Prosa, Poesia e Quintais
(e o gato secreto)
06 junho, 2012
05 junho, 2012
Dia Mundial do Meio Ambiente (deveria ser todo dia)
"É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve."
Victor Hugo
Vamos fazer a nossa parte para mudar isso.
23 maio, 2012
14 abril, 2012
Coisas de amor largadas na noite
anjo IV
Lágrimas de anjo viram jujubas. Vermelhas, as de paixão. Que são as mais saborosas, apesar de mancharem o travesseiro. Nosso anjo viu os olhos azuis de uma anja e neles encontrou o reflexo d’Ele. Antes que me pergunte, anjos trepam. Anjos não têm sexo. Mesmo assim, fazem. Amor de anjo é puro, mas o caminho para Vênus anda cheio de meteoritos que machucam as asas. No depois, não fumam. Balançam os pezinhos, e agitam os bracinhos, e assim fazem aquela brisa que sentimos no começo da manhã. Toda brisa que bate no rosto das gentes numa manhã de sol é orgasmo de anjo. Sorria para as brisas! Mas nosso anjo, sempre um tanto quanto desbocado, ensaca jujubas roxas. “Merda!”. Jujubas roxas são lágrimas que anjos derramam quando sentem saudades.
André Gonçalves é nascido em Niterói, teve passagem por Belo Horizonte, e hoje vive em Teresina. Encontre-o aqui: www.farinhada.blogspot.com.
A Louca de Chaillot
Já faz uns trinta anos que assisti ao filme a Louca de Chaillot, e desde então tenho procurado esse filme nas locadoras para ver de novo e não encontro.
O filme é baseado na peça homônima do escritor francês Hypolite Jean Giraudoux e dirigido pelo ator, produtor, diretor e roteirista inglês Bryan Forbes, com Katharine Hepburn e Yul Brynner nos papéis principais.
É a história de uma velha condessa, pertencente à aristocracia francesa arruinada, que ainda conserva a sua velha casa, suas jóias, sua pose, suas lembranças e seu vestuário. Ela costuma freqüentar um café de Paris, onde se encontra com outras figuras, igualmente empobrecidas, remanescentes da velha aristocracia, que agora vivem de lembranças, e com as quais se reúne, às vezes, para tomar um chá em sua casa.
Indignada com a avidez dos que querem transformar a cidade de Paris num imenso campo de prospecção de petróleo, ela e seus amigos começam a montar um tribunal secreto, no porão da casa, onde serão julgados os maus empreendedores.
Para isso, envia correspondências a todos eles, informando-os de que, no subsolo de sua mansão, existe um poço de petróleo, e os convida para visitarem o local.
Enquanto isso, convida uma velha amiga, juíza aposentada, a presidir o tribunal, e a outros antigos membros da nobreza, hoje transformados em mendigos, trapeiros e papeleiros, para desempenharem papéis de advogados de acusação e defesa. E assim têm abertura os trabalhos, onde cada político ou empresário inescrupuloso é julgado por seus crimes.
Na medida em que os convidados (réus) vão chegando, depois de proferidas suas sentenças prévias, são conduzidos ao subsolo, sob o pretexto de visitarem ali uma suposta jazida de petróleo.
Depois que todos os convidados são previamente julgados, sentenciados e executados, isto é encerrados para sempre no escuro subterrâneo revestido de pedras de sua casa, para onde cada um deles é convidado a descer por uma escada, então a porta é fechada, definitivamente, e a condessa e seus auxiliares dão por encerrada a sessão daquele tribunal improvisado.
Em linhas gerais a história é essa, mas o filme não se resume nisso. É uma verdadeira pérola cinematográfica, do princípio ao fim, com o seu roteiro, seus diálogos, sua filosofia e sua realidade.
A velha condessa, chamada de louca por sua excentricidade, e seus amigos, promovem o ato de justiça a um estado ideal de eficácia e imparcialidade.
O filme é baseado na peça homônima do escritor francês Hypolite Jean Giraudoux e dirigido pelo ator, produtor, diretor e roteirista inglês Bryan Forbes, com Katharine Hepburn e Yul Brynner nos papéis principais.
É a história de uma velha condessa, pertencente à aristocracia francesa arruinada, que ainda conserva a sua velha casa, suas jóias, sua pose, suas lembranças e seu vestuário. Ela costuma freqüentar um café de Paris, onde se encontra com outras figuras, igualmente empobrecidas, remanescentes da velha aristocracia, que agora vivem de lembranças, e com as quais se reúne, às vezes, para tomar um chá em sua casa.
Indignada com a avidez dos que querem transformar a cidade de Paris num imenso campo de prospecção de petróleo, ela e seus amigos começam a montar um tribunal secreto, no porão da casa, onde serão julgados os maus empreendedores.
Para isso, envia correspondências a todos eles, informando-os de que, no subsolo de sua mansão, existe um poço de petróleo, e os convida para visitarem o local.
Enquanto isso, convida uma velha amiga, juíza aposentada, a presidir o tribunal, e a outros antigos membros da nobreza, hoje transformados em mendigos, trapeiros e papeleiros, para desempenharem papéis de advogados de acusação e defesa. E assim têm abertura os trabalhos, onde cada político ou empresário inescrupuloso é julgado por seus crimes.
Na medida em que os convidados (réus) vão chegando, depois de proferidas suas sentenças prévias, são conduzidos ao subsolo, sob o pretexto de visitarem ali uma suposta jazida de petróleo.
Depois que todos os convidados são previamente julgados, sentenciados e executados, isto é encerrados para sempre no escuro subterrâneo revestido de pedras de sua casa, para onde cada um deles é convidado a descer por uma escada, então a porta é fechada, definitivamente, e a condessa e seus auxiliares dão por encerrada a sessão daquele tribunal improvisado.
Em linhas gerais a história é essa, mas o filme não se resume nisso. É uma verdadeira pérola cinematográfica, do princípio ao fim, com o seu roteiro, seus diálogos, sua filosofia e sua realidade.
A velha condessa, chamada de louca por sua excentricidade, e seus amigos, promovem o ato de justiça a um estado ideal de eficácia e imparcialidade.
21 março, 2012
Cazuza
Filho do produtor fonográfico João Araújo e da dona-de-casa Maria Lúcia Araújo, Cazuza sempre teve contato com a música, influenciado desde pequeno pelos fortes valores da música brasileira, ele tinha preferência pelas músicas dramáticas e melancólicas, como as de Cartola, Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran, e Maysa. Começou a escrever letras e poemas por volta de 1965.
Em 1980 trabalhou com o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone. Lá, foi observado pelo então novato cantor/compositor Léo Jaime que o apresentou a uma banda de rock que procurava por um vocalista, o Barão Vermelho. Com o Barão Vermelho, Cazuza iniciou sua carreira de cantor.
Em 1985, Cazuza se apresentou no Rock in Rio com o Barão Vermelho. Nesse período Caetano Veloso declarou que Cazuza era o grande poeta de sua geração. Foi nesse mesmo ano que Cazuza foi infectado pelo vírus da AIDS, precipitando seu desejo em deixar a banda a fim de ter liberdade para compor e se expressar, musicalmente e poeticamente.
Contrariando a sensação de fracasso que sempre acompanham artistas que abandonam suas bandas de origem para um carreia solo, Cazuza surpreende em seus álbuns solo, dos quais os sucessos de maior repercussão no público foram, sem dúvida, "Exagerado", "O tempo não pára" e "Ideologia".
A sua luta contra o HIV que veio de seu estilo de vida conturbado, trouxe o fantasma da morte para perto dele. Cazuza gravou diversas músicas quando já estava quase impossibilitado pelas complicações da doença. Ele foi o primeiro artista brasileiro a declarar publicamente ser soropositivo.
Seu último disco foi Burguesia (1989), gravado com o cantor numa cadeira de rodas e com a voz nitidamente enfraquecida. É um álbum duplo de conceito dual, sendo o primeiro disco com canções de rock brasileiro e o segundo com canções de MPB. Burguesia vendeu 250 mil cópias. Cazuza recebeu o Prêmio Sharp póstumo de melhor música com "Cobaias de Deus".
No dia 7 de julho de 1990, Cazuza morre aos 32 anos por um choque séptico causado pela AIDS. No seu enterro compareceram mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs. Sobre seu túmulo está inscrito o epitáfio: "O Tempo Não Pára".
Em apenas 8 anos de carreira, Cazuza deixou 222 músicas gravadas, mais 60 inéditas, 34 para outros interpretes. Após a morte de Cazuza, seus pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza em 1990. A Sociedade Viva Cazuza tem como intenção proporcionar uma vida melhor à crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer.
Álbuns carreira solo
1985 - Exagerado
1987 - Só Se For A Dois
1988 - Ideologia
1988 - O Tempo Não Pára (ao vivo)
1989 - Burguesia
1991 - Por Aí (póstumo)
2005 - O Poeta Está Vivo - Ao Vivo no Teatro Ipanema em 1987 (póstumo)
Álbuns com o Barão Vermelho
1982 - Barão Vermelho
1983 - Barão Vermelho 2
1984 - Tema do filme Bete Balanço (Compacto)
1984 - Maior Abandonado
1992 - Barão Vermelho Ao Vivo (No "Rock In Rio I")
Em 1980 trabalhou com o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone. Lá, foi observado pelo então novato cantor/compositor Léo Jaime que o apresentou a uma banda de rock que procurava por um vocalista, o Barão Vermelho. Com o Barão Vermelho, Cazuza iniciou sua carreira de cantor.
Em 1985, Cazuza se apresentou no Rock in Rio com o Barão Vermelho. Nesse período Caetano Veloso declarou que Cazuza era o grande poeta de sua geração. Foi nesse mesmo ano que Cazuza foi infectado pelo vírus da AIDS, precipitando seu desejo em deixar a banda a fim de ter liberdade para compor e se expressar, musicalmente e poeticamente.
Contrariando a sensação de fracasso que sempre acompanham artistas que abandonam suas bandas de origem para um carreia solo, Cazuza surpreende em seus álbuns solo, dos quais os sucessos de maior repercussão no público foram, sem dúvida, "Exagerado", "O tempo não pára" e "Ideologia".
A sua luta contra o HIV que veio de seu estilo de vida conturbado, trouxe o fantasma da morte para perto dele. Cazuza gravou diversas músicas quando já estava quase impossibilitado pelas complicações da doença. Ele foi o primeiro artista brasileiro a declarar publicamente ser soropositivo.
Seu último disco foi Burguesia (1989), gravado com o cantor numa cadeira de rodas e com a voz nitidamente enfraquecida. É um álbum duplo de conceito dual, sendo o primeiro disco com canções de rock brasileiro e o segundo com canções de MPB. Burguesia vendeu 250 mil cópias. Cazuza recebeu o Prêmio Sharp póstumo de melhor música com "Cobaias de Deus".
No dia 7 de julho de 1990, Cazuza morre aos 32 anos por um choque séptico causado pela AIDS. No seu enterro compareceram mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs. Sobre seu túmulo está inscrito o epitáfio: "O Tempo Não Pára".
Em apenas 8 anos de carreira, Cazuza deixou 222 músicas gravadas, mais 60 inéditas, 34 para outros interpretes. Após a morte de Cazuza, seus pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza em 1990. A Sociedade Viva Cazuza tem como intenção proporcionar uma vida melhor à crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer.
Álbuns carreira solo
1985 - Exagerado
1987 - Só Se For A Dois
1988 - Ideologia
1988 - O Tempo Não Pára (ao vivo)
1989 - Burguesia
1991 - Por Aí (póstumo)
2005 - O Poeta Está Vivo - Ao Vivo no Teatro Ipanema em 1987 (póstumo)
Álbuns com o Barão Vermelho
1982 - Barão Vermelho
1983 - Barão Vermelho 2
1984 - Tema do filme Bete Balanço (Compacto)
1984 - Maior Abandonado
1992 - Barão Vermelho Ao Vivo (No "Rock In Rio I")
12 março, 2012
Casa Arrumada
Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.
Carlos Drumond de Andrade
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.
Carlos Drumond de Andrade
04 março, 2012
Pablo Neruda
Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam ... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as ... Amo tanto as palavras ... As inesperadas ... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem ... Vocábulos amados ... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho ... Persigo algumas palavras ... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema ... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas ... E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as ... Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda ... Tudo está na palavra ...
Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu ...
Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que ,se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes ...
São antiqüíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada ...
Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos ...
Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas .Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras*, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca. mais,se viu no mundo ...
Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas...
Por onde passavam a terra ficava arrasada...
Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes... o idioma.
Saímos perdendo... Saímos ganhando... Levaram o ouro e nos deixaram o ouro...
Levaram tudo e nos deixaram tudo...
Deixaram-nos as palavras.
Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu ...
Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que ,se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes ...
São antiqüíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada ...
Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos ...
Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas .Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras*, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca. mais,se viu no mundo ...
Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas...
Por onde passavam a terra ficava arrasada...
Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes... o idioma.
Saímos perdendo... Saímos ganhando... Levaram o ouro e nos deixaram o ouro...
Levaram tudo e nos deixaram tudo...
Deixaram-nos as palavras.
28 janeiro, 2012
Hoje é assim que sinto
23 janeiro, 2012
Corridinho
Também ando assim, querendo ir para longe dos lugares e das pessoas que julguei me fariam feliz. Tudo o que vejo me mostra um buraco, só enxergo o que não está ali. Calada como quando se deve estar calada, hoje a única poesia que me serve é a poesia seca e altiva de Adélia Prado.
Fica registrada aqui por nos sentirmos tão iguais.
Corridinho -
A.Prado
O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelâ.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Cássia Eller
Nascida no Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 1962 e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de dezembro de 2001
Cantora e violonista do rock brasileiro dos anos noventa, caracterizou-se por sua voz grave e pelo seu ecletismo musical. Interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro, como Cazuza e Renato Russo, além de artistas da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque, passando pelo pop de Nando Reis e o incomum de Arrigo Barnabé e Wally Salomão, até sambas de Riachão e rocks clássicos de Jimi Hendrix, Beatles e Nirvana.
Teve uma trajetória musical bastante variada, porém curta, em torno de dez álbuns próprios no decorrer de 12 anos de carreira. Com uma presença de palco bastante intensa, Cássia Eller assumia a sua preferência por álbuns gravados ao vivo e era constantemente convidada para participações especiais e interpretações encomendadas.
Outra característica importante é o fato de ela ter composto apenas duas canções das que gravou — “Eles” e “O marginal” —, ou seja, intérprete declarada. Vale lembrar que ela chegou a gravar dois álbuns em homenagem a Cazuza, sendo um deles apenas com músicas dele e o outro com a maioria.
Homossexual, morava com sua parceira Maria Eugênia Vieira Martins, com a qual criava o filho Francisco. Teve grandes problemas com álcool e drogas. Faleceu em 29 de dezembro de 2001 por parada cardiorrespiratória, possivelmente decorrente de estresse. A hipótese de overdose como causa de sua morte, apontada inicialmente, foi descartada pelos laudos periciais do IML do Rio de Janeiro. Foi apontada então morte por erro médico, mas o inquérito foi arquivado pelo Ministério Público.
Referência: Wikipédia
Discografia:
1990 Cássia Eller
1992 O Marginal
1994 Cássia Eller
1996 Cássia Eller Ao Vivo
1997 Veneno AntiMonotonia
1998 Veneno Vivo
1999 Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo
2001 Acústico MTV
2002 Dez de Dezembro (Póstumo)
2006 Rock In Rio Ao Vivo
Cantora e violonista do rock brasileiro dos anos noventa, caracterizou-se por sua voz grave e pelo seu ecletismo musical. Interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro, como Cazuza e Renato Russo, além de artistas da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque, passando pelo pop de Nando Reis e o incomum de Arrigo Barnabé e Wally Salomão, até sambas de Riachão e rocks clássicos de Jimi Hendrix, Beatles e Nirvana.
Teve uma trajetória musical bastante variada, porém curta, em torno de dez álbuns próprios no decorrer de 12 anos de carreira. Com uma presença de palco bastante intensa, Cássia Eller assumia a sua preferência por álbuns gravados ao vivo e era constantemente convidada para participações especiais e interpretações encomendadas.
Outra característica importante é o fato de ela ter composto apenas duas canções das que gravou — “Eles” e “O marginal” —, ou seja, intérprete declarada. Vale lembrar que ela chegou a gravar dois álbuns em homenagem a Cazuza, sendo um deles apenas com músicas dele e o outro com a maioria.
Homossexual, morava com sua parceira Maria Eugênia Vieira Martins, com a qual criava o filho Francisco. Teve grandes problemas com álcool e drogas. Faleceu em 29 de dezembro de 2001 por parada cardiorrespiratória, possivelmente decorrente de estresse. A hipótese de overdose como causa de sua morte, apontada inicialmente, foi descartada pelos laudos periciais do IML do Rio de Janeiro. Foi apontada então morte por erro médico, mas o inquérito foi arquivado pelo Ministério Público.
Referência: Wikipédia
Discografia:
1990 Cássia Eller
1992 O Marginal
1994 Cássia Eller
1996 Cássia Eller Ao Vivo
1997 Veneno AntiMonotonia
1998 Veneno Vivo
1999 Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo
2001 Acústico MTV
2002 Dez de Dezembro (Póstumo)
2006 Rock In Rio Ao Vivo
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