21 abril, 2008

Eu acho que vi um gatinho..


Sylvester (Frajola no Brasil, Silvestre em Portugal), é um gato meio bobo e obcecado em devorar aquele passarinho cabeçudo. O que é perfeitamente normal, tendo em vista que gatos comem pássaros. Eu estou dando uma de advogada do Frajola porque às vezes ele é meio desprezado por querer comer o passarinho aberração. Não achei a história do Frajola, mas um texto muito interessante de indignação.

"Você já a viu em todos os desenhos de Frajola e Piu-Piu a que assistiu. Neles, Frajola é sempre mostrado como um gato malévolo e burro, cujo único objetivo na vida, o de comer Piu-Piu, frustra-se a cada tentativa pela suposta inteligência superior do canário.

Frajola e Piu-Piu, que já existiam separadamente no cinema, foram acoplados em 1949 por um desenhista da Warner Bros., Friz Freleng. Ou seja, há 51 anos as crianças do mundo inteiro vêm sendo ensinadas que, mesmo prevalecendo-se de seu tamanho, força e agilidade para atacar um tíbio canário, os gatos não passam de uns grandes palermas.

Mas seria o canário assim tão tíbio? Nos 41 desenhos de Frajola e Piu-Piu criados por Freleng de 1949 a 1964 (e exibidos dia e noite pela televisão, até hoje, dando a impressão de que foram centenas), há algo mais por trás da aparente infantilidade do herói ("Eu acho que vi um gatinho"). Na verdade, Piu-Piu é um cínico e um sádico.

Os desenhos o mostram invariavelmente equipado com recursos para fuzilar, retalhar, esmagar, picotar e achatar Frajola - e isso é considerado ético pelos desenhos animados, nos quais o "mais fraco" sempre derrota o "mais forte".

Mas Piu-Piu (cuja popularidade foi reativada há pouco pela Warner, que o estampou mundialmente em camisetas, jaquetas, meias, tênis, adesivos e bonecos) não é o único personagem de uma campanha que ajuda a diminuir, humilhar e provocar um desapreço das crianças pelos gatos."

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A bailarina