01 setembro, 2008

Cleópatra e Marco Antonio


Uma paixão que mudou o curso da história A relação proibida do triúnviro romano Marco Antônio com Cleópatra,marcada por festas suntuosas, desencadeou uma guerra civil com milhares de mortos.

Uma das mais famosas mulheres da História, Cleópatra VII, que viveu de 68 a.C. a 30 a.C., foi o último "faraó" do Egito.
Apesar de ser descrita como uma sedutora, Cleópatra era muito religiosa e chegou a iniciar os estudos para ser sacerdotisa.

Sabia Matemática e falava muito bem nove línguas, além de ser boa governante e muito popular entre o seu povo.
Casou com o seu irmão mais novo, Ptolomeu, e tornou-se a amante do general romano Júlio César. Depois da morte deste, outro general romano, Marco Antônio, partiu para o Egito para consolidar o poder de Roma.

Os dois se apaixonaram esse romance escandalizou toda a sociedade romana, além de causar preocupação aos seus políticos que temiam perder poder que tinham sobre o Egito.
No entanto, Marco António e Cleópatra casaram-se e planejaram a conquista de Roma. No ano 31 a.C., o general romano Octávio destruiu as forças militares do casal na batalha do Actium.

Na noite que precedeu a morte de Marco Antônio, os clamores de uma multidão em regozijo e os sons harmoniosos de instrumentos de música espalharam-se por Alexandria. Essa multidão invisível atravessava a cidade e o barulho se estendia de ponta a ponta. "É o sinal", comentavam os alexandrinos, "de que Dioniso abandonou Marco Antônio, que sempre quis se assemelhar a ele."

Pela manhã, Cleópatra refugiou-se com duas de suas amas no mausoléu. Ordenou que trancassem a porta e dissessem a Marco Antônio que se matara. O general entendeu que ele também devia morrer. Atingiu o ventre, mas não faleceu de imediato. Neste momento, chegou o secretário de Cleópatra anunciando que ela continuava em vida. Marco Antônio, agonizante, pediu para ser levado ao mausoléu. "Cleópatra apareceu à janela", contou um servo, "mas não conseguiu abrir a porta. Pela janela, desceu uma corda à qual amarramos Marco Antônio. As três mulheres, puxando a corda com as mãos, alçaram com muita dificuldade nosso general moribundo e coberto de sangue."

Cleópatra recebeu-o e, estendendo-o ao solo, rasgou suas roupas, arranhou seu peito e suas faces, abraçou o moribundo chamando-o de seu senhor, seu esposo e seu imperador. Marco Antônio pediu uma taça de vinho, bebeu e, num último suspiro, aconselhou a Cleópatra que salvasse sua vida se pudesse fazê-lo de maneira honrada.

Otávio, imediatamente informado da morte de Marco Antônio, temia que Cleópatra ateasse fogo ao mausoléu. Queria-a viva para carregá-la em triunfo a Roma. Dois de seus amigos, Proculeio e Galo, foram encarregados de fazê-la sair da sepultura. Enquanto Galo encetava as conversações, Proculeio empurrava uma escada contra o muro, entrando na torre pela janela. Cleópatra foi trancafiada no palácio sob a guarda de um liberto de Otávio. Pálida, magra, o rosto e o peito feridos, febril com a infecção dos ferimentos que infligira a si mesma, a rainha do Egito não era mais que sua sombra quando Otávio decidiu-se a visitá-la. Uma última vez, Cleópatra tentou seduzir um general romano. Em vão. Informada de que preparavam o navio que devia conduzi-la a Roma com os filhos, pediu para voltar ao mausoléu. Trouxeram-lhe uma refeição suntuosa e depois ela trancou-se com as duas amas. Numa mensagem, pediu a Otávio para ser enterrada junto com Marco Antônio. Compreendendo o que se passara, Otávio enviou a guarda em toda diligência. Tarde demais: Cleópatra estava morta.

Entre aqueles que primeiro entraram na tumba, estava Olympos, médico particular de Cleópatra: "Eu sabia", confiou, "que já há várias semanas nossa rainha decidira morrer. Em minha presença, testou, nos condenados à morte, várias espécies de veneno. Queria encontrar aquele capaz de provocar uma morte rápida, suave e sem alteração do corpo. Quando entrei no mausoléu, ela repousava sobre um leito de ouro, vestida com seus hábitos reais e carregando nas mãos as insígnias de poder macedônias e egípcias. A seus pés, Iras, a cabeleireira, expirava, e Charmion arranjava o diadema de sua senhora antes de morrer ela também.
Não pude determinar a causa do falecimento das três mulheres, mas vi no braço de Cleópatra duas pequenas picadas. Sabia que a rainha sempre levava no cabelo um alfinete contendo veneno. Pensei também na mordida de uma víbora. Com efeito, um guarda me contou que, durante a refeição, um camponês veio trazer à rainha uma cesta de figos que podiam, talvez, ocultar uma serpente. Mas eu não encontrei nesse local hermeticamente fechado nem alfinete de cabelo nem víbora alguma".

Cleópatra tinha 39 anos quando escolheu ir ao encontro do amado na morte. Compungido com sua fidelidade, Otávio autorizou seu enterro junto a Marco Antônio no mausoléu real. Uma só sepultura reuniu para a eternidade esses dois terríveis amantes, cujo romance transformou o curso da história do mundo romano.

Imagem:
Morte de Cleópatra, 1881
Quadro de Juan Lura (1857-1899), pintor filipino

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A bailarina