31 dezembro, 2008

Ao que vai chegar


Vamos tentar entrar no próximo ano não só com o "pé" direito. Vamos com os dois, de cabeça e com o coração.

Sempre com o coração!

Bebel Gilberto


Bebel Gilberto (Isabel Gilberto),nascida no dia 12 de maio de 1966 em Nova York (USA).A filha de João Gilberto e Miúcha trocou Ipanema, onde cresceu, por Manhattan, onde nasceu. Mora em Nova Iorque, mas divide seu tempo entre os Estados Unidos e o Brasil.

Bebel Gilberto começou a cantar cedo, participando de coros infantis em discos e musicais como Saltimbancos e Pirlimpimpim.

Estreou ao lado do pai, cantando “Chega de saudade”, no especial João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira, em 1980. Trabalhou no filme A Cor do seu Destino, de Jorge Durán.

Participou do disco e projeto Red, Hot+AIDS ao lado de Everything but the Girl, Maxwell, George Michael e outros. Colaborou também no disco do produtor japonês Towa Tei, Future Listening, cantando os hits “Technova” e “Batucada”.

Com o disco Tanto Tempo, lançado em 2000, ela deu um banho eletrônico na bossa nova, conquistou as pistas dos clubes mundo afora e a posição de artista brasileira que mais vendeu discos nos Estados Unidos desde os anos 60. Com o segundo (Bebel Gilberto, de 2004), ela diminuiu o lounge e aumentou o acústico para reforçar seu lado de compositora e brasileira. Com Momento (2007), seu terceiro CD em sete anos, ela quis fazer uma fusão das duas vertentes.

Misturando o sabor carioca da Orquestra Imperial com o melting pot nova-iorquino do Brazilian Girls, e seguindo o diapasão do produtor inglês Guy Sigsworth (o parceiro de Madonna em “What it feels like for a girl”), Momento reafirma o caráter internacional de Bebel.

Como em Bebel Gilberto, a maioria das músicas de Momento foi composta por ela, que ora usa o português (como em “Um segundo”), ora o inglês ou então as duas línguas ao mesmo tempo (como em “Words”) para se expressar melhor.

A turnê de divulgação de Momento começou na Europa, passou por algumas cidades americanas e pelo Canadá com Bebel de pé esquerdo numa bota de gesso. Pouco antes do lançamento do disco, um bêbado com quase o dobro da sua altura despencou em cima dela, que ainda riu ao ver como o pé ficou pendurado e balançando. Foram duas cirurgias, a primeira em março e a segunda dois meses depois, para colocação de 16 pinos. Por causa do acidente, Bebel teve de acompanhar os ensaios da sua banda imóvel na cama e via Skype.

Referência: Wikipédia e site oficial

Site Oficia: http://www.bebelgilberto.com/v3/

30 dezembro, 2008

Chaplin

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite.

É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo

Ou agradecer às águas por lavarem a poluição.

Posso ficar triste por não ter dinheiro

Ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.

Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria

Ou posso ser grato por ter nascido.

Posso reclamar por ter que ir trabalhar

Ou agradecer por ter trabalho.

Posso sentir tédio com o trabalho doméstico

Ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos

Ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.

Se as coisas não saíram como planejei

Ou posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.

E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim.

(Charles Chaplin)

21 dezembro, 2008

Lewis Carrol e Alice Liddel

Carrol era um professor de matemática feio, conservador e apaixonado por Alice — uma garota de 10 anos de idade, filha de um de seus colegas de Oxford. Para ficar perto dela, acompanhava-a em passeios diurnos (em um deles, teria contado a história que, mais tarde, se tornou mundialmente famosa).

Alguns biógrafos dizem que ele chegou a pedir a mão da menina em casamento (na época ele tinha 31 anos e ela, 11), o que enfureceu a mãe e os afastou definitivamente.
Alice no País das Maravilhas é uma obra repleta de fantasias oníricas e lúdicas acerca da realidade e da linguagem.

São simbolizações e alegorias que, a um primeiro parecer, contestam a lógica e o senso comum, primando pelo nonsense, pelo absurdo. Contudo, revelam metáforas lúcidas a respeito do mundo e da sociedade. Metáforas que, a exemplo das obras de escritores como Kafka e Clarice Lispector, permitem múltiplas interpretações.
Assim como o amor de Lewis por Alice.

19 dezembro, 2008

Pink Panther

História:

1964- A Pantera Cor de Rosa foi criada pelos legendários Friz Freleng e David DePatie que fizeram a estréia na comédia Blake Edwards.

1964- O primeiro curta metragem da Pantera Cor de Rosa.


1968 to 73 - NBC transmite 140 representações teatrais curtas da Pantera Cor de Rosa nas manhãs de sábado.

1973- ABC oferece novas séries estreiando 36 curtas inéditos da Pantera.

1975- "O retorno da Pantera Cor de Rosa" é realizado. Recebe 4 estrelas dos críticos do mundo todo.

1976- A Pantera Cor de Rosa recebe elogios novamente quando aplaudida por críticos.

1978- "A vingança da Pantera Cor de Rosa" é realizado. Críticos dizem que o filme é indiscutivelmente a melhor série da TV.

1981- Friz Freleng é eleito pelo American Film Institute e pelo British Film Institute pelo seu tipo de trabalho.

1982- "A pista da Pantera Cor de Rosa" é realizado. São combinadas cenas do antigo Peter Sellers com os novos David Niven e Herbert Lom.

1982- MGM/UA televisão coloca 176 desenhos curtos da Pantera Cor de Rosa na sindicância cobrindo virtualmente todos os mercados nos EUA.

1983- "A maldição da Pantera Cor de Rosa" é realizado. Estrelando Ted Wass da TV SOAP. Críticos acharam o filme encantador, memorável e hilário.

1993- "O filho da Pantera Cor de Rosa" é realizado. Estrelando Roberto Benigni e Herbert Lom.

1993- A estréia da nova Pantera Cor de Rosa. 60 episódios atualmente no ar em 56 países.

Vídeos:

- Pink-a-Rella (479K)
- Pink Bananas (957K)
- Pink Elephant (870K)
- Jet Pink (522K)
- Prehistoric Pink (914K)

16 dezembro, 2008

Conchinhas



Gosto ds praias de inverno.

São mais bonitas, tranquilas, areias brancas, lisas e quase solitárias.Quase ninguém. Parece que os homens têm medo da solidão. Gostam mais do falatório, do agito, do som, de gente rolando e sujando areias...

Se esquecem do barulho do mar, do vento fazendo eco. As gaivotas não se assustam, apenas dão licença à passagem de quem anda por ali esquecido. Seus filhotes estão aprendendo a pescar seu alimento, ainda são cinzas e inocentes em relação aos barulhos dos depredadores.

Caminhar por praias de inverno sempre permitem que os pensamentos vvenham mansamente. Águas vivas mortas , eram bonitas vivas, flutuando transparentes... Caranguejos, andando de lado, fugindo para os buracos sob as pedras. Parecem-se com certas pessoas que não conseguem andar para frente...

- Catar conchinhas.

Ah, como é bom catar conchinhas. É a alma, grande mar, que nos trás às mãos as conchas que vamos pegando e guardando pela vida, assim, como guardamos pensamentos

Sempre catei conchinhas, faço isso até hoje. Alguns pensamentos vou escrevendo em folhas e cadernos que vou guardando, como as conchinhas.

Seria bom que pessoas que gostam de catar conchinhas e pensamentos lessem Cadernos da juventude, de Camus. Ali, ele anotava o vôo dos pássaros, uma trovoada, uma nesga azul no céu de tempestade, uma citação que lhe vinha à cabeça, um diálogo entre marido e mulher. Nietzsche também colecionava conchinhas que ele transformava em aforismos.

"O que torna a conchinha importante não é o seu tamanho mas o fato de que alguém a cata da areia e a mostra para quem não a viu: Veja... Literatura é mostrar conchinhas..."

Conflitos Internos

indio.jpg

15 dezembro, 2008

Sobre o tempo, as coisas, as pessoas e o movimento...

'Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.

Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para falar, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, o ver, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também.

Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão.
No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho.

Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa?
(Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico.

(Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.)

Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida.

Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus.

Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido.

Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas caírem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã'.

Caio Fernando Abreu

Já vem de berço...

Reprodução
O HOMEM COMO SENHOR
Gravura asiática retrata a caça entre os nobres: animais usados para diversão dos ricos

Desde a Idade da Pedra o homem se empenha em
tirar o máximo de lucro da natureza. Só a atual
geração humana se preocupa com preservação


Os países ricos da Europa são admirados no resto do mundo pelo cuidado que têm com o meio ambiente. Alemanha, Holanda, Inglaterra e os países escandinavos viraram exemplo de como é possível conjugar desenvolvimento com respeito à natureza. A preocupação ecológica é sinal de civilização. Essa é uma concepção recente. Tem menos de quarenta anos. Antes disso, salvo algumas exceções, a idéia de civilização era relacionada ao potencial que uma sociedade tinha de subjugar, explorar e transformar o mundo natural. "Se a natureza for contra nós, seremos contra a natureza", eram as palavras de ordem do conquistador do século XIX Simon Bolívar, libertador da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Subjugar a natureza foi a chave evolucionária que deu asas à ambição humana desde o paleolítico, quando o Homo sapiens começou a se impor como espécie dominante do planeta.

O filósofo grego Platão nota, em seus Diálogos, escritos há 2 500 anos, que as áreas de floresta nativa da Grécia já naquele tempo, de tão raras, eram usadas como locais de culto aos deuses das árvores. Os romanos produziam sujeira com a mesma liberdade com que ampliavam seu território imperial. Roma era um exemplo de cidade poluída, com fuligem, poeira, restos de curtimento de couro e de metais. O esgoto não tratado corria livre pelas ruas rumo aos rios. O mundo ainda tinha vastidões de florestas, habitadas por povos à margem da civilização.

As práticas de conservação visavam apenas à preservação do patrimônio de reis e potentados. Preocupados em zelar pela população dos animais que eram alvo de caçadas, soberanos ingleses acabavam conservando indiretamente os habitats em que esses bichos viviam, as chamadas florestas reais. Uma das iniciativas mais antigas de que se tem registro é um decreto do ano 1084 do rei William I, o Conquistador. Ele determinou um minucioso inventário de terras, bosques, áreas agrícolas e reservas para caça. Os alemães são apontados como os primeiros a se preocupar com o manejo das florestas – basicamente de pinheiros e coníferas. Eles dominavam a técnica da extração rotativa, que consistia em explorar alguns hectares, retirar a madeira e fazer o replantio de árvores. Em seguida, repetiam o processo em outra área, até que, depois de algumas décadas, a primeira terra explorada se havia recuperado. No entanto, a escala de destruição da natureza aumentou muito durante o século XVIII e ofuscou essas práticas isoladas.

No século XIX, as florestas eram vistas como fonte de riqueza que deviam produzir o máximo de lucro antes de ser abandonadas. O historiador Simon Schama, em seu livro Paisagem e Memória, conta como foi o processo de destruição de uma das maiores reservas da Europa, a Floresta Bialowieza, entre a Polônia e a Lituânia. Na época, a Polônia era domínio russo destinado a gerar o maior lucro possível. A floresta foi vorazmente devastada a partir das últimas décadas do século XIX, pois a região fornecia madeira como matéria-prima e combustível para o crescimento econômico da Alemanha. As toras de madeira nativa eram usadas principalmente para fabricar dormentes para a crescente malha ferroviária no Leste Europeu e também para construir vagões. Entre os animais que viviam na floresta, o bisão foi praticamente extinto. O esforço de recuperação da região teve início depois da II Guerra. As espécies de animais sob risco de extinção, como o bisão, começaram a ser reabilitadas pela introdução de algumas dezenas de exemplares que viviam em cativeiro em zoológicos e propriedades privadas de outros países europeus. Hoje, os 10 000 quilômetros quadrados que restaram da Bialowieza são a última amostra de floresta primitiva intacta na Europa.

A preocupação ambiental que incidiu sobre a Floresta de Bialowieza é reflexo de um fenômeno paralelo à devastação em escala industrial. Em 1866, o naturalista alemão Ernest Haeckel, seguidor das idéias de Darwin, usou pela primeira vez o termo ecologia, cunhado a partir da junção de duas palavras gregas, que significa "a ciência que estuda a natureza". Na mesma época, nos Estados Unidos, começaram a ser discutidas formas de preservação próximas das que conhecemos hoje. O engenheiro florestal americano Gifford Pinchot argumentava que a natureza era uma dádiva divina para uso cuidadoso e racional do homem. Em outra ponta, o filósofo conservacionista John Muir acreditava que a destruição era inerente ao homem, e a natureza precisava ser protegida. Em 1872, os Estados Unidos criaram – por decreto do Congresso – o primeiro parque florestal do mundo, o Yellowstone, com 8 000 quilômetros quadrados, no Estado de Montana, no norte do país.

Reprodução
AS FLORESTAS VIRARAM NAVIOS
Alguns historiadores situam os primórdios da exploração dos recursos ambientais no Renascimento e nas revoluções científicas dos séculos XVI e XVII, épocas em que, para eles, a humanidade, no Ocidente, começou a tratar a terra como uma máquina que nunca se quebraria, por maiores que fossem os abusos. Nesse período, a destruição de florestas temperadas européias foi uma decorrência do uso da madeira como matéria-prima para construir navios, casas e para o aquecimento. Nos locais das antigas florestas, o solo era ocupado por plantações destinadas a abastecer as grandes cidades, cada vez mais populosas e vorazes no consumo de produtos agrícolas


TEXTO
: Natasha Madov e Marcelo Ventura

12 dezembro, 2008

A Iara


Os cronistas dos séculos XVI e XVII registraram essa história. No princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara.

Todo pescador brasileiro, de água doce ou salgada, conta histórias de moços que cederam aos encantos da bela Uiara e terminaram afogados de paixão.

Ela deixa sua casa no fundo das águas no fim da tarde. Surge magnífica à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.

Quando a Mãe das águas canta, hipnotiza os pescadores. Um deles foi o índio Tapuia. Certa vez, pescando, Ele viu a deusa, linda, surgir das águas. Resistiu. Não saiu da canoa, remou rápido até a margem e foi se esconder na aldeia. Mas enfeitiçado pelos olhos e ouvidos não conseguia esquecer a voz de Uiara. Numa tarde, quase morto de saudade, fugiu da aldeia e remou na sua canoa rio abaixo.

Uiara já o esperava cantando a música das núpcias. Tapuia se jogou no rio e sumiu num mergulho, carregado pelas mãos da noiva. Uns dizem que naquela noite houve festa no chão das águas e que foram felizes para sempre. Outros dizem que na semana seguinte a insaciável Uiara voltou para levar outra vítima.

09 dezembro, 2008

Nuvens Correndo Num Rio



Nuvens correndo num rio
Quem sabe onde vão parar?
Fantasma do meu navio
Não corras, vai devagar!

Vais por caminhos de bruma
Que são caminhos de olvido.
Não queiras, ó meu navio,
Ser um navio perdido.

Sonhos içados ao vento
Querem estrelas varejar!
Velas do meu pensamento
Aonde me quereis levar?

Não corras, ó meu navio
Navega mais devagar,
Que nuvens correndo em rio,
Quem sabe onde vão parar?

Que este destino em que venho
É uma troça tão triste;
Um navio que não tenho
Num rio que não existe.

Natália Correia

08 dezembro, 2008

Everybody Hurts

Esta ainda é a melhor...

A escultura desabouuuuuuuu


As esculturas de gelo são muito comuns nesta época do ano nos Estados Unidos. Mas nem sempre elas dão certo. Isso porque, na maioria dos casos, elas são construídas deitadas. E colocá-la de pé é uma tarefa complicada, como o que aconteceu no vídeo acima. Após o escultor dar os últimos retoques, descobre que a estrutura não agüenta seu próprio peso. O prazer sórdido de se ver as coisas serem destruídas. Especialmente quando elas foram feitas pelos outros. Quem nunca se esbaldou destruindo uma escultura de areia.

07 dezembro, 2008

Hieronymous Bosch

O brilho da arte de Bosch.. no declínio da Idade Média

"A glória a que aspiro é a de ter vivido tranquilo [...] sendo a filosofia incapaz de mostrar o caminho que conduz ao repouso da alma que a todos convém, que cada qual por seu lado o procure."
Michel Eyquem de Montaige - Ensaios


Hieronymous Bosch
Triptico:
The Temptation of St Anthony, c. 1500
Painel da esquerda - Vôo e Fracasso de Santo António
Painel central - Tentação de Santo António

Painel da direita - Santo António em Meditação
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

Paixão eterna pelos demônios, pelo castigo físico e pela tentação da carne

Os heróis espirituais de Bosch eram os santos que suportavam a tortura física e psicológica e contudo permaneciam firmes. Entre estes, o seu favorito era Santo Antônio, o tema deste tríptico.

Os trípticos de Bosch mostram um mundo de sonhos e pesadelos e dão uma ideia das fobias dos homens da Idade Média.

As suas telas, povoadas de demônios, animais e pássaros bizarros, figuras meio homem meio bicho, cujas formas parecem brilhar e transformar-se diante dos nossos olhos, revelam o lado mórbido das pestes, das guerras e do sobrenatural.

Do realismo das criaturas imaginárias releva a sua convicção absoluta de que elas existiam mesmo. As imagens dos pesadelos têm um poder surrealista fantástico e inexplicável!

Bosch era considerado um surrealista do século XV, apenas um inventor de monstros e quimeras e as suas pinturas como fantasias milagrosas e estranhas, causando uma impressão de horror em lugar de agradável.

A sua intenção não era atingir o consciente do observador e sim transmitir-lhe uma certa verdade moral e espiritual, daí os seus quadros possuirem um significado preciso e premeditado.

06 dezembro, 2008

Pulp Fiction

- “Não odeia isso? O quê? Os silêncios que incomodam. Por que temos que falar de idiotices para nos sentirmos bem? Não sei. É uma boa pergunta. É assim que sabe que encontrou alguém especial. Quando pode calar a boca um minuto e sentir-se à vontade em silêncio.”
Quentin Tarantino

Seqüência é longa, mas do detalhe do milk shake até a caminhada ao banheiro há um quê de genial em cada detalhe, a câmera pegando os atores em perfil, o jogo de plano contra-plano, os cortes entre um Vincent incomodado e Mia com olhar penetrante, a música compassada ao ritmo do diálogo, o ambiente anos 50, o tom de voz, o uso do canudo, tudo.

  • Os lábios vermelhos de Uma Thurman ao microfone,
  • O diálogo pré-assalto de Tim Roth,
  • Dois gangsteres com paletós ensangüentados. Zed está morto.

-"You always say that. That same thing every time, "I'm through, never again, too dangerous.

Pop e Inspiração. me deu vontade de ver de novo e pausar cada detalhe explicito .

E o melhor:

04 dezembro, 2008

Ponta da Língua

Barão Vermelho-

Formação: Frejat (guitarra e vocal), Guto Goffi (bateria), Fernando Magalhães (guitarra), Peninha (percussão), Rodrigo Santos (baixo), Maurício Barros (teclado), Cazuza (vocal), Dé (baixo) e Dadi (baixo)
Rio de Janeiro (RJ)

A banda carioca inspirou-se no alter ego do personagem Snoopy para dar nome à banda. Em 1981, dois estudantes do Colégio Imaculada da Conceição, no Rio de Janeiro, decidiram formar uma banda de rock'n roll, misturando blues com o estilo dos Rolling Stones. A dupla — Guto Goffi, baterista e Maurício Barros, tecladista— se uniu a Frejat, na guitarra, e a Dé, no baixo.

Os ensaios ocorriam sempre na casa dos pais de Maurício, e como a banda ainda não tinha vocalista, chamaram Léo Jaime, um amigo, que acabava fazendo o vocal algumas vezes. Ao ser chamado para entrar na banda, porém, Léo recusou o convite, e indicou Cazuza para assumir o seu lugar. O vocal histérico de Cazuza agradou muito os outros quatro, e depois que ele mostrou algumas letras antigas que vinha escrevendo havia tempos, não demorou nada até que o Barão Vermelho, uma banda cover até então, começasse a compor suas próprias músicas, e criasse repertório próprio.

Só depois que Caetano Veloso reconheceu Cazuza como um grande poeta e incluiu a música "Todo amor que houver nessa vida" no repertório do seu show, o Barão Vermelho começou a ter mais destaque. A repercussão foi tanta, que eles foram convidados para compor a trilha sonora do filme Bete Balanço, de Leal Rodrigues.

Aproveitando o embalo, o Barão Vermelho lançou o terceiro disco, Maior Abandonado, em 1984, conseguindo vender mais de 100 mil cópias em apenas seis meses. Em 1985, foi convidado para abrir shows internacionais do festival Rock in Rio.

Cazuza já havia expressado o seu desejo de fazer trabalhos solo, e era apoiado por Frejat, contanto que, para isso, ele não abandonasse a banda. Porém, depois de algumas brigas, Cazuza abandonou o grupo definitivamente, e ainda levou consigo algumas músicas para o seu primeiro disco solo.

Em 1986, lançaram o quarto disco, Declare Guerra, e, embora as composições contassem com a ajuda de grandes nomes, como Renato Russo e Arnaldo Antunes, o álbum não foi muito promovido. A banda então, sentindo-se abandonada, assinou um contrato com a Warner e, em 1987, lançou o álbum Rock'n Geral, que contava com a participação mais ativa dos outros membros nas composições. No mesmo ano, Maurício deixou a banda, e entraram o guitarrista Fernando Magalhães e o percussionista Peninha.

Somente com três dos integrantes originais, a banda lançou, em 1988, o disco Carnaval, misturando rock pesado e letras românticas. O álbum estourou nas rádios por conta da música “Pense e dance”, da novela Vale Tudo, de Gilberto Braga, e foi um sucesso absoluto, garantindo ao Barão Vermelho a oportunidade de abrir a turnê de Rod Stewart na Brasil.

Ainda em 1990, todos os integrantes da banda são apontados como os melhores de suas categorias, e em 1991, a banda é escolhida, por unanimidade de público e crítica da revista Bizz, como a melhor banda do ano. Em 91 e 92, o Barão Vermelho recebe o Prêmio Sharp de melhor conjunto de rock, e, ainda em 92, são eleitos como a melhor banda do Hollywood Rock daquele ano.

No dia 12 de janeiro de 2007, a banda faz seu último show no Rio de Janeiro, antes de nova parada "de férias" - a segunda na década. Seus integrantes se dedicarão a projetos solo. Não há previsão de retorno. Paralelamente, porém, a banda prepara o lançamento de um livro sobre sua carreira e do DVD com a histórico show no Rock In Rio I


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TRIÂNGULO DAS BERMUDAS


Esse é aquele cara charmoso, interessante, que tem tudo pra ser o pai dos seus filhos. Ele te leva pra sair uma vez. É o máximo! Ele viu os filmes que você viu, leu os livros que você leu e também adora comida japonesa. Ele te leva pra sair uma segunda vez. Também é o máximo! Aí, ele some e você nunca mais tem notícias do desgraçado. E você gasta toneladas de energia mental pensando porque será que o cara sumiu. Será que foi porque você falou aquilo? Será que foi porque você não falou aquilo? E não adianta regular a periquita porque o cara vai sumir de qualquer jeito. Que ódio!

02 dezembro, 2008

Onde há amor, há dor



Segundo a tradição erótica da Índia, a mordida é um elemento muito importante e o Kama Sutra dá uma boa lista de mordidas com toda riqueza de detalhes.

As mordidas costumam ser dadas em quase todas as partes do corpo e vão desde a mordida brincalhona, mais provocadora que erótica, até o forte apertão com os dentes que costuma ser dado no calor da paixão e faz com que os orgasmos sejam mais duradouros. No entanto, muitos costumam evitar este último tipo de mordida, porque é difícil de controlar e costuma deixar marcas muito evidentes. Também porque durante o orgasmo as mandíbulas podem sofrer um espasmo e fechar com força, o que pode ocasionar feridas.

01 dezembro, 2008

Àgua Viva




"Fico com medo. Mas o coração bate. O amor inexplicável faz o coração bater mais depressa. A garantia única é que eu nasci. Tu és a forma de ser eu, e eu uma forma de te ser: eis os limites de minha possibilidade.

Estou numa delícia de se morrer dela. Doce quebranto ao te falar. Mas há a espera. A espera é sentir-me voraz em relação ao futuro. Um dia disseste que me amavas. Finjo acreditar e vivo, de ontem para hoje, em amor alegre. Mas lembrar-se com saudade é como se despedir de novo.

Clarisse Lispector

A bailarina