07 abril, 2008

Ilustrações

Quando o nu feminino ainda era considerado um tabu, surgiram nos Estados Unidos as pin-ups, modelos desenhadas em cartões, calendários e maços de cigarro. Até hoje, as garotas mexem com o imaginário dos homens
No final do século 19, o teatro de revista vivia o seu auge e transformou dançarinas em estrelas, fotografadas para revistas, anúncios, cartões e maços de cigarros, mas foi somente na década de 40 que começaram a dominar não apenas a imaginação dos homens, mas também as portas dos armários e as paredes dos quartos de milhares de admiradores dessa nova onda de "sexualidade permitida".

Foi justamente esta a origem do nome pin-up: o ato de pendurar as ilustrações em algum lugar.

Na Segunda Guerra Mundial eram carinhosamente chamadas de "a arma secreta", usadas para acalmar os anseios dos pracinhas nas frentes de batalha. Numa época em que mostrar as pernas era atitude subversiva, fotografias de mulheres nuas poderiam significar atentado ao pudor.

O jeito de satisfazer a solidão dos soldados e a curiosidade dos adolescentes era fabricar modelos de lápis e tinta, que reproduziam o padrão de beleza considerado ideal: seios fartos, pernas grossas, cinturinha de pilão. Acabaram se tornando uma espécie de troféu pela guerra vencida.

Depois, com os avanços do cinema o termo pin-up acabaria se difundindo e transformando, passo a passo o que viria a ser em nossos dias, a grande indústria do sexo.

Desenhadas ou fotografadas, as garotas invadiram o planeta com suas poses sensuais porém, sem vulgaridade. Com formas generosas, elas não enfrentavam as pressões da magreza nem a conseqüente anorexia. Elegantes, elas ocupavam seus espaços numa linha entre o ingênuo e o diabólico, trajando duas peças, meias-calça e corpetes com decotes enormes.

O conceito clássico de uma pin-up é ser sexy e ao mesmo tempo inocente, estar vestida, mas em alguma posição ou situação que revele sensualmente partes do corpo, sem querer, por acaso.

Só isso já era suficiente para alimentar a fantasia masculina. Uma verdadeira pin-up jamais pode ser vulgar ou oferecida, pode somente ser convidativa.

Nos anos 70, com a banalização do nu em revistas e filmes pornográficos, as meninas de papel perderam força. Foram substituídas por mulheres de carne e osso. Mas desde o final da década de 90, as pin-ups voltaram a mexer com a libido masculina por resgatarem um importante elemento do fetiche: o mistério.

Musas de várias gerações, as pin-ups ainda hoje são cultuadas por adoradores do estilo além, é claro, de serem muitas vezes imitadas afinal, são sempre uma ótima referência no mundo da moda, no cinema, nos traços, nos trejeitos e em tudo que diz respeito à sensualidade

A musa loura ( Marylin Monroe) perdia em popularidade para a ruiva Rita Hayworth, a número dois na lista da preferência dos soldados da Segunda Guerra. Uma foto da eterna Gilda vestida com camisola transparente foi transformada em desenho e invadiu os acampamentos.

Nem Marilyn nem Hayworth, porém, conseguiram desbancar a lendária Betty Grable, a mulher que colocou suas pernas no seguro no valor de US$ 1 milhão. Ela foi a pin-up mais famosa da história posando de maiô com um sorriso convidativo, transformou-se na amante imaginária predileta dos soldados. Betty também foi atriz e chegou a protagonizar, em 1944, um filme chamado Pin-up Girl, na qual interpretava uma dançarina.

O sucesso dos cartões e calendários estimulou editores a lançar revistas especializadas, as chamadas girlie magazines. Publicações como Esquire, Yank, Wink, Beauty Parade, Whisper e Eyful exibiam pin-ups vestidas de coristas, marinheiras, enfermeiras e outros uniformes-fetiches, sejam desenhadas ou fotografadas. Embora as mais célebres sejam as garotas de papel, alguns fotógrafos dispensavam os retoques da pintura e publicavam suas pin-ups em carne e osso.

A Música do Post

A música Lili Marlene ou Lili Marllen em alemão foi , sem dúvida, a canção mais popular da 2.ª Guerra Mundial e se tornou o hino extra-oficial dos soldados de infantaria de ambos os lados.Os saudosos soldados eram levados às lágrimas pela voz da, até então, desconhecida cantora Lale Andersen, que se tornou uma estrela internacional. No entanto, a cantora mais famosa a cantar a música foi Marlene Dietrich.

A letra foi originariamente escrita em 1915 na forma de um poema por um soldado alemão da Primeira Guerra chamado Hans Leip. Posteriormente publicado em uma coletânea de sua poesia em 1937, as metáforas e a emoção do poema chamaram a atenção de Norbert Schultze, que o transformou em musica em 1938.

Lili Marlene se tornou uma canção de guerra quando foi transmitida por uma rádio alemã em Belgrado e foi captada pelos soldados alemães do Afrika Korps. Rommel gostou tanto da música que solicitou à Radio Belgrado que a incorporasse em sua programação, no que foi atendido. A canção era tocada às 21:55h todas as noites imediatamente antes do fim das transmissões.

A enorme popularidade da versão alemã induziu a criação de uma apressada versão em inglês escrita pelo compositor britânico Tommie Connor em 1944 e transmitida pela BBC para as tropas aliadas.

Os grandes ilustradores


Alberto Vargas
Peruano, o ilustrador mudou-se para os Estados Unidos em 1916. Vargas era filho de fotógrafo e desenhava para cartazes de teatro de revista e filmes de Hollywood.

Ficou famoso por clicar musas como Marilyn Monroe e Ava Gardner.

Suas pin-ups são conhecidas como Vargas Girls e foram publicadas, inicialmente, na década de 40, pela revista Esquire.

Considerado por muitos colecionadores como o maior ilustrador de pin-ups da história, Vargas morreu em 1982, quando as garotas de papel já tinham perdido o glamour.



George Petty
Outro rei das pin-ups, o norte-americano George Petty começou a carreira como fotógrafo.

No final da década de 20, abriu um estúdio e começou a criar.

Sua primeira pin-up, a Petty Girl, foi inspirada nas figuras da mulher e da filha do artista, e ilustrou a capa da revista Esquire em 1933. Daí para calendários e propagandas foi um pulo. O ilustrador morreu em 1975.



Gil Elvgren
Considerado injustamente por muito tempo como um artista meramente comercial, hoje o trabalho do norte-americano é exposto em galerias de todo o mundo.

Gil Elvgren começou a ilustrar pin-ups na década de 1930 e só parou 40 anos depois.

A fama de comercial deve-se ao fato de que a maioria de seus desenhos eram criados para ilustrar campanhas publicitárias, como as propagandas da Coca-Cola.

As pin-ups de Elvgren ilustravam principalmente calendários. O artista morreu em 1980.








Hajime Sorayama
O artista japonês é considerado o grande gênio da ilustração da atualidade.
Graças às suas pin-ups futuristas, as divas de papel foram ressuscitadas. Por sua criatividade e pelos traços ousados, Sorayama é comparado a Alberto Vargas.

Misturando realidade e ficção, o ilustrador criou, em 1979, o termo Sexy Robot, referindo-se às mulheres-robôs sensualíssimas que serviram de inspiração para muitos quadrinistas contemporâneos.

Entre outros trabalhos, Sorayama desenha para a revista masculina Penthouse.


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A bailarina