28 julho, 2007

Dead can dance

Mentiram-me


Mentiram-me.
Mentiram-me ontem e hoje mentem novamente.
Mentem de corpo e alma, completamente.

E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.

Mentem, sobretudo, impune/mente.

Não mentem tristes.
Alegremente mentem.
Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.

Mentem.
Mentem e calam.
Mas suas frases falam.
E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver a verdade
em trapos pelas ruas.

Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura.

Mas não se chega à verdade pela mentira,
nem à democracia pela ditadura.

Evidente/mente a crer nos que me mentem

uma flor nasceu em Hiroshima

e em Auschwitz havia um circo permanente.

Mentem.
Mentem caricatural- mente.

Mentem como a careca mente ao pente,
mentem como a dentadura mente ao dente,
mentem como a carroça à besta em frente,
mentem como a doença ao doente,
mentem clara/mente como o espelho transparente.

Mentem deslavadamente,
como nenhuma lavadeira mente ao ver a nódoa sobre o linho.
Mentem com a cara limpa e nas mãos o sangue quente.
Mentem ardente/mente como um doente em seus instantes de febre.
Mentem fabulosa/mente
como o caçador que quer passar gato por lebre.
E nessa trilha de mentiras
a caça é que caça o caçador com a armadilha.

E assim cada qual mente industrial/mente,
mente partidária/mente,
mente incivil/mente,
mente tropical/mente,
mente incontinente/mente,
mente hereditária/mente,
mente,
mente,
mente.

E de tanto mentir tão brava/mente
constróem um país de mentira
— diária/mente.

Mentem no passado.

E no presente passam a mentira a limpo.
E no futuro mentem novamente.

Mentem fazendo o sol girar em torno à terra medieval/mente.

Por isto, desta vez, não é Galileu quem mente,
mas o tribunal que o julga herege/mente.

Mentem como se Colombo partindo do Ocidente para o Oriente
pudesse descobrir de mentira
um continente.

Mentem desde Cabral, em calmaria, viajando pelo avesso,
iludindo a corrente em curso,
transformando a história do país
num acidente de percurso.

Tanta mentira assim industriada me faz partir para o deserto
penitente/mente,
ou me exilar com Mozart musical/mente
em harpas e oboés, como um solista vegetal
que absorve a vida indiferente.

Penso nos animais que nunca mentem, mesmo se têm um caçador à sua frente.

Penso nos pássaros cuja verdade do canto nos toca matinalmente.

Penso nas flores cuja verdade das cores escorre no mel silvestremente.

Penso no sol que morre diariamente jorrando luz,

embora tenha a noite pela frente.

Página branca onde escrevo.
Único espaço de verdade que me resta.
Onde transcrevo o arroubo,
a esperança,
e onde tarde ou cedo
deposito meu espanto
e medo.

Para tanta mentira só mesmo um poema explosivo-conotativo
onde o advérbio e o adjetivo não mentem ao substantivo
e a rima rebenta a frase
numa explosão da verdade.

E a mentira repulsiva se não explode pra fora
pra dentro explode implosiva.

Affonso Romano de Sant'Anna

Porrrrrrrrrrraaaaaaaaaaaa


26 julho, 2007

Enluarada

Ando perdida pelo mundo da Lua, ou me encontrando nele...


Clair de Lune
Votre âme est un paysage choisi
Que vont charmant masques et bergamasques
Jouant du luth et dansant et quasi
Tristes sous leurs déguisements fantasques.

Tout en chantant sur le mode mineur
L'amour vainqueur et la vie opportune
Ils n'ont pas l'air de croire à leur bonheur
Et leur chanson se mêle au clair de lune,
Au calme clair de lune triste et beau,
Qui fait rêver les oiseaux dans les arbres
Et sangloter d'extase les jets d'eau,
Les grands jets d'eau sveltes parmi les marbres.

Paul Verlaine

Au Clair de la Lune
Au clair de la lune,
Mon ami Pierrot,
Prête-moi ta plume,
Pour écrire un mot.
Ma chandelle est morte,
Je n'ai plus de feu;
Ouvre-moi ta porte
Pour l'amour de Dieu !
Au clair de la lune,
Pierrot répondit :
Je n'ai pas de plume,
Je suis dans mon lit.
Va chez la voisine,
Je crois qu'elle y est;
Car dans sa cuisine,
On bat le briquet.
Au clair de la lune,
L'aimable Arlequin
Frappa chez la Brune,
Qui répond soudain :
Qui frappe de la sorte ?
Il dit à son tour :
Ouvrez votre porte,
Pour le dieu d'amour.
Au clair de la lune,
On n'y voit que peu;
On chercha la plume,
On chercha le feu.
Cherchant de la sorte
Ne sais c'qu'on trouva;
Mais je sais qu'la porte
Sur eux se ferma.
Au clair de la lune
Pierrot se rendort,
Il rêve à la lune
Son cœur bat très fort
Car toujours si bonne
Pour l'enfant tout blanc
La lune lui donne
Un croissant d'argent.

counting rhyme

A Sonata

Claire de Lune (Debussy)



Claude Debussy's produção de Stephen Malinowski (lindo)


Alheia a tudo, ocupada demais com seu mundo, a música e a beleza de um gesto terno não lhe tocam a alma que vive submersa sem questionamentos ou preocupações que possam causar danos . Questionamentos, emoções desconhecidas, confusão e o instinto de preservação, sempre alerta, dá o sinal...

De repente o entendimento de que o vazio era o antes e não o agora, dor sem alento, talvez tarde demais...

Uma alma desnuda-se...

Esse foi o meu entendimento para uma história tão singela e podem até dizer: "bobinha"...
Linda!

Clair de lune por Manuel Müller Cordula - 2d animation


E a Lua Azul que viu tantos corações sem um sonho?

Blue Moon
Blue moon, you saw me standing alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own
Blue moon, you know just what I was there for
You heard me saying a prayer for
Someone I really do care for

And then suddenly appeared before me
The only one my arms could ever hold
I heard somebody whisper please adore me
But when I looked that moon had turned to gold

Blue moon, now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own
Without a love of my own
Blue moon



Mas essa JAZZZZ é outra história...

22 julho, 2007

O Cavalinho e a Borboleta

Recebi de uma môr(contém) de chat .
Como não sei passar o flash por aqui, segue o texto.
Um chuá pela mensagem e o lençol que molhei de tanto s buás, mando para
ela lavar...

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.

Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.

A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.

Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.

A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.

Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.

Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.

Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.

E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.

Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.

Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.

-Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?

-Famoso, eu?

-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?

-É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.

-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.

- Morreu? Como foi isso?

-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.

Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.

- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste, sucumbiu e morreu.

-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?

-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:

"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.

Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso.

18 julho, 2007

Relaxar e Gozar?

"Relaxa e goza porque você esquece todos os transtornos depois [ao chegar ao destino", disse durante o lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007-2010.

"Isso é igual a parto. Depois esquece tudo."

"Quero pedir desculpas aos turistas e a todos os brasileiros pela frase infeliz que proferi hoje, ao término de uma entrevista coletiva. Não tive por intenção desdenhar, muito menos minimizar os transtornos que estão sendo enfrentados pelos usuários do transporte aéreo."

por Marta Suplicy Ministra do Turismo

Em países nos quais seus governantes são pessoas sérias, frases como essas jamais seriam ditas para que retratações fossem necessárias.

Nesses mesmos países, acontecimentos como os de ontem em São Paulo são chamados de FATALIDADE, infelizmente este não é um país cujos governantes em sua maioria possam ser creditados como sérios e o que aconteceu ontem em São Paulo é chamado de CONSEQUÊNCIA .

Não escrevo só pelo que leio ou vejo, escrevo pelo que vivo e sinto...

Hoje eu sinto tristeza pelos que perderam seus amigos e familiares num acidente que poderia ser evitado, já que, depois de 45 dias em reformas, Congonhas teve suas áreas vips e lojas modernizadas, mas a conclusão da reforma de suas pistas foi deixada para depois.

E eu fico pensando: será que o motivo para que tais reformas não fossem concluídas é porque passou pela cabeça de alguém alguma coisa como: "Ranhuras para evitar derrapagem? Seriam mesmo necessárias? ...nem estamos em época de chuvas!".
Se passou, com certeza deve ter sido pela cabeça de um alienigena em visita às obras que teria poder de decisão sobre o assunto.

Em São Paulo, não existem épocas definidas como sol, calor, chuvas e frio. Aqui todo dia é dia das 4 estações num mesmo dia em qualquer dia do ano.

  • Se eu fizesse parte das maiorias que engordam as cabeças voltadas para a realidade brasileira eu diria: ONDE, QUANDO, PORQUE? - VOCES VIRAM A NOVELA DAS 8???
  • Se eu fosse criança sentiria: ABANDONO

Desculpem a ironia, eu sou adulta e não sei o que falo e além de tudo pertenço ao grupo de pessoas que precisam do "tarja preta" para continuarem sobrevivendo.

  • Eu só sei do que sinto: VERGONHA


Queda matou pelo menos 191; caixa-preta foi encontrada | 06:59

Maior tragédia da aviação brasileira vitimou pelo menos 186 dentro do avião e cinco fora do Airbus, que explodiu pouco depois da pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Gravação da aeronave foi encontrada de madrugada. Parentes deverão reconhecer corpos.

Fotos | Imagens do incêndio, ação de bombeiros e resgate de vítimas


A ORDEM É MORRER CALADO E FICAR DE LUTO EM SILÊNCIO

por Reinaldo Azevedo
O que vocês esperam? Que alguém venha a público dizer que o agora maior acidente aéreo brasileiro (o nosso último “maior” tinha apenas 10 meses) foi causado, entre outros fatores, pela pista inadequada, sem as devidas ranhuras? Isso não vai acontecer. Até hoje, na tragédia dos 154 mortos da Gol, não se deu o devido peso à coisa mais óbvia do mundo: o Boeing tinha comunicação com a torre, e sabia-se que o Legacy poderia estar na contramão. Bastava ordenar então ao avião da empresa brasileira: “Suba, desça ou vá para o lado”. E aquelas pessoas estariam vivas. Em vez disso, as responsabilidades se diluem nas repisadas "múltiplas causas" que provocam um acidente aéreo. O estado sempre livra a própria cara.

Reitero o que escrevi ontem em muitos posts: ainda que se venha a provar — é o que está para acontecer — que o piloto praticou uma barbeiragem, a Infraero demorou 50 minutos para divulgar o nº do vôo. Não! Não se tratava de uma informação que estava presa em algum filtro, em algum mecanismo de controle. Era desconhecimento mesmo. Tanto é assim, que se chegou a divulgar que o vôo era o de nº 5018. Em seguida, outra informação: seria uma pequena aeronave, não um avião grande. E, finalmente, quase uma hora depois, a informação correta do vôo ao menos.

Ora, isso é indício de um estado de coisas, não fosse suficiente a balbúrdia que se verifica diariamente nos aeroportos em razão da falta de comando, da infra-estrutura precária, de um controle aéreo completamente rendido à militância sindical. Lula tem alguma coisa com isso? Ele também deve achar que sim, não é? Ou não teria reunido o tal “Gabinete da Crise”. Reunião para quê?

Julio Redecker
Evidentemente, estou consternado com a tragédia. A imagem da mulher desfalecendo no aeroporto ao saber que dois filhos seus estavam no avião é dessas coisas sem par. Como pai, pressinto a extensão dessa dor. Ademais, conhecia o deputado Julio Redecker (PSDB-RS), líder da minoria na Câmara, com quem tinha um relacionamento cordial, amigo. Era um político dedicado, trabalhador, de caráter — um excelente quadro do tucanato, pessoa hoje rara no Brasil, que tinha mais futuro político do que passado.

É o aspecto sempre apavorante das tragédias: vidas interrompidas que, por sua vez, interrompem outras vidas. Os familiares colhidos por esses acontecimentos, não raro, sentem-se roubados, traídos, abandonados. Minha solidariedade às famílias de todos os mortos, em particular à mulher e aos filhos de Redecker. Os que perdem entes queridos em situações como essa têm dificuldades até mesmo para viver o luto, que está presente em todas as culturas e que é uma necessidade.

Soma-se a essa consternação pelo conjunto e à tristeza em particular por Redecker um outro e enorme desconforto: eu detesto aviões. Todas as certezas muitos racionais e muito científicas sobre “o mais seguro meio de transporte” podem até me convencer, mas não me pacificam. Não consigo deixar de considerar que se trata de um “tudo ou nada”. Sei que o número de acidentes é ínfimo se levarmos em conta os pousos e decolagens no mundo. E só se chegou a esse desempenho, entendo, justamente em razão daquele “tudo ou nada”. Todas as áreas envolvidas com o vôo passaram por revoluções tecnológicas consideráveis. O medo, quando é virtuoso, pode gerar ciência e prudência. O meu medo de voar não tem nada de virtuoso. Só me causa contratempos e sensações desagradáveis. E é pior quando viajo com a família. Gosto é de ficar aqui, quieto, no meu canto. A rotina me basta.

Civilização
Por mais experiente que seja o viajante, noto sempre, há em todo passageiro um quê de desafio no olhar. Por algumas horas, dezenas de pessoas partilham de um destino. Com raras exceções, o clima nos aviões é de certa camaradagem complacente; as pessoas fazem algum esforço para ter uma risonha confiança — desconfiada, acho eu — no futuro. Temos a noção de que aquilo é mesmo um atrevimento e tanto. Confiamos nosso destino à expertise dos pilotos, das empresas aéreas, das torres de comando. Entregamos, enfim, nossa vida ao conhecimento acumulado que faz com que voemos, que nos mantém no ar, que nos devolve à terra, à nossa rotina, ao nosso destino: seres feitos para caminhar sobre duas pernas.

A tragédia com o avião da TAM, dez meses depois do acidente da Gol, provocou um estranho misto de incredulidade misturada a frieza até mesmo nos jornalistas que estavam de cara para as chamas. Durante alguns minutos, via-se a cauda de um avião enterrado no depósito — sim, era, inequivocamente, a cauda de um avião —, e os repórteres falavam no "incêndio do prédio". No máximo, mesmo com aquele rabo da tragédia exposto, especulava-se sobre um “possível” acidente. Um avião derretia numa impressionante bola de fogo, e ninguém queria acreditar.

Mas não era daquelas resistências sofridas diante da tragédia. Talvez fosse outra coisa. Talvez fosse a manifestação de uma descrença generalizada na lógica. Ora, dados nove meses de caos, quanto tempo demoraria para que um novo acidente nos assombrasse? A perplexidade fria, creio, tinha a ver justamente com isto: a gente se dava conta de que, vejam só, é mesmo verdade; se fizermos as coisas erradas, colheremos desastres. Na aviação ou em qualquer lugar.

Morrer calados
Os petistas logo ficaram assanhados. Aqueles mesmos que estão certos de que César Maia organizou a vaia contra Lula logo correram para decretar: “Lula não tem nada com isso”. Mais: resolveram me botar na sua rede de demonização, afirmando que eu estava explorando politicamente a tragédia. Explorando politicamente?

São os tempos petistas. Chegou a hora de morrer calado. Chegou a hora de sofrer em silêncio. O curioso é que o próprio Lula, a despeito do que dizem os seus puxa-sacos, sentiu à distância o calor das chamas e se apressou em reunir o tal gabinete de crise. É claro que ele sabe ter tudo a ver com isso. Com isso o quê? Com a tragédia? Em certa medida, sim. Os brasileiros passaram a voar com muito menos segurança no seu governo. E as respostas ficaram todas entre a inércia e o cinismo.

Não, eu não inventei que a pista estava insegura. É o que pilotos estão dizendo ao se comunicar com a torre. Sem as tais ranhuras para escoar a água — e estava chovendo em São Paulo —, as aterrissagens são muito mais perigosas. Anteontem, um avião já havia rodado na pista.

Mas os petistas não querem que falemos nada. Afinal, eles não querem saber, como é mesmo?, da classe média que vaia Lula em estádio e protesta contra o governo nos aeroportos. Se depender da ministra do Turismo, devemos “relaxar e gozar”. Se depender do ministro da Fazenda, devemos é lhe ser gratos: ele acha que é o preço que se paga pela pujança da economia. Se depender de José de Alencar, devemos ter não mais do que paciência.

Cobram de nós que morramos calados; que vivamos nosso luto em silêncio. Sugiro a vocês que leiam os comentários dos colunistas petralhas quando o garoto João Hélio foi barbaramente assassinado. A síntese era esta: “Só estão fazendo esse barulho porque era um menino de classe média”. No Brasil de Lula, a classe média não tem direito nem de chorar os seus mortos. Nas ruas ou nos aviões. Nos estádios, é para aplaudir.

Atenção!
É puro raciocínio místico a suposição de que, havida esta tragédia, outra não pode acontecer. Pode, sim. Em primeiro lugar porque o fato de o governo Lula ser tão incompetente não quer dizer que o imponderável, que está em todos os lugares, tenha nos abandonado. Esse imponderável é sempre menor quanto maior é a capacidade de resposta técnica, é fato. Essa nossa capacidade de resposta, no setor aéreo, nunca foi tão precária. Tudo o mais constante — incluindo o silêncio dos inocentes —, mais acidentes virão. É matemático.




18.07.07 @ 02:44
Nosso País está medíocre. Cada dia mais, aprofundando-se num processo de culto à Bahianidade, esta forma pródiga e alienada de ser.

Incompetência, relaxamento, desleixo, preguiça, ineficiência, irresponsabilidade, omissão, cinismo, são as palavras que definem o momento.

Imerso em fraudes, corrupção, crimes, insegurança, mentiras, falsidades, falácias e sofismas, vive agora o cidadão. E as catástrofes desse tipo são a consequência.

O acidente da Gol, o da Tam, outros de menor divulgação, a cratera do metro, o assassinato do menino arrastado pelo cinto de segurança, a chacina no morro, gente dormindo no chão de aeroportos como cães, são todos fatos interligados, relacionados, são ovos daninhos nascidos da mesma maligna chocadeira.

Hell's kitchen: o Planalto.

14 julho, 2007

Faxina na biroska

A bendita baixou em mim e como sou um bicho meio inquieto quero dar uma arrumada na estrutura do blog e, principalmente nas postagens.


Estou reunindo as "crianças" porque precisamos trabalhar nas mudanças deste quintal. Sei lá, preciso mudar. Como disse no antigo blog, não tenho tranquilidade para seguir se não fizer algumas pausas para virar tudo de ponta cabeça.

No real, as mudanças já estãao acontecendo há uns dias, e isto virou bagunça. Então é a hora de colocar a mão na massa.
Talvez um novo e.mail, msn, nicks para as salas...

Sei lá, não sei

O blog "Mapa do Meu Nada", vai sendo atualizado porque lá as coisas andam bem resolvidas e não tem me faltado inspiração,ao contrário...(rindo muito)

CLICK NA BRUXA PARA
CHEGAR AO MAPA DO MEU NADA







http://mapadonada.blogspot.com/

Um Chuá e inté...

11 julho, 2007

Que coisa mais feia...

Massacre do Golfinho

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Muito bem, brincadeiras à parte o que se viu e leu ontem foi o "massacre" a pauladas do "peixe" em sala.
Quem não ficou no muro e se absteve de defender aquele que era o queridinho de cada 9 entre 10 mocréias em sala, presenciou uma "dantesca" fogueira de vaidades feridas, onde pretendiam assar o peixe e jogá-lo no lixo do "ignorar".

Não vou dizer que ele é uma figura impecável, nenhum de nós é. Não vou defendê-lo porque gosto dele. Independente das minhas bicadas com ele, eu, mesmo não sendo "persona idônea" para alguns, e quero mais é que vão pros 5ºs, se o diabo os aceitar, duvido que esse cara possa ser acusado de assediar aalguém em sala.

Ele pode ser muitas coisas, um problema só dele, mas não me venham montadas no andor que ali,99,9% já quis pular naquele colo. E imagino onde o saco do cara deve ter chegado de tão cheio. Não só o dele como os de muitos que, como ele não estão ali para "quecas", e depois são dispensados quando aparece carne podre, que as abutras (femea do abutre) irão se estapear afim de matar a fome de bananas que assola o mundinho virtual.

Eu, quando ando com nicks sem odor, sou assediada de tal forma que a alma do nick vai pro purgatório, mas não fica ali. E qdundo colamos midis usando nicks amorfos sem o H identificável? Passam todas, recebemos piscadinhas, sorrisos, comentários "singelos" e elogios do quão lindas são as músicas e o nosso bom gosto musical. Tudo no aconchego do reservado. Agora, experimentem tijolar com roupa de mulher, em 10 minutos uma legião já estará providenciando o passaporte do seu ip rumo ao saco...

Já pensei em me aproveitar e criar um "macho" a altura de algumas bestas predadoras, até cheguei a "parir" o bichinho, mas faltou estômago para seguir adiante. E criei algumas "safadas" bem pistoleiras com perfil, endereço, família, etc... E não caiu grande coisa na minha rede, só pequenos lambaris que não serviram nem para aperitivo. Mas essas são outras histórias.
Ali até amigos e paqueras de amigas não são poupados.

Em 9 anos de chat nunca vi uma "caça" predatória tão massificada e agressiva. E olha que eu não sou nenhuma "cabaça virginal", mas me sinto muitas vezes uma noiva virgem de 70 anos esperando o meu deflorador como quem aguarda o seu algoz.

Ele é sério, porque se fosse eu dava era uma lição da qual nunca mais se esqueceriam. Minto, dava nada, pois a minha certeza é de que nem isso serviria de lição para pararem de se sentirem tão ofendidas quando pegas sem calcinha.

Ele que aprenda que nem tudo precisa ser "normal" para ser sério ou adequado aos padrões para ser verdadeiro.

E vale o aviso, a sardinha é minha, mesmo que ela não saiba. E vamos tirar as unhas de cima...

Um chuá na bunda e inté...

10 julho, 2007

Matinta-Perera

Matinta Perera é uma ave de vida misteriosa e cujo canto nunca se sabe de onde vem. Dizem que ela é o Saci Pererê em uma de suas formas.

Seu nome científico é Tapera naevia e se apresenta com duas subespécies, uma das quais ocorre ao norte e leste e a outra no sul do Brasil.Tem coloração geral pardo-amarelada, com numerosas manchas escuras nas coberteiras das asas, topete avermelhado, com manchas claras e escuras, garganta, sobrancelha e abdomem brancos. Alimenta-se de insetos e costuma pôr ovos em ninhos de joão-teneném.

Também assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Quando vê alguma pessoa sozinha, ela dá um assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra: "Matinta Perera..."

Para os índios Tupinambás esta ave, era a mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos parentes mortos. Era chamada de Matintaperera.

Para se descobrir quem é a Matinta Perera, a pessoa ao ouvir o seu grito ou assobio deve convidá-la para vir à sua casa pela manhã para tomar café.

No dia seguinte, a primeira pessoa que chegar pedindo café ou fumo é a Matinta Perera. Acredita-se que ela, possua poderes sobrenaturais e que seus feitiços possam causar dores ou doenças nas pessoas.

Dizem ainda que quando a Matinta Perera sente que sua morte está próxima, ela sai vagando pelas redondezas gritando bem alto "Quem quer? Quem quer?". Quem cair na besteira de responder, mesmo brincando, "eu quero!", fica com a maldição de virar Matinta. E assim o fado passa de pessoa para pessoa.

Lenda do Folclore Brasileiro

09 julho, 2007

Fome


Foto: Brennan Linsley/AP



"No dia em que a fome for erradicada da Terra, haverá uma grande explosão espiritual como o mundo nunca viu. " Federico García Lorca (1898-1936).
A fome é hoje a maior epidemia do planeta, cujo drama a humanidade tem assistido de braços cruzados..

Em todo o mundo, mais 800 milhões de pessoas padecem do mal ou de desnutrição. Todos os dias, morrem de inanição mais de 24 mil seres humanos - uma vítima a cada 3,6 segundos. Três quartos dos famintos são crianças com menos de 5 anos.

As imagens entram com tal violência pelos nossos olhos que quase conseguimos sentir o odor da morte e o gemido sofrido dos que tudo perderam...

Foram muitas as atrocidades que o homem tem cometido ao longo dos anos contra o seu semelhante espalhando o terror e morte. O que aconteceu e ainda acontece no Sudão, foi e continua sendo, na minha opinião, a pior de todas. A violência tão brutal quanto desumana, dizimou aldeias inteiras - mulheres, velhos e crianças, gente que não sabe sequer quão tênue era e é a linha que os distingue dos outros seres humanos, pois nem chegavam a saber o que era ter esperança no futuro..

Um assunto que continua com os refugiados de Darfur, com as centenas de milhares de deslocados que neste momento estão na fronteira da vida! Mas como disse, se essa hoje é a pior atrocidade de que o homem foi capaz até agora, se levarmos em conta nossa escala de "evolução", quem sabe em pouco tempo o ser humano consiga se superar e cometer extermínios piores..

Infelizmente eu perdi a inocência que me fazia sentir orgulho em pertencer à espécie humana. Melhor parar, seria desrespeitosa com as pessoas que ainda se importam e lutam para transformar "coisas feias" em coisas lindas. Pessoas que fazem a diferença...

Hoje: Cerca de 200 mil pessoas morreram desde então, mais 2 milhões foram forçadas a abandonar seus lares e se alojar em campos de refugiados no Sudão e no Chade. E o impasse continua...

06 julho, 2007

Mulher Gato

Julie Newmar
Lee Meriwether
Eartha Kitt
Michelle Pfeiffer
Barbie travestida de Mulher Gato... E outras...

E cartoons...

Peruas confundindo gato com tipos estranhos...Colecionáveis de ação para os meninos brincarem...
E outras para os marmanjos babarem...


E a mais gata de todas:

A DUCATI em que
a Hale colocou o "bumbum" em cima fazendo pose de motoqueira...














Mas, contudo e entretanto, as melhores personificações da Mulher Gato são, sem sombra de dúvida, as minhas favoritas:


Ô dó, tadinho do batman...
Ah! Mas se ele nem é chegado, melhor assim:

A bailarina