04 março, 2007

Otelo e Desdemona


A ação se passa no século XV. Otelo, general mouro do exército de Veneza, volta triunfante para casa, após derrotar os muçulmanos.

Um de seus adjuntos, Iago, procura comprometer um rival, Cassio, forjando contra ele a acusação de manter um caso amoroso com Desdemona.
Ela é mulher de Otelo. Este, por sua vez, deixa-se corroer pela dúvida, pela depressão obsessiva.

A suposta afronta à sua honra precisa ser vingada. E é induzido pela palavra mordaz de Iago, que Otelo arquiteta e executa a morte de sua mulher, com as próprias mãos. Mas, como a verdade sempre vem à tona, Otelo fica sabendo da trama movida por seu lugar-tenente.

Muito tarde, porém, para remediar o mal que praticara, instrumentalizado pelos sentimentos de vingança. A técnica utilizada por Iago surtira seu efeito. Agindo com a experiência de quem tem o feeling apurado das fraquezas humanas, o personagem vai incutindo, veladamente, palavras e sentimentos na mente e no coração de Otelo.


O ciúme se intensifica e culmina com o assassinato de Desdêmona pelo marido. Uma acuada Desdêmona não pode também fugir a seu destino, como Otelo não pode fugir do crime e de sua autodestruição.

É o ciúme tema fundamental na tragédia, pois além do ciúme de Otelo por Desdêmona, temos o de Iago por Cássio , porque este tem um posto militar superior ao seu, e o de Rodrigo, cúmplice de Iago, por Otelo, porque está apaixonado por Desdêmona.

É em Otelo que se encontra a mais genial - e certamente a mais popular - definição de ciúme: ciúme é um monstro de olhos verdes (a green-eyed monster).

Tela: "Otelo e Desdemona em Veneza" por Théodore Chassériau (18191856)

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