04 abril, 2008

Where the Truth Lies - Verdade Nua


Entre a década de 50 e a de 70, o filme de Atom Egoyan deslaça um mistério enterrado no passado, através de uma parede de relatos contraditórios. Uma jovem jornalista procura a verdade por trás do homicídio de uma camareira de hotel, encontrada morta na banheira do quarto de hotel onde se encontravam hospedados Lanny Morris e Vince Collins, um duo de entertainers bem sucedidos e com alibis sólidos e popularidade suficiente para abafar o escândalo.

O filme nos apresenta uma história linear em quanto a investigação da jornalista entremeada com “flashbacks” da história de Vince e Lanny - e, como outros filmes que buscam “revelar os bastidores cruéis do showbusiness e de Hollywood”, aqui também nem tudo que se conta é verdade a primeira vista. Assim como a direção de Egoyan, a interpretação de Alison Lohman não sai da temperatura média, beirando quase a frieza, em um contraste com as boas intepretações de Kevin Bacon e Colin Firth. Os dois, inclusive, realmente parecem uma dupla em cena, sem distoar em nenhum momento, juntos ou separados.


Atom Egoyan aborda o mistério com um misto de distanciamento clássico, blasê e sonhador, misturado com uma frieza que nos mantém alertas. Ñão é um filme de fácil digestão, mas é interessante na forma como gere os dados, entrega as pistas e tece a trama de intriga, engano e sexo.


Bem, sem precisar estender mais comentários, o charme de Bacon funciona com o sotaque americano e a pose descomprometida, enquanto Firth mantém a composição de todos os seus filmes, uma cópia da timidez e inadaptação britânicas a que Hugh Grant nos habituou. Uma única nota negativa para a atriz Alison Lohman, um crasso erro de casting, que nem por um momento convence como a jornalista protagonista, já que não aparenta um dia acima dos dezasseis anos.

O filme vale pela interpretação dos dois atores e pela beleza e interpretação da atriz Rachel Blanchard.
Mas, para ser franca, há pelo menos uns 30 filmes diferentes que valem mais o seu tempo. Esse lembra demais as histórias de Sidney Sheldon (que descanse em paz!) ou tantas outras que você já viu no cinema, só que melhor filmadas.

Será que toda jornalista precisa transar com seus entrevistados para conseguir um “furo”? As meninas desse filme ao menos dizem que sim… Sem trocadilhos com a idéia do “furo”, mas alguma feminista pode se aborrecer com essa idéia. Ou não?

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