministro da Justiça, Presidenta do Superior Tribunal Federal, entre outros) dizendo que não!!!!! Que isso não vai adiantar nada para diminuir a violência. Então, me diga: o que vai? Eu não sei. É uma questão de caráter. É uma questão de não achar que se consegue tudo na base da força, da violência. Que se pode tirar de quem tem porque é mais fácil do que conseguir por seu próprio esforço e mérito.

    E por que todos só falam no menor? Porque, dentro de nós que temos um coração batendo dentro peito, ainda temos a esperança de que os maiores sejam julgados e condenados com verdadeira justiça. Que estes também não sejam beneficiados pela “lei” que condena a 30 anos, mas que permite que a liberdade chegue em 5, como, aliás, já aconteceu com o suspeito de ser o líder da quadrilha. Ele, ladrão condenado, já cumpria a pena em regime aberto. E mesmo assim fugiu. E desta vez não foi “só” um roubo – é, já chegamos ao ponto de achar que é “só” um roubo. Desta vez, ele foi adiante e matou. Porque não foi devidamente punido.

    E tem mais: tenho pena do pai que, tão horrorizado quanto eu e você, denunciou o próprio filho. Este pai que (aposto o que você quiser) sente-se impotente, fracassado por não ter conseguido ensinar ao seu filho valores e princípios básicos para se conviver numa sociedade. Não conseguiu ser o exemplo a ser seguido. Pobre pai...

    Quer saber? Podem me criticar à vontade: eu sou a favor da pena de morte. Principalmente, em casos de crimes hediondos. Queria ver se não diminuiria um bocado a violência se pegassem estes infelizes e os arrastassem pelas ruas de 4 bairros por 7 quilômetros. Mas, eles têm direitos, né? Não é assim que a justiça funciona... Violência com eles? Coitados... São apenas vítimas... Imagina cometer uma loucura destas!!!! Como se não fosse loucura o que eles fizeram...

    E eu fico aqui à mercê. Sem ter ninguém que me defenda, que me proteja dos meus agressores, daqueles que me aterrorizam e me condenam à morte. Porque eu não sou um ser humano e não tenho direitos. E você? Tem?

    Extraído de: http://amentedamulher.blogspot.com/

    California Dreaming

    16 fevereiro, 2007

    Minhas Bruxas Favoritas

    A primeira Bruxa de todas é a Rainha malvada de Branca de Neve. Invejosa da beleza de Branca de Neve, a rainha resolve matar a pobre princesa. Primeiro manda que o caçador a mate na floresta e coloque seu coração dentro de uma caixa. Como o caçador não tem coragem de concluir o serviço, acaba por revelar os planos da madrasta-rainha-bruxa-má e manda que a lindinha fuja para a floresta...

    O resto da história todo mundo conhece e por ser longa vamos resumir com a morte da madrasta-rainha-bruxa-má, o beijo do príncipe-galã e um final feliz até para os anões que não vão mais precisar agüentar aquela mulher mandando, fazendo e acontecendo dentro de casa e sem usufruírem a melhor parte da relação.

    Fato: a princesa, uma verdadeira safada, não agüentava mais aquela vida dentro do palácio e morria de inveja da madrasta que, aos 40 anos, não tinha nenhuma celulite e mantinha um caso fogoso com o caçador-musculoso-parrudo estilo Pasquin. Ela queria era dar o fora dali.

    Contam as más línguas, incluindo-se as boas também, que Branquinha assediou o caçador-musculoso-parrudo de todo jeito e como não consegui nada, pois ele era muito feliz com a madrasta cutis-de-pêssego, onde ele tinha do bom e do melhor e só precisava manter os músculos tonificados e devidamente “rijos” (sem contar o porre que seria aturar uma fedelha mimada). Bem, ela se mandou pra floresta onde sabia viverem 7 anões .


    A nossa segunda bruxa muito malvada
    é Malévola da Bela Adormecida. Ao menos essa era apenas uma bruxa, sem acumular mais funções. Por não trazer bons pensamentos e ser sempre ruim, lançou uma maldição na princesinha-nenêin.

    As fadas madrinhas amenizaram a coisa, e princesa ao conferir o que era o tal fuso da roca caiu num sono profundo, o príncipe cumpriu sua parte dando um fim na bruxa despeitada, beijou a princesa e viveram felizes para sempre.

    Fato: a bruxa ficou tiririca por não ter sido convidada para o batizado da princesa , rogou praga e saiu batendo as tamancas. E foi só. A princesa-nenêin viveu na floresta como Rosa, a camponesa. Levou a vida no bem bom pois passava o dia colhendo flores, frutas e conversando com os animaizinhos selvagens em seus longos passeios durante os 16 aninhos de vida fútil e frugal. Como nem tudo eram flores para Rosa, esta teve uma crise de dupla identidade ao descobrir que era princesa e se chamava Aurora.

    Quem se deu bem foi o príncipe que garantiu a diversão para o resto de seus dias , acordando cada dia com uma mulher diferente porque imaginem o trauma da Rosa-Aurora depois de descobrir toda a história da sua vida e avaliar a boa farra que perdeu por não freqüentar a corte durante anos, uma vida inteira desperdiçada.


    A nossa terceira bruxa não é uma na acepção da palavra, é que o preconceito pegou e toda mulher malvadona era chamada de bruxa, trata -se da madrasta da Cinderela. Se casou com o homem por dinheiro e quando ele morreu, começou a tratar Cinderela feito capacho. Um verdadeiro espírito de porco. Cinderela sim teve dias, além da madrasta teve de agüentar as filhas dela.

    Fato:O pai de Cindy que queria uma mulher pra cuidar da casa e da filha, passava os dias bebendo e jogando. Acabou endividado e morreu de cirrose. A madrasta-sem-nome, teve que fazer das tripas coração pra continuar vivendo e tentar casar as filhas que estavam fadadas a ficarem encalhadas e pobres. Apesar dos maus tratos, de trabalhar feito um burro de carga, Cindy conservou beleza e delicadeza suficientes para conquistar seu príncipe.

    Ah! E calçar o sapatinho de cristal. O trabalho pesado passou por ela sem deixar marcas. A Madrasta e as filhas foram esfregar, lavar, passar e cozinhar nos porões do castelo. E a Cindy mantém um caso com o valete que ficou encarregado de levar o sapatinho para ela experimentar, dizem que em agradecimento por ele ter sido firme e não arredar pé até que todas na casa lhe dessem o pé e sabe-se lá mais o quê.

    - E o príncipe?

    Ah! Ele vive bem, faz vista grossa pra algumas coisas e parece que mantém um caso amoroso com as duas irmãs postiças de Cindy. Mas cá entre nós ele bem merece porque aturar sogra é dose e se ela vem com o pacote de duas filhas encalhadas mas muito fogosas e loucas por uma festa, quem iria condená-lo?


    A bruxa do mar Ursúla, que ocupa o quarto lugar, mulher de personalidade forte e curvas generosas, queria ser rainha do mar e Ariel, filha mais nova (do totalde 7) do rei Tritão queria deixar a vida do mar e ganhar pernas para seguir sua vida. Úrsula que não era boba nem nada aceitou realizar o desejo de Ariel.

    Fato: Na minha opinião o trato entre as duas foi muito claro. Ariel cansada de ser apenas um rabo bonito, queria pernas pois andava cheia daquela vida no mar e as brincadeirinhas com os meninos-sereios acabavam sempre nas preliminares. Ela queria era arrumar um macho com direito a pernas, pés e algo mais, mesmo que as pernas fossem as primeiras a serem colocadas de lado.. Ursúla tratou de providenciar para que os desejos de princesa-sereia fossem realizados e claro tratar de arrumar a vida e colocar alguma ordem naquelas orgias marítimas.

    15 fevereiro, 2007

    Frida Kahlo

    "Porque é que lhe chamo Meu Diego?
    Ele nunca foi e nem será meu.
    Ele pertence a si próprio."
    O abraço de amor do Universo, a Terra (México), Eu e o Senhor Xolotl, de 1949

    "Amputaram-me a perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria a minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em toda a minha vida.Vou esperar mais um pouco...''
    Auto Retrato 1953
    "Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma moça caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim. Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminado a Terra! Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria.''
    Raízes 1943
    "Origem das duas Fridas. Recordação. Devia ter 6 anos quando vivi intensamente a amizade imaginária com uma menina de minha idade. (...) Não me lembro de sua imagem, nem de sua cor. Porém sei que era alegre e ria muito. Sem sons. Era ágil e dançava como se não tivesse nenhum peso. Eu a seguia em todos os seus movimentos e contava para ela, enquanto ela dançava, meus problemas secretos. Quais? Não me lembro. Porém ela sabia, por minha voz, de todas as minhas coisas...''
    Sobre a obra As Duas Fridas
    ''Estou quase terminando o quadro que nada mais é que o resultado da tal operação. Estou sentada à beira de um precipício - com o colete em uma das mãos. Atrás estou deitada numa maca de hospital - com o rosto voltado para a paisagem - um tanto das costas está descoberto, onde se vê a cicatriz das facadas que me deram os cirurgiões filhos de sua... recém-casada mamãe.''
    Sobre a obra ''A Árvore da Esperança''
    "Diego está na minha urina, na minha boca, no meu coração, na minha loucura, no meu sono, nas paisagens, na comida, no metal, na doença, na imaginação."
    Auto-retrato com roupa tehuana "Diego na minha mente" 1943

    "Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso"
    "Hospital Henry Ford" de 1932
    "Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor" Auto-retrato, de 1940(E o que mais dói) É viver num corpo que é um sepulcro que nos aprisiona (segundo Platão) do mesmo modo como a concha aprisiona a ostra"
    ela "O Pequeno Cervo" de 1946 "
    'Acho que é melhor nos separarmos e eu ir tocar minha música em outro lugar com todos os meus preconceitos burgueses de fidelidade.''
    ela "Um pequeno estreitamento" de 1935

    "Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar"
    Coluna Partida 1944


    Outros trechos do diário de Frida Kahlo:

    "Pés para que os quero se tenho asas para voar. 1953."

    "SORISO TERNURA
    gota, sota, mote
    MIRTO, SEXO, roto
    CHAVE, SUAVE, BROTA
    LICOR mão firme
    AMOR assento firme
    GRAÇA VIVA
    VIDA PLENA
    PLENA
    SÃO..."

    "Já vai? NÃO.

    ASAS ROTAS"


    "Obrigada aos médicos Farill - Glusker - Párres
    e ao Doutor Enrique Palomera, Sanche Palomera
    Obrigada às enfermeiras

    Manteve cabeça erguida na dor e viveu como como Diego Rivera recomendou, um dia, a ela: 'Pega da vida tudo o que ela te der, seja o que for, sempre que te interesse e possa dar certo.' Ela costumava dizer que 'a tragédia é o mais ridículo que há' e 'nada vale mais do que a risada'.

    14 fevereiro, 2007

    12 fevereiro, 2007

    A Lua e Júpiter


    The Moon and Jupiter
    (side by side in May 2006)
    Photo credit: Jason A.C. Brock of Wichita Falls, Texas

    Uma de Chapeuzinho Vermelho


    Sentindo em seu sangue o tumultuar ardente dos ginetes impávidos de sua configuração cósmica, estrelas maduras de sua juventude, Chapeuzinho Vermelho tentava atravessar a Floresta agreste onde uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa, onde as árvores eram ao mesmo tempo como frutos de amor da terra pelo vento e pelo sol e uma obstinação da natureza contra o homem, quando viu surgir à sua frente a figura contrastante e terrificadora do Lobo Mau, que lhe perguntou aonde se dirigia.

    -"Ah"- disse o Lobo - "que maravilha és e que maravilha que fosses minha namorada. Porque o maravilhoso, quando se encontra o Ser que se Ama, a Enamorada distante, é os dois ficarem calados, nada dizendo, ela sabendo que naquele silêncio está sendo mais amada que nunca, tornando-se mais linda em seu quieto silêncio."

    E, assim, envolvida pelo som dessa voz, Chapeuzinho Vermelho prossegue seu caminho, chega à casa da sua avó e, na surpresa de encontrá-la acordada, pergunta por quê. Ah, o porquê da insônia. Neurastenia Noturna. Agonia do Cérebro. "Minha avó"- pergunta Chapeuzinho - "por que tens orelhas tão grandes?" "Ah, filha, isso é para ouvir o ouvido e o som do teu som. Quando tiveres ido há muito, inda te sentirei junto a mim." "Vó, e por que esses olhos tão grandes?" "Ah, filha, é para a contemplação da Beleza, a Beleza de todos os dias, a luz das estrelas que vivemos perdendo."

    -"Vó, e para que esses dentes tão grandes?"- "Ah, filha, acredito no Amor, pássaros, ondas, céus, palavras claras e também confusas. Acredito que o amor é um manjar do céu, que a criatura amada é o único alimento do coração, e por isso tenho esses dentes tão grandes: porque és o meu amor."Quando ele e ela se tornaram uma só pessoa, então a vida começou e não haverá mais Fim, pois não pode haver Fim quando duas pessoas estão juntas, uma dentro da outra.


    Millôr Fernandes

    desenho: Érrico Bianco

    A bailarina