31 outubro, 2007

TODO DIA É DIA DE BRUXA


A bruxa é um ser fantástico do mal, que persegue os outros seres fantásticos, seres humanos e os bichos da fauna natural.

A bruxa tem uma cara horripilante. Anda com roupas imundas e carrega um saco nas costas ou amarrado na cintura.

Costuma viver em ambientes úmidos e escuros, cercada de animais nojentos como baratas,

cobras, escorpiões, ratos, morcegos, piolhos,

carrapatos e vários tipos de mosquitos, como a mosca-varejeira, a muriçoca e os borrachudos.

Em cada continente há uma raça de bruxa assustando as crianças. No Brasil existe a cuca, a mulher do bicho-papão, que é mencionada nas cantigas de ninar.

Tradicionalmente a comida predileta das bruxas é a sopa de miúdos de porcaria.

Nessa sopa entra de tudo:

perna de rã, rabo de cobra, minhoca, unha de macaco, banha de porco-espinho, miúdos de anta, alho, sal grosso, pimenta malagueta e toucinho.

É nessa sopa que elas colocam as suas vítimas, humanas ou não, para "engrossar o caldo".

As bruxas tornaram-se populares a partir de suas participações nos contos de fada como personagens coadjuvantes ou secundárias.

Em "João e Maria" há uma velha ardilosa que constrói uma casa de doce para atrair os dois irmãos. Em "Branca de Neve" a madrasta é uma verdadeira bruxa, com seu espelho mágico e com a mania de mandar maçã para Branca, ainda por cima envenenada.

Atualmente existem bruxas? Em grande quantidade. Entretanto, tornaram-se inofensivas diante de tanta violência das cidades.


Algumas, como Malva, Malvina e Malvona, preferem, a sair na rua, ficar em casa assistindo às novelas, fazendo tricô ou lendo histórias de terror.

29 outubro, 2007

A BAILARINA



Que menina não teve sua caixinha de música?
Ups, ou ainda tem...risos

A minha tocava Clair du Lune e era bem velhinha. Com tantas mudanças e longas temporadas fora do país, acabei por perdê-la, mas gostei dessa que encontrei no Youtube...

E como já havia colocado um poema da Cecilia Meireles que fala de uma bailarina e elas, as bailarinas sempre me fazem lembrar da minha, hoje mando a letra que Toquinho fez falando da singela bailarina...
Chuás!

Toquinho - A Bailarina
Toquinho, Mutinho

Um, dois, três e quatro,
Dobro a perna e dou um salto,
Viro e me viro ao revés.
E se eu cair conto até dez.

Depois, essa lenga-lenga
Toda recomeça.
Puxa vida, ora essa!
Vivo na ponta dos pés.

Quando sou criança
Viro orgulho da família:
Giro em meia ponta
Sobre minha sapatilha.

Quando sou brinquedo
Me dão corda sem parar.
Se a corda não acaba
Eu não paro de dançar.

Sem querer esnobar
Sei bem fazer um gran de car.
E pra um bom salto acontecer
Me abaixo num demi plie.

Sinto de repente
Uma sensação de orgulho
Se ao contrário de um mergulho
Pulo no ar num gran geté.

Quando estou num palco
Entre luzes a brilhar,
Eu me sinto um pássaro
A voar, voar, voar.

Toda bailarina pela vida vai levar
Sua doce sina de dançar, dançar, dançar.

25 outubro, 2007

Diamanda Galas





Site: http://www.diamandagalas.com/

Èla ficou envergonhada quando eu lhe disse "ti amu", que menina bobinha...dedico a minha querida Sophie (beijo segredado)

18 outubro, 2007

Que mundo é esse? (e continuamos sem saber a resposta)

Este é o mundo dos "homens",
seres viventes que se autodenominaram
como "animais racionais".

Já pensaram para onde estamos
indo com essa "racionalidade humana"?

A imagem é extremamente chocante mas temos que mostrá-la. As pessoas têm que saber desse tamanho desprezo à vida. Uma bebê recém-nascida jaz morta na rua, descartada como um pedaço de lixo, sob a indiferença dos que passam!

Ela é apenas mais uma vítima da política cruel do governo Chinês: o limite de um filho por família com aborto compulsório.

Aconteceu na província chinesa de Hunan. Uma cena inimaginável de horror e crueldade: o corpo de uma menina jogado na rua. Ônibus e bicicletas passam espirrando poeira e terra no cadáver. Dos que passam, poucos dão atenção. Durante horas, as pessoas ignoraram a menina...

Ela é mais uma das milhares de meninas recém-nascidas que são abandonadas a cada ano em conseqüência da política do governo Chinês: o aborto e o limite de 2 crianças por família. A única pessoa que tentou ajudar a criança declarou: "Acho que ela acabou de morrer. Eu a toquei e estava ainda quente. Ainda saía sangue de seu nariz."

Essa senhora chamou o pronto-socorro mas ninguém apareceu: "O bebê estava perto do escritório fiscal do governo e muitas pessoas passavam e não faziam nada... Eu tirei fotos porque isso é algo terrível... Os policiais quando chegaram ficaram mais preocupados com minhas fotos do que com o bebê." A polícia só liberou a senhora quando ela entregou o filme. Na China, muitos acreditam que "filhas são um desperdício"...

O governo da China, país mais populoso do mundo com 1,3 bilhões de pessoas, impôs sua política de restrição à natalidade em 1979.

Os métodos usados causam muita miséria: os pais, aterrorizados de serem descobertos pelo governo, abandonam e matam seus próprios filhos.

Oficialmente, o governo condena o uso da força ou crueldade para controlar a natalidade. Mas na prática, os encarregados do controle sofrem tanta pressão para limitar a natalidade que recorrem a esquadrões de aborto. Esses esquadrões arrastam as mães "clandestinamente" grávidas e as mantêm em cárcere até se submeterem ao aborto.

Já houve mães que foram executadas por se recusarem a abortar. Outras famílias receberam penas de 10 mil yuans (sete vezes o salário anual de um camponês), esterilização compulsória e confisco de propriedade. Outras mães conseguem ter sua criança escondidas, mas sua família é perseguida e torturada para que denuncie o paradeiro da gestante e elas encontram suas casas incendiadas ao voltar.

As crianças que nascem nessa situação não recebem instrução escolar, nem cuidados médicos ou qualquer outro benefício social. Muitos pais vendem suas crianças para outros casais a fim de escapar da punição do governo Chinês...

As meninas são as maiores vítimas da pressão intolerável para limitar a família. Na China rural, onde 80% da população vive, muitos camponeses acreditam que apenas os meninos podem levar a família adiante e consideram que seria uma grande desonra para seus ancestrais se eles não terem um herdeiro.

Normalmente, as filhas continuam vivendo com a família depois do casamento e são consideradas um "investimento perdido". Nas regiões rurais se permite um segundo filho(a), mas quando a segunda criança é outra menina, isso é tido como um desastre. Um homem ficou tão revoltado ao ter a segunda filha que ele estrangulou as duas. Um outro jogou sua filha em um poço abandonado para que ninguém soubesse que ela existiu.

De acordo com estatísticas oficiais, 97,5% das crianças abortadas são meninas. Se acredita que muitas são vendidas à casais inférteis para que as autoridades não tomem conhecimento.

O resultado é um desequilíbrio entre as populações masculina e feminina. Milhões de homens não conseguem encontrar uma esposa. Já existe o tráfico de mulheres. Em alguns lugares há 6 homens para cada mulher.

Por fim, um senhor pegou o corpo da menina, colocou em um caixote e jogou na lata de lixo...

Estima-se que 17 milhões de meninas estejam "faltando" na população da China. O infanticídio e abandono são os principais fatores. O aborto selecionado por sexo é proibido, mas o exame de ultra-som que determina o sexo é facilmente conseguido com suborno.

As crianças que sobrevivem acabam em orfanatos precários. O governo Chinês insiste na política de limitar as famílias e ignora o problema da discriminação contra filhas mulheres.

A assistente social Wu Hongli explica que "Os programas educacionais têm tido bastante sucesso em algumas áreas rurais, mas ainda há um vasto trabalho a ser feito. Tantas tragédias são ignoradas a cada dia que sinto vontade de chorar."

(Fotos e informações do artigo de Abigail Haworth publicado na revista Marie Claire, 2001, edição norte-americana)


Aqui, algumas mães jogam seus recém-nascidos em rios ou os deixam ao sabor da sorte em latas de lixo...

Não existem explicações para o inexplicável ou talvez sejam por demais violentas para que possamos entender e continuar levando nossa vidinha de sempre...

Que mundo é esse?

16 outubro, 2007

O MICO DO BANHEIRO

O banheiro público virou um campo minado para os rapazes. Um gesto involuntário, um olhar enviesado ou a simples demora em urinar, tudo corre o risco de ser interpretado como uma abordagem sexual. Tradicional point de paquera e de fantasia, o mictório pode até derrubar um senador de 62 anos, pai de três filhos, nos EUA. Do partido do presidente George W. Bush, Larry Craig foi acusado de "fazer o banheirão" em um aeroporto. Teve de convocar a imprensa para negar a homossexualidade, ao lado da sua mulher. É o escândalo do momento por lá.

Em São Paulo, alguns shoppings, academias, parques, hipermercados, terminais rodoviários e de metrô entram no mapa do banheirão. Os administradores desses lugares tentam inibir a paquera. No Shopping Frei Caneca, foram colocadas placas lembrando o risco de detenção de três meses a um ano para a "prática de ato obsceno". No Shopping Light, uma medida foi cobrar taxa na entrada dos banheiros. Há lugares que erguem "muralhas da China" entre os mictórios ou orientam seguranças para rondas constantes.
Fotomontagem/Hallan Moulin


Confira algumas dicas para evitar o vexame de ser pego com a boca na botija.
1- Evite "estacionar" no mictório. Passar muito tempo segurando o dito-cujo é o primeiro sinal de outras intenções no banheiro --principalmente se ao seu lado estiver um bofe-escândalo!!!

2- Não desperdice água com sucessivas descargas fingindo uma crônica incontinência urinária. Nem demore séculos lavando as mãos, olhando pelo espelho quem está no mictório. Os rios da cidade agradecem.

3- Para evitar riscos no banheiro do seu trabalho, prefira ocupar o reservado. Mas não ponha seu pé nem a cabeça por debaixo da divisória. Nada de passar o espelhinho por baixo para conferir as necas ao lado.

4- Mire só a parede em frente ao mictório, com o olhar de um peixe morto e os lábios cerrados. Evite respiração ofegante. Junte bem as pernas, como uma bailarina. Evite tirar tudo para fora da braguilha. No final, não faça barulho ao balançar sua genitália.

5- Evite visitar os banheiros de todos os andares do shopping em menos de 30 minutos. Sua mania de querer demarcar território, como um gato, pode ser flagrada por câmeras e ser confundida como roteiro de pegação.

6- Nada de se distrair riscando mensagens nas portas dos reservados, descrevendo suas preferências sexuais ou indicando número do celular, e-mail e MSN. Não faça buracos nas portas com canivetes.

7- Nunca suba em cima do vaso para espiar sobre a divisória. Há o perigo de o assento quebrar e você sujar aquele seu tênis caríssimo Adidas ou Puma e a barra de seu jeans Diesel ou Dolce & Gabbana.

8- No reservado, evite se ajoelhar entre o vaso sanitário e a divisória. O espaço costuma ser pequeno, e você corre o risco de ficar entalado, sendo obrigado a gritar por ajuda ou quebrar uma das costelas para sair.

9- Nunca, mas nunca mesmo, use o reservado dos deficientes físicos. É um lugar espaçoso, as barras são ótimas, mas você está usurpando um direito alheio. Também não fique na porta do banheiro escolhendo vítimas.

10- Mona, banheiro não é camarim. Evite levar sua completíssima nécessaire francesa para espremer calo, molhar o cabelo, retocar o topete, trocar o perfume, o desodorante ou passar o fio dental. Fuja da guerra.
Fonte: fdsp

13 outubro, 2007

Matryoshka












(Clique nas imagens para vêlas ampliadas, vale a pena)


A matryoshka é ícone nacional da Rússia, souvenir obrigatório na bagagem de todos os estrangeiros que visitam o país. Trata-se de uma bonequinha de madeira – normalmente de tília – que abre ao meio e tem dentro outra menor igual, que por sua vez contém outra que também abre com mais uma, igualmente recheada com outras cada vez menores, numa seqüência que varia de cinco, o número mais comum e tradicional, a trinta ou mais.

Nas matryoshkas mais refinadas, verdadeiras obras de arte, a menorzinha mede em geral entre dois e três milímetros, e a maior chega a quarenta centímetros. Todas são pintadas a mão, sendo as de melhor qualidade sempre assinadas pela autora.
Apesar de seu papel de destaque no riquíssimo artesanato em madeira da Rússia e de algumas versões do brinquedo já serem conhecidas no país desde o século XVII, as matryoshkas têm sua origem no Japão e apareceram apenas recentemente na arte folclórica russa: há pouco mais de cem anos.

Em 1890, um prototipo do brinquedo, representando um sábio budista, foi trazido do Japão e presenteado à legendária família de comerciantes Mamôntov, grandes patrocinadores das artes no virar do século.

Usando a boneca japonesa como modelo, o artesão Vassily Zvyôzdotchkin e o pintor Serguei Malútin criaram então a primeira matryoshka russa, batizando-a apropriadamente com uma variação do nome russo Matryona, que deriva de mat’ (mãe).

Apresentada ao mundo com grande sucesso no pavilhão do Império Russo na exposição internacional de 1900 em Paris, desde então a matryoshka vem ocupando legiões de artesãos ao longo de sua movimentada história.

Sérguiev Possad é conhecida como a capital dos brinquedos na Rússia.Entre outros centros produtores estão as cidades de Semyônov, Merinovo, Polkhov Maydan e Vyatka, cada uma delas com sua peculiaridade.

Quem estudou as técnicas de pintura de cada região reconhece à primeira vista a origem de uma determinada matryoshka. Segundo a especialista em arte folclórica da Fundação do Artesanato da Federação Russa, Nina Shabálova, o estilo de Sérguiev Possad é sempre baseado num retrato realista, mas interpretado de maneira diferente segundo a época.

Os mestres-artesãos não fazem uma mera decoração da boneca, eles tentam imbuí-la de um significado mais amplo e retratam fenômenos da vida real". Uma matrioska, matriosca, matrioshka, matriochka, matrioschka ou matryoshka (cirílico матрёшка ou матрешка). A palavra provém do diminutivo do nome próprio "Matryona".

A sua forma é simples, mais ou menos cilíndrica e arredondada e mais estreita na parte superior, onde se situa a cabeça da boneca. Não têm mãos (a não ser as que são pintadas na superfície. O grau de sofisticação das matrioscas reside na complexidade dos motivos pintados. Outra característica que diferencia as diversas peças são as figuras que encarnam: desde figuras femininas vestidas com trajes tradicionais campesinos, a personagens de contos de fadas, até aos antigos líderes da União Soviética.

Abaixo, o selo postal de Guernsey, emitido em 1985, mostra a matryoshka, também conhecida por baboushka.

"Uma matryoshka não é simplesmente um brinquedo, mas uma expressão da visão de mundo e artística do artesão que a pintou."- acrescenta Shabálova


- "Na realidade, as matryoshkas sempre corresponderam à época em que foram criadas. Os mestres-artesãos não fazem uma mera decoração da boneca, eles tentam imbuí-la de um significado mais amplo e retratam fenômenos da vida real."


01 outubro, 2007

As cores de Matisse

Primeiro quero um a parte para falar das Odaliscas de Matisse, mestre das cores, o apelido pelo qual era conhecido e com toda a razão de ser. Os quadros são sempre simples, à beira do corriqueiro, carregados de suavidade e vida intensa.

Todas as mulheres de Matisse são belas, calmas, lânguidas e reais. Conseguimos estar ali naquele momento parado no tempo e até sentir o que elas sentiam e o que pensavam naquele breve momento.

Um quadro é um pedaço de tempo que foi demorado e imortalizado na sua mais bela forma. Na minha opinião, e no que toca a Arte, a opinião é sempre fugaz e vã; o sentimento que todas as suas telas expressam é a sensação de estar ali por mais (ou menos) indefinida que seja a imagem.

Um quadro é isso mesmo: um momento preso no tempo, mas um momento que teve o seu tempo até ficar concluído.


Odalisque

La Odalisca con magnolia

Olalisque with tambourine (harmony in Blue)

Odalisque with Red Culottes

Odalisque, The tattoo

Deux Odalisques

Cores, cores e mais cores...

Henri Matisse demorou para explorar suas aptidões artísticas. Aos 20 anos, enquanto se recuperava de uma apendicite, ganhou da mãe um estojo de pintura. O presente marcou a transição do futuro advogado em artista.

Ao escolhera pintura, Matisse teve de enfrentar o rígido esquema das escolas de arte, a maioria repressora e arraigada na concepção da arte tradicional. Gustave Moreau, acadêmico no estilo, mas liberal no julgamento, foi um dos poucos que acreditou no potencial do jovem artista e por muito tempo foi seu professor. Auguste Rodin também participou da formação de Matisse, mas por pouco tempo. O escultor desprezou um esboço do aprendiz, que magoado desistiu das aulas e da escultura.

A fama veio aos 35 anos. O Salão do Outono de 1905 e o Salão dos Independentes de 1906 marcaram o início do movimento fauvista e o reconhecimento do mestre do movimento. Nos anos seguintes, Matisse viajou e expôs em outros países. A amizade com intelectuais, como os irmãos Leo e Gertrude Stein, Picasso, Paul Éluard, entre tantos, lhe rendeu ainda mais prestígio.

A carreira do pintor decolou e até o final da vida ele produziu uma vasta obra.



A pot of geraniums

La Music

Still life with sleeping woman

El Sueno

Polynesie le ciel

Harmony in Red (The Red Room)

The Conversation

Open Window, Collioure

Diante das cores colocadas dessa forma a atrair e fixar na alma uma explosão de sensações estranhas e ao mesmo tempo tão intimas e apaziguadoras eu perco a noção do tempo e do espaço, eu perco o juízo...

Claro que isto é apenas a minha opinião..

A bailarina