12 abril, 2008

Amizade

Nem pretendia postar nada hoje, estou apenas à toa ouvindo música com um olho na Tv e me chamou atenção o filme que está passando: A Menina e o Porquinho.

Resumindo um pouco para chegar ao ponto que quero abordar: Wilbor é um porquinho que foi adotado por uma menina. Depois de algum tempo ele se muda para um celeiro onde conhece seus novos amigos, o mais importante deles foi Charlotte, uma aranha chique, inteligente, criativa e que possui o dom de escrever em suas teias.

Ela faz de tudo para usar seu dom e inteligência para salvar o Wilbur de um destino doloroso para ele. De uma forma ou de outra, ele sempre está sendo sentenciado à morte. A idéia de Charlotte foi fazer com que as pessoas acreditem que ele era um pouco diferente, especial e era isto que ela escrevia nas suas teias. Ela argumentava que as pessoas dão muito crédito ao que lêem.

O que me chamou atenção foi que quase ninguém conseguia ver que quem era muito especial mesmo era Charlotte e seu dom. Tá: coisa de ficção!!! Acho, apesar do aspecto ficcional, que é uma verdade que permanece: a imagem de muitas pessoas é feita pelo trabalho, inteligência e ação de outros.
Charlotte conseguiu seu intento. E Wilbur escapou do seu "infalível" destino: "Ele vai morrer até ficar bem velhinho".

Uma palavrinha de Charlotte me tocou muito. Em seu último diálogo, ela fala sobre a vida das aranhas. Wilbur lhe pergunta por que ela fez tudo aquilo por ele; Charlotte responde que ele tem sido seu amigo e isso já era uma coisa tremenda
"Afinal, o que é a vida mesmo? Nós nascemos, vivemos um pouco e morremos. A vida de uma aranha não deixa de ser uma coisa meio confusa com todas essas teias e comendo insetos; te ajudando, talvez eu estivesse tentando melhorar um pouco a minha vida."

E fiquei pensando em como a gente pode lembrar um pouco dos outros em nossos poucos momentos de vida, tentando ajudá-los a se sentir melhor, ter um rostinho mais alegre diante das tremendas dificuldades e destinos até cruéis que a vida parece impor. Esquecer um pouco a confusão das nossas próprias teias (nosso viver).

Uma teia é matematicamente repetitiva. Sua forma chega a parecer, em certos trechos, um labirinto monótono. Vale o esforço para ter amigos, pessoas que gostam de nós pelo que fizemos, pelo tanto que nos damos, ou pelo fato de ser amigo sem nada pedir, sem nada questionar, com respeito, com carinho. Ainda acredito nisto. Sem fazer dos outros uma extensão nosso eu, do nosso orgulho, do egoísmo, de interesses que eles nem fazem idéia, sem hipocrisia. Amizade é realmente algo muito especial.

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A bailarina