Duvido que não sintam saudades daquele tempo, mesmo que nem tudo tenha sido diversão alguma coisa de quero mais ficou.
Fui criada solta, livre e arteira. Raras as vezes que não voltava pra casa cheia de hematomas, roupa rasgada, despenteada e sujinha.
- Sofria!
Depois do banho, minha mãe enfiava o pente nos cabelos que vinham pela cintura sem dó nem piedade para desfazer os nós e sempre praguejando e pedindo a Deus se um dia eu seria uma menina comportada. Ai de mim se derramasse uma única lagrima, tava lascada...
Lembro como se fosse hoje uma tortura e um ódio sem fim daquelas madeixas que pagaram seu preço mas isso é uma outra história. Enfim, nada que uma boa noite de sono não fizesse esquecer e quando amanhecia lá ia eu jogar bola, andar de bicicleta, pular corda, jogar pião e bola de gude,empinar as pipas que eu fazia e às vezes
Pescar "girinos” que levava em latas para casa só para, inconformada, vê-los fazendo a viagem de volta descarga abaixo, e mais uma série de “sermões”, gritos, broncas e tudo que uma menina levada tem direito.
- Brincar de bonecas? Eu? Xiiiiiii, a única brincadeira que me lembro era a de pintar-lhes a cara com caneta e levar umas boas chineladas por estragá-las.
A minha desculpa, quando ela mantinha as bonecas expostas pelo quarto era, a cada 3 meses, fazer uma faxina: dar banho, lavar e passar as roupas, pentear os cabelos, enchê-los de bobis e grampos, fazer penteados e vesti-las.
De comum acordo sempre doamos os brinquedos, algumas bonecas e acessórios, com aperto no coração, mas alegre por ter visto alguns rostinhos se iluminarem diante daquelas maravilhas.
O fato é, eu adoro boneca, se for uma barbie então, fico maluca...
Coisa de menina, acho...Sei lá!
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