27 maio, 2007

The Garfield Rap

Homens e Perfumes - Parte II...(e última)


O HOMEM TED LAPIDUS

- Pô, mas tu é muito da gostosa.

É! Com o Ted Lapidus é assim: cada espremida é uma fedida e como isso fede, mas fede é muito. E o pior que ele nem repara que tá impregnando o ar que você respira com essa fragrância vinda das catacumbas. Gente! Manda prender o perfumista que fez isso.
O Homem Ted é desastrado, daquele que derruba o copo no meio da mesa, no meio do jantar e bem no meio do seu vestido. E pasme, ele não vai ficar nem meio vermelho com o incidente. Incidente maior seria você ir pro rala e rola com esse tipinho. Será?
Segundo pesquisas, durante o ato, enquanto sexual, esse tipo faz a linha “como uma Deusa” e quer te dar um banho de Cidra Cereser e lamber cada pedaço do seu corpo. Ai, que medo disso.
Agora pasmem! Mesmo com todos os exageros e cafonices, aquelas que superaram os obstáculos iniciais se disseram intimamente satisfeitas com a performance desse tipinho. Dizem que de tamanhos e proporções ao ate em si eles são ótimos. Será?
Vai uma esborrifada aí?


O HOMEM JAZZ


- É que meus negócios iam bem até minha empresa passar por uma crise...

Esse é o perfume do empresário falido. Ele perdeu tudo, a mulher, a casa na praia, a guarda dos filhos, a empresa que ele tanto acreditava, e principalmente o bom gosto. Se é que algum dia ele teve algum.
Esse tipo está na faixa dos 50 pra mais. Está acima do peso, um pouco careca e bem duro. Não se assuste se ele levar você para comer na casa da mãe dele e depois, querer te comer por lá mesmo, que é pra economizar o da gasolina.
Mas nem tudo está perdido com esse tipo. Segundo pesquisas, parece que ele é limpinho, fala coisas divertidas e se vira bem na hora do rala e rola. Teve até quem gozasse. Tá vendo? Nem tudo está perdido. Vai um frasco aí?


O HOMEM TODA UMA ETERNITY

- Vamos passar a vida toda juntos. Eu te amo.

Mas só até amanhã de manhã. Não se engane ele é eternamente mentiroso e a única coisa que ele deseja intimamente é pra sempre encontrar tontas como você.
Sim. Se renda se quiser, porque esse tipinho engomadinho, bonitinho e engravatadinho pode ser uma companhiazinha bem agradavelzinha pra dar umazinha, ou duazinhas se o bofe pequeno executivo agüentar. É! Se agüentar. Porque ele tá cansado demais coitadinho, ele fez trocentas e noventa e seis abdominais e correu cento e cinqüenta quilômetros na esteira da acadimia – fora as nove reuniões que ele teve com altos executivos pra fechar altos negócios. Como ele arranjou tempo pra fazer nove reuniões só no período da tarde? Não me pergunte.
Segundo usuárias desse tipinho proporciona agradáveis viagens para o litoral e inesquecíveis jantares. O pequeno executivo investe no babado conquista, mas uma vez comida e recomida o bofinho começa a mostrar seu hábil talento para inventar histórias da carochinha.
O Homem Eternity pode ser encontrado nos modelos: moreno alto, bonito e sensual; negra sedução; baixinho gostoso; loiro de olhos claros e até na versão ruivo charmoso.
Na cama são minimalistas, não se esforçam muito e ficam perguntando durante o ato: - E aí, tá gostando? Aff!
Muitas entrevistadas se apaixonaram pelo Homem Eternity. Vai uma amostra grátis aí?


O HOMEM QUE DÁ NO KOUROS

- Eu me garanto.

Garanto que eu sou o maior cafona do mercado, mas ele manda bem. Manda você pegar um café, ligar a TV, manda sentar, levantar e não olhar pro lado, etc... Mas, tem sua compensação, o bofe é bofe pra caraca, e manda muito bem na cama. Aliás, na cama ele deixa você mandar e obedece direitinho. Bom menino.
Ninguém é perfeito. Às vezes rola um celular na cintura, um gomex no cabelo e algumas usuárias já pegaram esse tipinho até de cinto personal. Valha-me Deus. Mas mesmo com todos esses erros da boa etiqueta comportamental, ele dá no Kourus. E como dá.
Segundo pesquisas, esse tipinho na cama é um espetáculo, do crescimento inclusive. Usuárias do Homem Kouros tiveram suas mais magníficas fantasias realizadas ao lado, por cima e por baixo desse exemplar fragrância.
Resumindo: tirando o que é ruim, o Homem Kouros é ótimo.
E aí? Vai levar quantos?


O HOMEM BVLGARI

- Imagina. Acabei de sair do trabalho. Você que tá linda.

Ai, ele é modesto. Modesto, romântico, edvcado, lindo e cheiroso. Devs! Alguém aí viv meu senso de ridícvlo? Tô babando.
Não se assuste querida, ele tá acostvmado a lidar com mulher babando. Ele, melhor que você, conhece sev devastador poder de sedvção (o dele, não o sev).
Ele é bem resolvido, bem divertido, bem charmoso, de bem com a vida e do bem. Ele até liga no dia segvinte pra dizer qve adorou passar a noite com você. Mesmo qve seja uma única vez, mas ele liga.
Esse tipo não tem tempo a perder e não pega a primeira que aparece na frente de
le. Ele é seletivo. Por isso, se você tiver vma chance, vma vnica chance que seja com esse tipinho sinta-se honrada. Ele não pega baranga. Só material de primeira.
Na cama svas notas são de matar. Corpo 10 (nada mvito malhado, mas zero de gordvra), desempenho 10 (não rola malabarismo, só ritmo) Ui! Os tamanhos variam do médio ao svper charge.
Raros no mercado eles fazem a linha difícil, por isso meninas nada de pegar no pé do bofe escândalo. Deixe-os vagarem com seu poder de sedvção por aí. Não sejam egoístas.
E aí? Vai vsar agora ou quer que ev embrvlhe pra viagem?

O HOMEM ANIMALE DE PATAS

- Vai aonde com esse brinco ridículo?

Vou dar pro seu amigo. Não, não responda isso, por favor. A não ser que você queira arrumar a maior treta da sua vida. Finja que não ouviu ou manda andar. Eu ficaria com a segunda opção.
Ex usuário do Lancaster, hoje ele usa esse perfume horrível que ele compra de uma amiga de serviço que vende muamba, e ele acha o máximo.
Esse tipinho faz a linha quase cafona, quase bom, quase inteligente, quase divertido... o que esperar de um cara que não consegue ser inteiramente coisa nenhuma? Quase nada é a resposta.
Segundo entrevistadas, quem pegou ficou depois largou. No começo até dá pra agüentar quase tudo, mas com o tempo a coisa vai engastalhando.
Jamais discuta a relação com esse tipinho em lugares públicos a não ser que você não se importe de pagar o mico de vê-lo falar alto e olhando com cara feia para a mesa da frente e pra quem mais estiver reparando no ataque histérico do Animale.
Ou você acha mesmo que se isso fosse civilizado ia usar um perfume com esse nome e esse cheiro?
Na cama? E eu lá vou perder meu tempo falando de um homem desses? Me poupem.
Vai uma amostra aí Madame?


O HOMEM ÁGUA BRAVA EM PEDRA DURA

- E aí gatinha, simbora pro litoral?

Não se assuste se ele te levar pro Guarujá. Tadinho, ele acha chique.
Esse tipinho é meio sem noção, mas é gente boa. Ele guarda uns pés de pato e um par de esquis no armário da casa de praia, mas ele não sabe mergulhar e muito menos tem um barco pra te levar pra dar umas bandas e o que mais você tivesse vontade de dar com o balançar das ondas.
Ele vez umas aulas de violão e na hora da fogueirinha ele puxa um Vandré. Ai! Isso dói. Mas até que ele canta direitinho e é bonitinho e é carinhoso e tem corpão. Ah vai. Até que tá valendo.
Na cama receberam boas notas, a mais baixa foi um oito e meio despeitado de uma ex usuária ainda com saudades.
Sendo assim tudo leva a crer que o mocinho tem muito talento no rala e rola e que é possível relevar tudo jogada nesses braços fortes. É. Ele tem amor pra dar, muito amor e não cansa. Segundo usuárias ele faz a linha incansável e não se satisfaz nem com reza e água brava. Que saúde.
Quer um cheiro? Pede aí pra ele.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Lembrem-se VULVAS NÃO DÃO EM ÁRVORES, VALORIZEM-SE.

24 maio, 2007

O passarinho e o peixinho

Era uma vez um peixinho que queria voar e um passarinho que queria nadar. Um dia se encontraram na beira do lago e ficaram comentando sobre suas vidas.

- "Chuva pra você não é problema, eu tenho que correr para um abrigo e proteger minhas asas dos pingos d´água senão ficam pesadas demais para voar".

- "Quando chove fica tudo embaçado aqui embaixo, não enxergo um palmo além do nariz e quando faz sol você pode voar até os mais altos prédios para ver o mundo lá das nuvens, enquanto eu fico aqui nadando entre os lixos que são jogados na minha casa"

- "Você ainda tem uma casa, e eu que durmo cada dia num galho de árvore! E por falar em lixo, você nem imagina o castigo que é respirar o monóxido de carbono dos automóveis. Aqui fora a vida é muito mais poluída e perigosa"

- "Mas você sempre pode voar para o campo onde o ar é puro, já eu não posso fugir para um rio limpinho. Ser passarinho tem suas vantagens, meu caro amigo"

- "Que nada, no campo sou alvo dos estilingues da molecada, se eu fosse um peixinho bastava dar um mergulho para fugir deles"

- "Os moleques me perseguem com outros truques. Um dia pensei que uma minhoca estava dando sopa mas era um anzol pontudo, consegui fugir mas fiquei com uma baita cicatriz na boca"

- "Certa vez também estava na cola de uma minhoca e fui abocanhado por um gato que me arrancou várias penas e com muito custo consegui escapar"

- "É verdade, isto nós dois temos em comum: gostamos de comer minhocas e os gatos gostam de nos comer, eu daria tudo para poder voar deles como você"

- "E eu daria tudo para poder nadar como você, gatos tem pavor de água"

Neste exato momento o passarinho e o peixinho viram uma minhoca apetitosa passeando tranquila na beiradinha do lago e a conversa deles mudou de enfoque diante de tamanha guloseima.

- "Olha só, porque você não dá um mergulho agora lá no fundo pra eu ficar obsevando cheio de inveja" sugeriu o passarinho.

- "Só se antes você voar bem alto para que eu poder apreciar seu magnífico vôo daqui" respondeu espertamente o peixinho.

Nesse vai e vem a minhoca foi parar pertinho de um gato malandro que estava ouvindo a conversta toda na moita. O susto foi tão grande que o peixinho e o passarinho fugiram da cena num segundo. Moral da história: Minhoca não nada nem voa, em compensação gato não come!


Esta fábula foi escrita por Rita para seus filhos, quando eram crianças.

23 maio, 2007

Rabindranath Tagore


Flor de Lótus

No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.


Se não Falas

Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

A manhã certamente virá,
A escuridão se dissipará, e a tua voz
Se derramará em torrentes douradas por todo o céu.

Então as tuas palavras voarão
Em canções de cada ninho dos meus pássaros,
E as tuas melodias brotarão
Em flores por todos os recantos da minha floresta.

Rabindranath Tagore

Foto: Flor de Lótus - Baixaki

21 maio, 2007

Elizabeth Barret e Robert Browning Um amor para a eternidade...

Sinopse

Londres, por volta de 1845,na chamada era vitoriana, em Wimpole Street 50; como de costume, o carteiro da região, retirava da sua sacola maltratada pela intempérie, principalmente do frio do Inverno, um volume relativamente grande de correspondência que costumeiramente era postado para àquele endereço. Mal sabia ele que, mesmo com uma participação pequena, uma das missivas ali contida, mudaria de forma substancial, a vida de duas pessoas altamente sensíveis, provocando um dos maiores romances vivos nos anais da literatura.

NOSSOS PERSONAGENS

Elizabeth Barret:- Consta que Elizabeth teve uma infância relativamente feliz; brincava muito, principalmente com o mais velho dos seus irmãos; complementando os estudos regulares, lia com denodo, com aprendizado dos idiomas grego e francês e escrevia tragédias em verso.

Infelizmente, com a idade precoce de quinze anos, motivado por uma tosse violenta e uma grave lesão nas costas, lesionou quase que irreversivelmente a espinha dorsal e, o pior, afetou sensivelmente os pulmões.

Não bastando isso, perde a mãe; depois de quatro anos, seu pai vende a casa e, depois de um período de sofrimento, finalmente adquire a casa de Wimpole Street, local em que a já frágil saúde de Elizabeth se debilitou ainda mais, fazendo com que praticamente se isolasse do mundo exterior.

Robert Browning:- Robert, convivia em um lar cujos pais benevolentes, irmã prestimosa, em uma casa muito agradável, localizada em Camberwell, propiciavam-lhe tempo de sobra para se dedicar e escrever poesias. Possuidor de vasta cultura, proveniente dos inúmeros livros que lera, e, logicamente, dos ensinamentos de seu pai, um verdadeiro intelectual, com proficiência nas literaturas, espanhola, francesa, grega e italiana. Por suas vez, contrastando com Elizabeth, pela sua versatilidade, cultura e boa aparência, Robert extrapolava dos seus limites domésticos, participando ativamente do mundo elegante e distinto da época. Num cargo público, secretariando um diplomata de carreira, viajou duas vezes a Rússia e, também duas vezes na Itália, cujo país, aliás, considerava como a sua segunda pátria.

A ADMIRAÇÃO E O RESPEITO PELA JÁ FAMOSA POETISA ELIZABETH

Numa determinada etapa da sua vida, Robert, partindo da Itália, com regresso à Inglaterra, sentiu-se momentaneamente desorientado, procurando achar uma novo oriente para a sua vida, entregando-se com denodo à leitura; foi nesse ambiente de transformação, provavelmente vulnerável, que pela primeira vez leu os Poemas de Elizabeth Barret, editados em dois volumes.

Seduzido de forma irremediável pelos escritos, exatamente ele que se julgava um intransponível nos caprichos do amor, percebeu de forma arrebatadora que sucumbira aos versos fluentes, enamorando-se perdidamente pelo espírito e inteligência daquela poetisa.

Consciente do fato, de uma forma arrebatadora, pegando na caneta, alinhavou com certeza uma das mais celebres confissões de um amor virtual que se têm conhecimento:

"Amo os seus livros com todo o meu coração e amo-a também a si...."

PRELÚDIO DE UM GRANDE AMOR

Naquele dia de 1845, extremamente frio, posicionada em seu sofá favorito, no segundo andar da casa de Wimpole Street, já acostumada a receber um volume considerável de correspondência, Elizabeth mudou de uma forma abrupta o seu já tradicional comportamento; quando uma carta mais ousada insinuava algo que saísse do essencialmente restrito espectro da poesia, sem titubear, tinha um endereço certo: a incineração.

Num procedimento inusitado, depois de abrir e conferir as correspondências, num gesto delicado, separou uma delas ternamente que parecia ter arrebatado àquele sofrido coração de mulher, cujos dizeres ficaram arraigados para sempre:

"Amo os seus versos com todo o meu coração. Amo estes livros e amo-a a si também. Sabe que uma vez estive quase a conhecê-la pessoalmente? Uma manhã, o senhor Kenion perguntou-me: "Gostaria que eu o apresentasse a Miss Barret? "E foi anunciar-me, mas pouco depois voltou dizendo que a senhora não se sentia bem e assim regressei a casa. Será que nunca a conseguirei ver? De qualquer maneira, quero dizer-lhe que era necessário que os seus poemas fossem escritos para que tão grande alegria e tão sincera satisfação despertassem no seu devoto admirador Robert Browning."

"ABRE-TE SÉZAMO!"

Como no famoso conto "Alí Babá e Os Quarenta Ladrões" , um dos mais populares de: "As Mil e Uma Noites", a carta de Robert , praticamente abriu as portas do coração de Elizabeth.

Embora não conhecendo-o pessoalmente, mas sim a sua obra ainda desconhecida do grande público, tomada por um impulso e disposição incomum, começou a responder:

"De todo o coração lhe agradeço, caro Sr. Browning"

"Os Invernos cerram-me todo o horizonte tal como cerram os olhos dos...."

Embora timidamente, numa composição poética em forma de carta, ou como dizem os doutos, "epistolar", Elizabeth procurou delicadamente responder aos anseios do admirador:

"Na Primavera veremos...

"Sua dedicada amiga, Elizabeth Barrett."

Subseqüentemente, consta que em número de 573 cartas, a história registrou uma das mais impressionantes, comovedoras e reveladoras expressões de relações humanas de que há notícia

As cartas que Elizabeth recebia, agora quase que diariamente, do desconhecido Robert, eram verdadeiros golpes com uma vibração exponencial sobre os muros da casa situada em Wimpole Street 50.

INTERPRETANDO A FRASE " Na Primavera veremos..."

O poeta interpretou a frase em epígrafe como um convite encorajador; porém, a seguir,embora com moderação, Elizabeth respondeu-lhe:

"A minha Primavera chega mais tarde"

FINALMENTE O ESPERADO ENCONTRO

Numa terça feira da segunda quinzena de maio, Robert adentra pelo número cinqüenta de Wimpole Street, dirigindo-se ofegante ao local em que Elizabeth se encontrava. Como que para sacramentar esse primeiro encontro, a poetisa escreveu:

"Desde que chegaste foi como se fosse para sempre."

Amigos comuns atestaram que Robert ficou loucamente enamorado e mais do que depressa, por escrito, confessou-lhe a sua paixão.

Elizabeth, profundamente angustiada, devolveu-lhe a carta (a única que falta na correspondência posteriormente publicada em dois volumes) e, embora em tom de afeto,assinando a correspondência com amizade e gratidão, proibiu ao galante admirador de falar ou comentar tais assuntos.

A CORRESPONDÊNCIA ENTRE AMBOS CONTINUA

A troca de informações se processava de maneira muito intensa, estabelecendo-se uma inequívoca compreensão entre os dois poetas. O vínculo de carinho e intimidade que se formava proveniente da troca de correspondência, por mais paradoxal que possa parecer, era até maior do que os contatos pessoais mantidos religiosamente toda semana.

O MILAGRE DO VIGOR SE RENOVA

A presença de Robert na casa era como um balsamo para Elizabeth, dando-lhe novas forças para lutar contra a implacável doença que teimava em deixar de manifestar-se em seu corpo. Todavia, com a consolidação dos fatos, não demora muito para acontecer o que poucos , por mais otimistas e esperançosos que fossem, acreditavam que pudesse acontecer.

Numa bela manhã de Verão, sentindo-se muito bem disposta, Elizabeth liberta-se do velho sofá e num feito há muito não presenciado por ninguém, passeia leve e solta pelo quarto e, postada junto à janela, respira fundo o ar puro.

"Agora já me sinto viver", exclamou.

Da sua parte, Robert intensifica de forma insofismável os seus impulsos amorosos, escrevendo-lhe de uma maneira bem mais livre, arrojada até, ciente de que a oposição de Elizabeth, temerosa que em virtude da sua pouca saúde, de alguma maneira pudesse atrapalhar a sua própria vida.

PRESA AINDA AOS GRILHÕES DA MENTE

Apesar dos esforços do apaixonado Robert, Elizabeth, já com quarenta anos de idade, relutava e custava libertar-se dos longos e sofridos anos de invalidez que foi vitima, e nem do respeito exagerado que tinha pelo quase tirano pai, Edward Moulton Barrett, a cujo jugo ainda se mantinha.

Mesmo estando irremediavelmente apaixonada, para ela, fragilizada emocionalmente, e ainda apresentando uma debilidade física pela doença implacável, esse quadro representava uma barreira intransponível.

Todavia, estimulada insistentemente por Robert, a poetisa retirava forças sabe lá de onde e de que maneira, para num grande esforço, sair do quarto e descer ao andar inferior, feito raro, principalmente com a chegada do rigoroso Inverno.

Apesar dos progressos incomensuráveis, ainda mantinha o receio de ser um estorvo para o seu amado, e o pior, ser descoberta nas suas relações sentimentais; com certeza, se o pai soubesse disso, com grande probabilidade destruiria todas as correspondências existentes, e o pior, proibiria de forma enérgica que Robert voltasse a freqüentar a casa.

A SONHADA FELICIDADE

A medida que os dias avançavam, de uma forma arrebatadora, envolvidos ainda em constantes receios, o amor de ambos crescia e consolidava-se ainda mais. Nesse ínterim, com a chegada da Primavera, numa análise mais apurada da situação, ambos tomaram uma decisão: partirem juntos para Itália.

Temerosa ainda, Elizabeth procurou o fortalecimento físico em pequenas caminhadas, passeios em lugares mais arborizados, visitando pessoas amigas, enfim, criando energia e coragem para concretizar o sonho de uma união feliz com o seu amado.

Todavia, os dias pareciam "galopar", dando a sensação que a rotação cíclica e irremediável das estações climáticas conspiravam contra eles; o Verão aproximava-se do final e outro Inverno, com certeza, seria mais uma tortura para a sua pessoa. Conspirando ainda mais com esses temores, o pai de Elizabeth resolveu reformar a casa de Wimpole Street, sendo necessário o remanejamento de todos da família pelo menos por um mês, para longe das imediações.

Em verdadeiro pânico, Elizabeth envia uma mensagem ao seu namorado. Robert, com a sensibilidade do poeta e do apaixonado, interpretando tal missiva como um pedido de "socorro", responde:

"Se partires o nosso casamento será adiado pelo menos um ano. Já tivemos ocasião de verificar o que ganhamos em esperar até agora. Devemos, pois, casar imediatamente e partir para Itália. Hoje mesmo pedirei a licença e, deste modo, o casamento poderá realizar-se no próximo sábado."

Não vacilando desta vez, numa manhã de sábado, mais precisamente em 12 de setembro de 1846, Elizabeth acompanhada da fiel criada, cujo pretexto foi o de visitar uma amiga, vai ao encontro do seu amado.

Precavendo-se, pois sentia ainda uma grande fraqueza, comprou em uma farmácia um remédio que de alguma maneira evitou que ela simplesmente desmaiasse; não sem muito esforço, Elizabeth conseguiu chegar a Igreja onde Robert, juntamente com um primo, esperava ansiosamente. De forma discreta, finalmente o casamento concretizou-se.

Embora feliz , porém emocionalmente tensa e esgotada fisicamente, a poetisa teve que adiar a fuga que tinham planejado, e por precaução, Elizabeth regressou a casa na companhia da criada, adiando a fuga por mais uns dias.

A FUGA

Exatamente uma semana após o enlace matrimonial, no dia 19 de setembro de 1846, também um sábado, o sinal verde para que fugisse foi dado. Assim, Elizabeth, sua fiel criada, e até o seu cachorro Flusx deixaram definitivamente para trás àquela que teria sido uma verdadeira prisão, a casa de Wimpole Street, 50.

No plano de fuga antecipadamente planejado foi previsto, e isso realmente se concretizou, uma escalada intermediária iniciada na estação de Nine Elmes, perto de Vauxhall, por trem, com destino à tão sonhada felicidade.

ANOS FELIZES

Como nos finais dos velhos contos, Robert e Elizabeth viveram felizes por muitos anos. Cidades como Florença, Paris, Pisa e Roma, eram rotas obrigatórias, desfrutando das belezas naturais, do clima, dos amigos, e logicamente da poesia que além de outras afinidades, unia os dois.

Elizabeth, radiante e feliz, sentia-se muito bem de saúde, e para coroar a felicidade definitiva daquela união, em 1849, na Primavera, deu à luz um menino.

O DESENLACE

Na cidade de Florença, numa tarde de junho, acometida de um repentino e inesperado ataque de bronquite, imediatamente assistida pelo seu médico, nos braços de Robert, a poetisa faleceu.

Num relato comovente, escrito pelo poeta tempos depois afirmou:

"Sempre sorrindo e com uma expressão de felicidade no seu rosto de menina, faleceu, em poucos minutos, com a cabeça apoiada na minha face".

O LEGADO

Elizabeth Barret Browning legou-nos um testemunho duradouro do seu grande e puro amor. Uma manhã, na Itália, entregou a Robert um caderno de poemas, mais tarde publicados sob o titulo de Sonnets from the Portuguese (Sonetos traduzidos do Português). Um destes é considerado o mais belo poema de amor escrito por uma mulher, em língua inglesa:

Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minhalma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do Sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte.

Tradução de Manuel Bandeira

20 maio, 2007

Los brujos de Camerún



Autor:Francisco Jose Peramos Sanchez
Título:Ballet oficial de Camerún. Invocando a los brujos de Camerún
País/Lugar:Egipto / El Cairo

18 maio, 2007

O Fabuloso Maurício

Terry Pratchett é o autor da série Discworld e parceiro habitual de Neil Gaiman. O Fabuloso Maurício( The Amazing Maurice) se passa no Discworld, mas quase nenhuma referência é feita a isso - na verdade poderia se pensar que acontece no nosso Universo comum, se o Universo comum comportasse uma Universidade Invisível onde os ratos que fuxicam o lixo adquirissem, de repente, a capacidade de raciocinar e falar.

"Como disse o fabuloso Maurício, era só uma história sobre pessoas e ratos. E a parte difícil era diferenciar as pessoas dos ratos."

Maurício é um gato que adquiriu os mesmos dons e lidera o bando de Roedores Letrados e o garoto-com-cara-de-bobo. Eles viajam de cidade em cidade aplicando o golpe da praga dos ratos. O garoto é o flautista rateiro que o governo [denominação que Maurício dá para qualquer autoridade] contrata para atrair os ratos para fora da cidade, onde dividem o dinheiro. O golpe funciona perfeitamente até chegarem à cidade de Panqueca Estragada. O rato-filósofo Perigoso Feijão começa a questionar o plano de Maurício, a liderança de Fiambre Suíno [o rato-líder], a ter dúvidas existenciais.

"... nós não sabíamos que as sombras estavam lá, até vermos a luz."

O alvo do livro é um público mais novinho, mas nada impede que adultos leiam e se divirtam com as centenas de referências que o autor sempre acrescenta nas histórias. Como alguém na comunidade Discworld Brasil disse uma vez, Terry Pratchett escreve em camadas. Uma criança que lê Pratchett hoje pode reler daqui a 10 anos e encontrar um livro totalmente novo.

E um adulto que não leu Pratchell, nunca saberá o que perdeu. Caras e bocas de "mochocho" a parte, o livro é imperdivel.

16 maio, 2007

Poire, pear e pêras pra que te quero

Foto: Irina No

«Eu gosto muito de peras
Sendo elas cabaçais
Gosto do nome de António
De Joaquim muito mais.

Eu gosto muito de peras
Sendo elas de Amorim.
Gosto do nome de António
Muito mais de Joaquim.

Pereira, dá-me uma pêra.
Ó silva, dá-me uma amora...
Meu amor, dá-me um abraço,
Que me quero ir embora.»

15 maio, 2007

A Cor do Som



A Cor do Som

Misturando rock, jazz e os mais variados ritmos brasileiros, o grupo surgiu no final dos anos 70. Na formação original, os irmãos Mu e Dadi Carvalho, respectivamente nos teclados e baixo; Gustavo na bateria; na guitarra, guitarra baiana e bandolim, Armandinho, filho do legendrio Osmar, criador ao lado de dod, do primeiro trio elétrico de salvador. Depois do disco de estréia, apenas com o nome da banda na capa, veio uma apresentação antólgica no festival de Montreux, na sua, posteriormente lançada em disco. O álbum Frutificar deu início a fase de grande popularidade, com os sucessos "Abri a Porta e Beleza Pura.

Nos anos 80 seus discos passaram por vários estilos, resultando em fusões de jazz, rock, reggae, choro e samba. Em 1985 a banda se dissolveu com alguns componentes seguindo carreira solo e outros voltando a ser músicos contratados de artistas consagrados.

Entretanto, em 1996, o grupo juntou-se novamente para gravar o disco “A Cor do Som Ao Vivo no Circo”, pelo qual recebeu, no ano seguinte, o Prêmio Sharp de Melhor Grupo Instrumental.

No dia 24 de agosto de 2005, o grupo A Cor do Som volta à ativa com um registro acústico, gravado ao vivo na casa de shows Canecão (RJ). A apresentação foi marcada por diversas participações especiais, dentre elas de Moraes Moreira, em "Davilicença", Caetano Veloso em "Menino Deus" e Daniela Mercury em "Beleza Pura", só para citar algumas. O show no Canecão gerou a gravação do CD e DVD “A Cor do Som Acústico”, com sua formação original: Armadinho, Dadi, Mú Carvalho, Gustavo Schroeter e Ary Dias.
O lançamento do trabalho registra a relevância histórica do grupo A Cor do Som no cenário musical brasileiro, com destaque para a habilidade de seus integrantes, instrumentistas com sólidas carreiras individuais.

Site: http://www.acordosom.com.br

Hoje:


Ontem:

12 maio, 2007

Feliz Dia das Mães às Mães de Todos os Dias




Ser mãe
É ser responsável,
É educar,
É preparar,
É viver em eterno desassossego,
É achar graça em tudo que nossos rebentos fazem,

ficar orgulhosa de suas descobertas e conquistas,
É chorar, chorar e chorar de emoção, aflição e preocupação,
morrer de ciúmes quando eles começam a "olhar" em volta
e você deixa de ser a "mamãe" pra ser "pô mãe",

É sentir saudades de quando eles sorriam pra você
como se nada mais no mundo existisse,
de quando eles não “viviam” sem você,
e arrancar os cabelos quando eles embarcam num “programa” e nem lembram de você para dizer: “- mãe, cheguei e tá tudo bem”, e essas são as notícias que você vai receber durante os próximos 5 dias em que eles estiverem com a “turma”. Claro que você vai ter também uma mala cheia de roupa suja misturada com a limpa, chinelos cheios de areia no meio de tudo isso e com muita sorte, não encontrar também a toalha molhada enrolada nesse “bolo” de fazer chorar de raiva por eles serem tão “nem ai”.

Ah, ser mãe é o eterno frio na barriga que nunca passa,
Eu nem sei o que é,
Apenas sei que é, e sempre será amor para a vida inteira.

10 maio, 2007

Les Enfants Terrible (1) - A.Spare

Dizem que a arte visionaria brota dos "íntimos refolhos assombrados da consciência", não nos surpreende que alguns artistas também sejam magos. Sua arte se torna uma espécie de invocação, um chamado uterino 'as energias arquetipicas a "presenças" que povoam a imaginação. Para esses artistas, as imagens que conjuram provêem uma espécie de espiada 'as profundas - e talvez mais ameaçadoras - realidades que se acotovelam alem dos limites de nossa consciência conhecida.

É mágico como artistas dessa estirpe nos "relembram" de potencialidades visionarias que filtram através do psíquico, como ecos do Grande Vazio. Os três artistas que vamos tratar aqui são exemplos exponenciais desses gênios criativos e excêntricos; artesãos visuais que, de alguma forma, conseguiram explorar estas realidades inomináveis, mantendo-se no contexto da cultura ocidental do século XX e, sobretudo, preservando a sua sanidade.

Os três podem ser considerados "marginais", ou alternativos. E somente um, o suíço H.R.Giger, conseguiu atrair considerável notoriedade do establishment, alem de ser o único ainda vivo: Austin Osman Spare morreu abandonado em Londres em 1956 e Rosaleen Norton - a Bruxa de King Cross - deixou esta vida em um hospício de Sidney, Austrália, em 1979.

Mas o que especificamente me desperta o interesse nestes três artistas? Penso que o trio comunga justamente o conceito de Arte como Magia, de artista como mago. Eles nos mostraram, através de suas imagens fantásticas, que o Universo realmente é misterioso, milagroso e 'às vezes, aterrorizante, e que a nossa consciência existe e transita em vários níveis. O artista-mago é, por definição, um avatar de diversos mundos paralelos.

O visionário do transe britânico Austin Osman Spare (1886-1956) nos legou exemplos intrigantes da fusão criativa da Magia com a Arte. Valendo-se de um sistema todo seu de encantamentos e sigilizaçoes (mandingas), ele era capaz de focar determinada e controladamente a sua consciência, que evocava energias primais poderosas de sua psique, na técnica que ele cunhou de ressurgencias atavistica.

Ele foi além dos conhecidos rituais práticos da Magia, a ponto de suas peças-de-arte representarem uma desapaixonada confrontação com o próprio Universo - ou, como ele próprio gostava de descrever o ato, "roubavam o fogo dos céus".

Inspirado nos deuses egípcios clássicos e também em sua ligação intima com uma velha bruxa chamada apenas de Sra. Paterson - e com uma entidade dos círculos interiores apelidada de Águia Negra - Spare evoluiu rapidamente de uma arte figurativa conhecida para um estilo inspirado de surrealismo mágico.

Admirado por Augustus John, George Bernard Shaw e John Sargent, ele foi considerado um prodígio artístico e foi logo depois contratado para ilustrar uma porção de livros expressivos, inclusive "Atrás do Véu", de Ethel Wheeler (1906) bem como um livro de aforismos intitulado "Lodo Queimado nas Estrelas" (1911).

No inicio dos anos 20 ele já o co-editor de O Golden Hind (Corça de Ouro), junto com Clifford Bax, estampando artigos de verdadeiros papas da cultura de então, como Aldous Huxley, Alex Waugh e Havelock Ellis.
Os desenhos de Spare para o jornal eram em sua maioria de mulheres nuas e suntuosas, apenas levemente insinuando todo o mundo mágico que já a inspirá-lo.

Se ele tivesse continuado no metier, trafegando meio aos círculos literários convencionais, certamente que se tornaria bem mais conhecido como artista - pelo menos ao nível de outro notado ilustrador, Edmund J.Sullivan, autor das imagens que embelezava O Rubaiyat de OmarKhayyam e cujo estilo gráfico assemelhava-se ao estilo inicial de Spare. Mas Spare já decidido a autopublicar seus escritos e desenhos, que lidavam com a exploração da consciência mágica. Na verdade, suas inclinações esotéricas o encaminharam mesmo foi para longe do mainstream cultural.

Sua cosmologia é, mas instrutiva. Ele acreditava na reencarnação e afirmava categoricamente
que todas as suas pretéritas vidas, sejam humanas ou a, estiveram igualmente imersas na mente subconsciente.

O propósito místico do homem seria justamente rastrear todas essas existências ate´ a sua fonte primal, e isto poderia ser feito num estado de transe, no qual estaria se sujeito a ser possuído pelos atavismos de algumas dessas vidas.

Para Spare, lembranças e até impressões de encarnações previas bem como todos os impulsos míticos, podiam ser despertados da mente subconsciente:" Todos os deuses já na Terra, sendo nos próprios" - escreveu - " e quando mortos, suas experiências, ou Karma, comandam nossas
ações em parte".

O artista aprendeu sua técnica de atavismo ressurgente da Sra. Paterson, que por sua vez creditava uma ligação intima com o Culto das Bruxas de Salem.

Ele também começou a fazer "desenhos automáticos" em transe, através da mediunidade de uma manifestada presença que ele chamava de Águia Negra e que tomava a forma de um índio americano.

Sua concepção de mulher sem uma forma fixa, finita, lhe era de grande apelo – e a Deusa Universal era, acima de tudo, um aspecto central de sua cosmologia mágica. E não abria mão de sua crença de que essa deusa não podia ser limitada nem cultural nem miticamente e nem

também nomeada como Astarte, Isis, Cybele, Kali, Nuit, já que, em assim procedendo, estaríamos desviando-nos do “caminho” e, idealizar um conceito tão sagrado seria falso porquanto incompleto, irreal porquanto temporal.

Spare usou diversas técnicas para entrar em estados de transe; algumas vezes, a exaustão absoluta, como um meio para lhe “abrir o estado de vácuo total”; outras, o orgasmo, para atingir a mesma espécie de êxtase místico.

Acreditava que a sigilizaçao, a mandinga, representando um ato de vontade consciente, podia ser plantada como uma semente na mente subconsciente durante estes estados de pico do êxtase, momentos especiais quando o ego e o espírito universal se fundem: “Nesse momento, o qual ocorre à geração do Grande Desejo “ – escreveu – “ a inspiração flui livremente da fonte do sexo da deusa primordial , que existe no coração da matéria...a inspiração vem sempre do grande momento do vazio”.

Diversos dos desenhos mágicos de Spare exibem a Dama Divina guiando o artista pelo labiríntico mundo da magia. Um dos seus mais importantes e singulares trabalhos, “ A Ascensão do Ego do Êxtase ao Êxtase” – o qual foi incluso em sua obra-prima autopublicada , “O Livro dos Prazeres”, em 1913 – mostra a Deusa dando as boas vindas ao próprio artista que, na ocasião, era apropriadamente provido de asas brotadas de sua cabeça. Seu ego, ou identidade pessoal, e´ mostrada emergindo na forma de uma encarnação primal animalesca e as duas formas transcendem a si mesmas conjuradas numa caveira atávica – união com Kia.

Em outro trabalho igualmente importante , “Agora pela Realidade”, a Dama aparece novamente, levantando o véu que revela a misteriosa realidade alem. No primeiro plano, pululam todas formas de criatura – uma coruja, um rato do mato, um diabo com chifres – mas, claramente, a realidade está alem, nas regiões inferiores reveladas pela Deusa.

Indubitavelmente, um dos principais intentos de Spare ao usar os seus transes era liberar energias as quais ele acreditava serem a fonte de genialidade. E ele próprio comentava “ êxtase, inspiração, intuição e sonho...cada estado destampa memórias latentes e as apresenta na imagética de suas respectivas linguagens”. O gênio, de acordo com ele, era justamente experimentar diretamente o “atavismo ressurgente” durante “o êxtase da Serpente de Fogo do Kundalini.

07 maio, 2007

A Lenda dos Orixás



a Lenda dos Orixás e da Criação do Mundo segundo a tradição Ioruba no Candomblé.

G de Gatíssimo e B de buáááááá


Pra esse "gatinho" tem banho de sol, leitinho morno 4 x dia, minguau à tarde nos dias frios e nos outros também, filé mignon, banho de língua, colinho a qualquer hora, massagem nas "patinhas" e onde mais precisar, tem festinha, tem colinhoooooo....Pra ESSE "gatinho" tem tudo e o que mais ele pedir.

E se precisar fazer umas 1000 viagens para dar conta, a gente dá...(risos)

Ai, meus sais!!!

Ah, antes que eu me esqueça, aliás eu nunca esqueço, mas se algum cara disser: "Quem é esse???" , apenas para informação adicional, ele é Gerard Butler, aquilo que todo homem quer ser quando crescer...

05 maio, 2007

Beijos, beijos de cinema

À BEIRA DO ABISMO
Casados na vida real, Humphrey Bogart e Lauren Bacall imitaram a realidade em vários filmes em que atuaram juntos, como em À Beira do Abismo, de 1946, no qual fazem o par romântico.


UM CORPO QUE CAI
diretor Alfred Hitchcock, mais uma vez fez sua fórmula se transformar em marca registrada.Uma bela mulher, quase sempre loira, protagoniza uma história misteriosa e confunde a vida do galã. Em Um Corpo Que Cai, James Stewart é um detetive que se envolve com Kim Novak, uma das mulheres mais festejadas do cinema.


A UM PASSO DA ETERNIDADE
Burt Lancaster e Beborah Kerr protagonizaram essa cena, uma das mais belas do cinema, em 1953. O beijo ardente numa praia do Havai arrancou suspiros dos mais apaixonados. A película de Fred Zinneman ganhou 8 Oscars, inclusive o de melhor filme.


PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM
Marco dos anos 60, o filme continua pungente e engraçado. Deu a Mike Nichols o Oscar de melhor diretor, em 1967, e projetou Dustin Hoffman. Ele interpreta um estudante seduzido por uma mulher de meia-idade, Anne bancroft, a Mrs. Robinson da música de Simon e Garfunkel.


OS IMPLACÁVEIS
Adrenalina é a receita de romance de Steve McQueen e Ali MacGraw no filme de ação rodado em 1972 pelo diretor Sam Peckinpah. No papel de um preso que não consegue aliberdade condicional, McQueen se alia a MacGraw em um plano de fuga e roubo a banco.


A FORÇA DE UM AMOR
Jim McBride dirigiu, em 1983, os atores Richard Gere e Valerie Kaprisky nesta versão do filme rodado previamente em 1959 por Jean-Luc Godard. Não faltam beijos e cenas calientes na releitura do romance entre o charmoso malandro e a estudante.


JANELA INDISCRETA
Antes de virar princesa de Mônaco, Grace Kelly ocupou o trono de rainha dos filmes de suspense de Alfred Hitchcock. Aqui, com James Stewart, numa cena romântica com o fotógrafo que pensa assistir pela janela um assassinato no apartamento em frente.

AMA-ME COM TERNURA
Na estréia do rei do rock, Elvis Presley, no cinema, não faltou ramantismo. O herói disputa com o irmão o amor de uma mesma mulher, Debra Paget. Enbaladas pelas músicas do cantor, as fãs deliraram com o beijo e muitas voltaram ao cinema só para ver a cena mais uma vez.


AS MALÍCIAS DO AMOR
Dirigido por Édouard Molinaro, o filme traz Anthony Perkins no papel de um espião russo escalado para se apoderar de ducumentos falsos. Mesmo com a ajuda de sua namorada, papel de Brigitte Bardot, ele se mostra inepto para a tarefa. O título original do filme é Um Idiota Encatador.


BONITINHA MAS ORDINÁRIA
Baseado na peça de Nelson Rodrigues, o filme, rodado em 1981, narra a história do rapaz, que se casa por dinheiro com a mocinha, que tinha sido violentado por marginais. O drama pesado ganha tempero picante com a interpretação de José Wilker e Lucélia Santos, esbanjando juventude na época.


OS CAFAJETES
O filme de Ruy Guerra, com Jece Valadão e Lucy Carvalho, provocou um escândalo quando foi lançado, em 1962, por cousa das cenas eróticas. Na foto, o beijo do casal é um dos mais sensuais da filmografia do diretor, que participou do Festival de Cannes com Estorvo.

A bailarina